José Ribamar Smolka Ramos
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Fevereiro 2008               Índice Geral


29/02/08

Debate: Roteamento e Bridge em redes 3G

----- Original Message -----
From: Rodrigo Garcia Corbera
To: wirelessbr@yahoogrupos.com.br
Cc: Celld-group@yahoogrupos.com.br
Sent: Friday, February 29, 2008 11:21 AM
Subject: RE: [wireless.br] ROTEAMENTO E BRIDGE EM REDES 3G
Olá Smolka,

Obrigado pelas observações, porém a minha mensagem tinha como objetivo abstrair a rede da operadora (vê-la de forma transparente para as aplicações) e pensar na parte prática do que é possível ser feito.

Sobre WAP, todas as conexões TCP/IP que partem do terminal de fato terminam em um roteador seja ele o PDSN ou o SGSN/GGSN, como vc disse, porém para sair da rede da operadora são enviados a um Gateway-Roteador-Fierewall-Filtro-de-Serviços-Autenticador, em geral um que também realiza a função de WAP Gateway para depois sair para a Internet. Isso não significa que se use o protocolo WAP, mas sim que esse elemento é o Gateway/Roteador da conexão do terminal com a Internet. Esse Roteador/Gateway em geral também é associado a firewalls, filtros de conteúdo e serviços de aplicação. Como isso é feito/aplicado depende de cada operadora... Umas liberam acesso TCP/IP puro outras não.

Sobre o “PP”, o que escrevi é PP de “conexão Point-to-Point” e não do protocolo PPP que existe de fato entre o terminal e o elemento de rede terminador (PDSN, SGSN/GGSN), porém como vc disse, esse PPP morre aí... O PC (computador do usuário usando o celular como modem) desconhece o uso do PPP (que lhe é transparente), logo uma conexão Point-to-Point terá que ser feita sobre um protocolo de mais alto nível como L2TP/IPSec. O fim-a-fim a que me refiro é relativo ao Computador e sua aplicação numa ponta e o servidor na ponta do cliente, não dentro da rede da operadora que, na minha abordagem, deve portar-se de forma transparente para as pontas da aplicação fim-a-fim.

A solução (b) descrita por vc é justamente a que propus.

A solução (a) dependerá da operadora que na minha experiência não gostará disso por haver uma série de implicação em gerência de redes e potenciais interferências e problemas na rede causados pelo cliente em questão. Duvido muito que permitam o uso de (a). O que por motivos práticos nem se quer cogitei.

Gosto das suas explicações didáticas e bem teóricas.

Eu já tenho uma abordagem pragmática e direta, como o Marcelo que escreveu a mensagem trabalha em uma empresa especializada em serviços de rede, imaginei que ele captaria rapidamente as poucas palavras que usei. Mas o seu complemento foi mais detalhado e didático
Abraços,
Rodrigo Garcia Corbera.

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----- Original Message -----
From: J. R. Smolka
To: wirelessbr@yahoogrupos.com.br
Sent: Thursday, February 28, 2008 6:41 PM
Subject: RE: [wireless.br] ROTEAMENTO E BRIDGE EM REDES 3G


Com licença Rodrigo, mas vou "meter a colher" na resposta que vc mandou para a questão do Marcelo... Por enquanto vou abstrair se faz ou não sentido o uso de um acesso wireless celular 3G como backup de um link dedicado dentro da topologia de uma rede IP. Vamos por partes:

Toda rede 3G seja EVDO (CDMA) ou EDGE (GSM) ligará um terminal telefônico atuando como modem de dados (ou mesmo um modem 3G de dados) via TCP/IP ao WAP Gateway da operadora. Saindo desse WAP GW a conexão tem como destino a Interenet.

O WAP é uma aplicação cliente-servidor (cliente: o WAP browser no handset do usuário; servidor: o WAP gateway da operadora). Em uma conexão de dados (acesso IP do handset a redes públicas ou privadas) os elementos de rede da operadora que estão envolvidos são o PDSN (no caso CDMA 1X/EVDO) e os SGSN/GGSN (nos casos GSM GPRS/EDGE ou WCDMA HSDPA).

Não há PP nesse mundo pois o endereço IP “assinalado ao telefone” é dinâmico, sendo este alocado no momento da conexão com o gateway de roteamento de dados da operadora.

Existe PPP sim. Do ponto de vista do terminal do usuário (celular, palmtop, desktop, etc.) existe uma conexão PPP entre ele e um host (geralmente o PDSN ou o GGSN) que termina o enlace PPP e atua como router para encaminhar os pacotes IP do usuário adiante. Só que, para garantir a mobilidade do usuário, este enlace PPP é encapsulado em túneis (GRE, L2TP ou IPsec) no trecho PCF-PDSN (CDMA 1X/EVDO) ou PCU-SGSN-GGSN (GPRS/EDGE ou HSDPA). Quando ocorre handoff/handover (catzo! Já estou cansado de ter que decorar vários nomes para as mesmas coisas!) o enlace PPP persiste fim a fim, o que muda são os túneis de encapsulamento.

O verdadeiro problema é que este esquema de conexão nunca foi pensado para estabelecer conexão entre dois usuários móveis (se é que este é o caso que o Marcelo está pensando).

Logo qualquer rede desse tipo terá que usar L2TP/IPSec com o LNS na ponta final ligado à Internet, usando-se um endereço IP Fixo.

O que pode ser feito é: uma das pontas do link backup será wireless 3G, e a outra um terminador de VPN designado pelo usuário. Isto pode ser implementado de duas maneiras:

a) O terminador de VPN do usuário pode interagir com o PDSN (este eu sei, com certeza) ou GGSN (deste eu não tenho certeza) para que o enlace PPP seja estendido até ele, e terminado ali. isto normalmente exige contratação do serviço com a operadora, e a conexão entre o terminador de VPN do usuário e o PDSN/GGSN pode ser feito via link privativo ou usando a Internet (neste caso o terminador tem de ser visível na Internet com um endereço IP fixo);

b) O usuario pode criar o seu próprio túnel VPN por dentro da conexão PPP com o PDSN/GGSN. Exige um software client na ponta 3G, mas é totalmente transparente para a operadora. e o terminador de VPN do usuário, neste caso, tem de ser visível na Internet (com endereço IP fixo, óbvio).


Na ponta do cliente, um PC com Windows XP ou Linux poderá atuar como LAS/LAC da VPN, desde que o aparelho 3G esteja ligado a ele. Ou mesmo o PC poderá apenas ser o roteador de saída ligado a um LAC/LAS.

Tudo bem... A maioria das soluções VPN é L2TP. Para os não iniciados, LAC (L2TP access concentrator) é a parte cliente, que solicita o estabelecimento do túnel; LNS (L2TP network server) é o terminador de VPN que recebe a solicitação. O termo LAS não aparece nas RFCs 2661 (L2TPv1) e 3931 (L2TPv3), mas pode ser entendido como L2TP authentication server. O LNS usa o LAS para decidir se a solicitação recebida de um LAC é legítima ou não.

[ ]'s
J. R. Smolka

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----- Original Message -----
From: Rodrigo Garcia Corbera
To: wirelessbr@yahoogrupos.com.br
Sent: Thursday, February 28, 2008 1:20 PM
Subject: RE: [wireless.br] ROTEAMENTO E BRIDGE EM REDES 3G

Caro Marcelo,
Toda rede 3G seja EVDO (CDMA) ou EDGE (GSM) ligará um terminal telefônico atuando como modem de dados (ou mesmo um modem 3G de dados) via TCP/IP ao WAP Gateway da operadora. Saindo desse WAP GW a conexão tem como destino a Interenet.

Não há PP nesse mundo pois o endereço IP “assinalado ao telefone” é dinâmico, sendo este alocado no momento da conexão com o gateway de roteamento de dados da operadora.

Logo qualquer rede desse tipo terá que usar L2TP/IPSec com o LNS na ponta final ligado à Internet, usando-se um endereço IP Fixo.

Na ponta do cliente, um PC com Windows XP ou Linux poderá atuar como LAS/LAC da VPN, desde que o aparelho 3G esteja ligado a ele. Ou mesmo o PC poderá apenas ser o roteador de saída ligado a um LAC/LAS.

[]’s
Rodrigo Garcia Corbera.

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De: wirelessbr@yahoogrupos.com.br [mailto:wirelessbr@yahoogrupos.com.br]
Enviado el: quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008 16:29
Para: wirelessbr@yahoogrupos.com.br
Asunto: [wireless.br] ROTEAMENTO E BRIDGE EM REDES 3G

POR FAVOR,
ALGUÉM CONHECE UMA SOLUÇÃO PARA CONECTAR PONTO A PONTO COM REDE 3G?
NECESSITAMOS DE UMA SOLUÇÃO PARA BACK-UP DE LINKS DEDICADOS FÍSICOS, COM ALTERNATIVA WIRELESS 3G.
GRATO,

Marcelo

 

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