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Janeiro 2010               Índice Geral


14/01/10

• De vilão a herói?: "Cientistas utilizam ondas de celular para reverter doença de Alzheimer" - Msgs de Rodrigo Azevedo, Carlos Carvalho e José Smolka

de Rodrigo Azevedo <razevedo@linkexpress.com.br>
para Celld-group@yahoogrupos.com.br
data 7 de janeiro de 2010 15:06
assunto [Celld-group] De vilão a herói?

Fonte: G1
[06/01/10]   Cientistas utilizam ondas de celular para reverter doença de Alzheimer

Pesquisa utilizou ratos expostos 1 a 2 horas por dia durante 7 a 9 meses.
Exposição reduziu acúmulo de proteína beta-amilóide, indicador da doença.

Do G1, em São Paulo
As pessoas que gastam horas todos os dias no telefone celular podem ter uma nova desculpa para tagarelar. Um novo estudo feito com ratos dá a primeira evidência de que a exposição às ondas eletromagnéticas associadas ao uso do aparelho podem proteger da doença de Alzheimer e até mesmo reverter seu desenvolvimento.

O estudo, conduzido por pesquisadores do Florida Alzheimer's Disease Research Center (ADRC), da Universidade do Sul da Flórida, foi publicado nesta quarta-feira (6) no “Journal of Alzheimer's Disease”.
"Foi ainda mais surpreendente verificar que as ondas eletromagnéticas geradas pelos aparelhos celulares reverteram as debilidades na memória de ratos mais velhos com a doença"
“Ficamos surpresos ao concluir que a exposição ao telefone celular, iniciada cedo na idade adulta, protege a memória de ratos destinados a desenvolver o mal de Alzheimer”, afirmou Gary Arendash, autor da pesquisa. “Foi ainda mais surpreendente verificar que as ondas eletromagnéticas geradas pelos aparelhos celulares reverteram as debilidades na memória de ratos mais velhos com a doença.”

Os pesquisadores mostraram que a exposição de ratos mais velhos às ondas eletromagnéticas reduziu o acúmulo danoso da proteína beta-amilóide em áreas do cérebro, além de prevenir o acúmulo em ratos jovens.

As placas formadas pelo acúmulo anormal da proteína são as marcas da doença. Muitos dos tratamentos contra Alzheimer são focados nessa proteína.

No estudo, os cientistas conseguiram isolar os efeitos para o cérebro da exposição ao telefone celular de outros fatores, como a dieta e exercícios. Foram analisados 96 ratos, muitos deles geneticamente modificados para desenvolver o acúmulo de placas de beta-amilóide.

Alguns dos ratos não tinham nenhum tipo de demência e não passaram por alterações genéticas para o desenvolvimento da doença. Dessa forma, os pesquisadores puderam analisar os efeitos das ondas eletromagnéticas em cérebros normais.

Exposição
Cada animal dos dois grupos de cobaias foram expostos a um campo eletromagnético equivalente ao gerado por um telefone celular padrão durante uma a duas horas por dia, por um período de sete a nove meses.

As gaiolas em que os ratos estavam foram dispostas ao redor de uma antena que emitia ondas eletromagnéticas de intensidade semelhante a gerada por um aparelho colado à cabeça de um usuário durante uma ligação. Cada um deles permaneceu a mesma distância da antena.

A partir dos resultados, os pesquisadores concluíram que a exposição ao campo magnético pode ser uma forma não invasiva e livre de medicamentos de prevenção e tratamento do Alzheimer.

“Se conseguirmos determinar os melhores parâmetros de exposição para efetivamente prevenir o depósito e remover as placas de beta-amilóide, essa tecnologia pode se transformar rapidamente em benefício contra o mal de Alzheimer”, disse Chuanhai Cao, pesquisador da Universidade do Sul da Flórida e também um dos autores do estudo.

O teste de memória aplicado para avaliar os efeitos da exposição ao telefone celular em ratos foi desenvolvido de forma semelhante ao usado para determinar a presença da doença e seus primeiros sinais em humanos.

“Acreditamos que nossas conclusões podem ter considerável relevância para o organismo humano”, disse Arendash.

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de Carlos Henrique Portella de Carvalho <carlos.portella@vivo.com.br>
para Celld-group@yahoogrupos.com.br
data 11 de janeiro de 2010 16:05
assunto RES: [Celld-group] De vilão a herói?

Prezados

Não sei podemos dizer que este estudo possa contribuir para tirar o estigma de que rede celular(principalmente quando está localizada em torres) provoca efeitos nocivos a Saúde humana(efeitos colaterais de qualquer natureza).

Temos participado periodicamente de gestão junto as prefeituras para aprovação dos processos de implantação e licenciamento(obra e ambiental) e nos deparamos com situações desanimadoras. Muitos municípios tem sua interpretação própria, criando-se legislações específicas, algumas vezes sem critérios técnicos com exigências absurdas.

Temos situações que as operadoras são convocadas a promoverem palestras e esclarecimentos para continuidade nos processos. Reuniões com corpo técnico(prefeituras e órgãos ambientais) e com participação das comunidades.

O grande desafio é fazer leigos entenderem sobre ondas eletromagnéticas entre estas, a diferença entre “Radiação Ionizante” e “Radiação Não Ionizante” .

Um grande argumento para defesa da radiação não ionizante que esta não consegue quebrar as moléculas do DNA(baixa freqüência e potencia) e conseqüentemente não teria a capacidade de causar danos as células humanas.

Depois da divulgação deste estudo e resultados(diga-se de passagem bem superficiais e preliminares) relacionados ao mau de Alzheimer, fico na dúvida.

Se causa esse efeito positivo para células danificadas, poderá também causar mau as células sadias?

Em resumo, divulga-se muitos estudos defendendo e outros atacando(colando em dúvida)os efeitos radiação provocado pelas estações celulares, mas não existe nada de concreto. As autoridades se posicionam em cima do muro(Nunca vi uma decisão concreta da Anatel. A declaração de RNI não é bem aceita pelas prefeituras)

As operadoras pagam uma fortuna pela aquisição de espectro, tem que enfrentar uma batalha para implantar as estações.

Acho que deveria haver por parte da ANATEL uma posição mais clara e esclarecedora a população e as operadoras a esse respeito.

Grato
Carlos Portella

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de J. R. Smolka <smolka@terra.com.br>
para Celld-group@yahoogrupos.com.br, wirelessbr <wirelessbr@yahoogrupos.com.br>
data 12 de janeiro de 2010 22:32
assunto Re: RES: [Celld-group] De vilão a herói?

Carlos,

Vamos com calma... Primeiro vamos assumir que a matéria publicada no G1 seja verídica, e não uma simples "barriga" (não seria nada espantoso... para todo mundo, de vez em quando, shit happens - lembra do episódio do boimate na revista Veja? :-) ).

Segundo: não creio que o efeito descrito, se verdadeiro, tenha qualquer relação com (altamente improváveis) efeitos ionizantes da radiação de RF. É mais plausível imaginar que o efeito observado tenha a ver com o fenômeno de vibração física de moléculas com dipolo elétrico acentuado na presença de um campo eletromagnético oscilante (é isto que causa o aquecimento nos fornos de microondas).

Me pergunto: será que a molécula da proteína beta-amilóide tem este dipolo acentuado? Será que ela tem um estrutura física que faz com que ela tenha ressonância na (ou próximo da) frequência de RF dos sistemas celulares? Será que a estrutura física da molécula é frágil ao ponto de provocar degeneração ou ruptura, mesmo com doses modestas de vibração ressonante? E o(s) produto(s) desta possível degeneração/ruptura da molécula são tais que o organismo consegue rapidamente identificá-los e removê-los? Não sou biólogo molecular, mas creio que uma sequência de respostas "sim" a estas perguntas poderia formar um cenário consistente com o que a reportagem relata.

Porém eu acho que um cenário como este é difícil de engolir na prática. Raciocine comigo: é razoável imaginar que a estrutura molecular da proteína beta-amilóide seja tão peculiar que somente ela apresente este efeito quando submetida a radiação de RF de baixa potência? Acho difícil. Considero mais provável que exista toda uma família de proteínas com estrutura molecular semelhante à da beta-amilóide. E, se isto é verdade, provavelmente as proteínas desta família também deveriam degenerar-se/romper-se na presença da radiação de RF. E isto deveria ter qualquer efeito fisiológico mensurável (mas não necessariamente nocivo), mesmo em indivíduos sadios.

Ocorre que a espécie humana - pelo menos a parte mais "civilizada" dela - está constantemente imersa em um "banho" de radiação de RF de baixa potência. Os celulares estão aí pelo menos desde a década de 80 do século passado. Transmissores de broadcasting de rádio FM e TV há mais tempo ainda. Portanto já temos tempo mais que suficiente para que, caso tais efeitos realmente ocorressem induzidos pela radiação de RF de baixa potência, estudos epidemiológicos sérios pudessem detetá-los.

Mas todas as notícias nesta área indicam exatamente o contrário. O que concluir então? Eu só consigo pensar em duas hipóteses:

a) Existe algum outro efeito físico da radiação de RF, ainda desconhecido, sobre moléculas de importância biológica (como DNA, RNA, proteínas, enzimas, etc.);

b) Os pesquisadores "comeram bola" na análise estatística do experimento, desprezando ou superestimando a análise de algum fator, não perceberam isto e, como o resultado preliminar renderia certamente publicidade e verbas para custear novas pesquisas, cederam à tentação de publicar apressadamente suas interpretações do experimento.

Sinceramente, estou mais para a hipótese (b). Até que o experimento possa ser repetido de forma independente por outros pesquisadores considero isto mais um fenômeno do mesmo tipo que o experimento Fleischman-Pons de fusão a frio.

[ ]'s
J. R. Smolka


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