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3G - Terceira Geração da Telefonia Celular

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Artigos e Notícias
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[15/05/06]   Site TELECO  Seção: Teleco World   3G: 3ª Geração de Celular no Mundo


 

[09/06/06]   3G nos EUA: Um relatório especial - "post" de Eduardo Prado
[24/05/06]   Redes wireless: o estágio de evolução do Wi-Fi, WiMax e 3G no Brasil
[10/11/05]   Usuários de 3G em CDMA chegam a 200 milhões - Computerworld
[25/10/05]  TIM e Qualcomm trocam farpas sobre 3G - Computerworld
[26/10/05]  Quem precisa de 3G? - "post" de Eduardo Prado

Caderno Link do Estadão:
[17/10/05]  Falar em 3G é mergulhar numa sopa de letrinhas

[17/10/05]  Qual é a graça de um celular 3G?
[17/10/05]  Rede de telefonia 3G da Vivo ainda tem cobertura limitada às principais vias de SP; o Link foi a elas testar eficiência do serviço

[14/10/05]  Mario Baumgarten: Entrevista ao repórter Fernando Exman - InvestNews
[04/10/05]  Terceira geração é um dos desafios da Anatel  - Computerworld

[07/09/05]    3G -  Reflexões sobre a situação atual no Brasil (Três mensagens de Marcelo Arakaki de 04, 05 e 07 de setembro de 2005) - Abaixo transcritas
(vejam registros dos debates nos "blogs-books comunitários" Marcelo Arakaki e Fernando Botelho).

[02/09/05]   Anatel licitará quarta licença para telefonia móvel - Computerworld
[02/09/05]   Qualcomm: 80% dos celulares no futuro será 3G - Computerworld
[16/08/05]   Anatel: 3G só sai com contrapartida de operadoras - Computerworld
[26/07/05]   Vivo estuda entrada em MG via 3G - Computerworld
[01/07/05]   Fornecedores incentivam 3G para América Latina e Caribe - Telebrasil
[Mai 2005]   3G: ter ou não ter?  - RNT
[Mai 2005]   WCDMA e CDMA 2000, tudo é CDMA? - Revista Siemens
 

Transcrições


Usuários de 3G em CDMA chegam a 200 milhões
Quinta-feira, 10 novembro de 2005 - 11:30
COMPUTERWORLD

O número de usuários de telefones de terceira geração baseados no padrão CDMA - na tercnologia CDMA 2000 - ultrapassou a marca de 200 milhões de usuários no mundo até setembro deste ano, informou o CDMA Development Group (CDG).

A base de assinantes de 1xEV-DO atingiu 18 milhões de novos usuários, de acordo com o grupo, que ressaltou também que a tecnologia CDMA 2000 continua a predominar sobre o padrão WCDMA no que diz respeito ao número de usuários. A base de WCDMA atingiu 35 milhões de pessoas e a solução de banda larga equivalente ao 1xEV-DO não deverá ser comercializada até 2006.

O estudo apontou ainda que o CDMA 2000 está conduzindo o crescimento de outras tecnologias baseadas em CDMA, que atingiu 286 milhões de usuários, crescimento de 26% nos últimos 12 meses. Quase 70% dos assinantes de CDMA utilizam tecnologias de terceira geração atualmente.

A tecnologia CDMA2000 controla 85% do mercado de 3G e adiciona 15 milhões de novos usuários a cada trimestre, segundo a organização. O sistema está disponível em 61 países e cerca de 21 milhões de assinantes estão fora da Ásia e América do Norte, sendo que a América Latina tem apresentado crescimento notável no período e detêm atualmente 15 milhões de usuários.

A organização estima que, até o final de 2005, a base de assinantes CDMA vai ultrapassar a marca de 300 milhões de usuários, com 220 milhões de usuários de CDMA 2000. O número de usuários 1xEV-DO tende a ficar em 20 milhões de usuários.
 


TIM e Qualcomm trocam farpas sobre 3G
Terça-feira, 25 outubro de 2005 - 14:52
*Ceila Santos, do COMPUTERWORLD

A polêmica sobre o leilão para a terceira geração da telefonica móvel no Brasil se acirrou durante a Futurecom 2005, com um embate entre TIM e Qualcomm. O presidente da TIM Brasil, Mário César Pereira de Araújo, afirmou nesta terça-feira (25/10), que um dos motivos que a anatel deve postergar ao máximo a venda das licenças para o uso do espectro da 3G é o pagamento de royalties da tecnologia WCDMA à Qualcomm. De acordo com Araújo, a taxa seria em torno de 4% a 5% do volume total do movimento de serviços gerado pela terceira geração.

Ele ainda aponta que a terceira geração deve ser pensada em longo prazo porque as operadoras acabaram de fazer grandes investimentos nas redes de geração intermediária (EDGE) e ainda não há demanda interessada nos serviços considerados 3G.

Em resposta ao ataque, Marco Aurélio de Almeida Rodrigues, presidente da Qualcomm, revelou que os fabricantes que representam o padrão concorrente GSM também cobra royalties e, de acordo com o executivo, bem maiores: entre 12% e 14%. Rodrigues ainda voltou a reforçar que o Brasil já está atrasado nesta decisão e que esta defasagem pode refletir em queda drástica do volume de aparelhos celulares exportados, produtos considerados fundamentais para o equilíbrio da balança comercial de telecomunicações.


 


26/10/2005 - Quarta-feira

Quem precisa de 3G?

"The problem with 3G is that it's still a voice-oriented service," said Paul Sergeant, marketing director for Motorola's Moto Wi4 unit. "What's leftover goes to data."

Veja esta interessante reportagem da Wired Magazine:

'4G' Leapfrogs Next-Gen Wireless

Wired Magazine

By Michael Grebb

02:00 AM Oct. 18, 2005 PT

3G … we hardly knew ya.

Just when the third generation of wireless services was getting its sea legs, a new gaggle of technologies came barging into the wireless party.

Whether it's Flash-OFDM, UMTS TDD, WiMAX or some other impressive-sounding acronym or buzzword, experts promise that such "4G" wonders will finally bring broadband mobility to the general public.

"There are a lot of exciting possibilities out there," said Max Weise, a principal at Adventis, a global consulting firm. "You could have your personal media repository that you use at home and on the road. Or handheld devices could control things at home, such as your TiVo."

The public has heard it all before, but indications are that the next couple of years will bring significant innovation as new software-based "system-on-a-chip" architectures combine with more efficient 4G networks now in the works.

"It's the availability of massive processing power," said John Muleta, co-chairman of Washington, D.C.-based law firm Venable LLP's Communications Practice and a former chief of the Federal Communications Commission's Wireless Bureau. "That's what's opening the new frontier. You will now have the wireless internet, not just the internet on wireless."

Indeed, at least when it comes to mobile phones, consumers have been disappointed with the speed, stability and general clunkiness of "the internet on wireless" for years. And while limited applications such as e-mail have worked well, broader internet surfing has been less than stellar.

Meanwhile, broadband-thirsty wireless users have turned to Wi-Fi "hot spots" and 3G data services such as Verizon Wireless' "Broadband Access" and Sprint/Nextel's "Wireless High-Speed Data" products, which have enabled wireless broadband primarily on laptops.

But both solutions have drawbacks: Wi-Fi access is limited to specific hot spots and, even then, prone to interference and scalability limits. And broadband-access products by Verizon Wireless and Sprint/Nextel -- while offering wider geographic coverage -- are expensive at about $60 per month.

Mobile broadband, as opposed to fixed wireless technology, has so far involved cramming packet-based data services into networks originally intended for circuit-switched voice calls.

"The problem with 3G is that it's still a voice-oriented service," said Paul Sergeant, marketing director for Motorola's Moto Wi4 unit. "What's leftover goes to data."

New 4G technologies, however, aim to create fully packet-switched networks optimized for data -- whether the digital bits represent voice, data or multimedia content. It's unclear which technologies will win out. But because Wi-Fi has been so successful in such a short period of time, many are looking to its juiced-up cousin -- known as WiMAX -- to be the next big thing.

WiMAX, which allows for higher data rates, more scalability, broader (potentially citywide) coverage and lower latency than Wi-Fi, has the backing of some big players such as Intel. Some vendors are also anxious to exploit WiMAX's flexible architecture. "Do you like gaming?" said Dave Sumi, vice president of marketing at WiMAX vendor TeleCIS Wireless. "I can add it in so that your latency never goes over five milliseconds."

That kind of flexibility plays especially well in Asia, which generally leads the world in next-generation wireless applications. According to research firm In-Stat, WiMAX will grow in the Asia Pacific region alone from 80,000 users in 2005 to more than 3.8 million by 2009 -- accounting for 45 percent of the world total.

While WiMAX-certified equipment for "fixed" wireless access will start reaching consumers en masse early next year, the mobile flavor of WiMAX, which enables broadband access while walking around town or driving down the highway, isn't expected to hit the scene until 2007 or 2008. And it's unclear what carriers and vendors will be involved. "It's a much more confusing space," said Sumi.

Other mobile broadband technologies are also vying for next-generation dominance. One oft-cited contender is Flash-OFDM (orthogonal frequency division multiplexing) technology. Flash-OFDM just won tacit approval from wireless chip giant Qualcomm, which in August announced a $600 million deal to acquire the technology's inventor, Flarion Technologies.

"If anyone has had success in the wireless community in taking a proprietary technology and making it work, it's Qualcomm," said Derek Kerton, principal at consulting firm The Kerton Group.

Qualcomm has also been working on a service dubbed MediaFLO (forward link only) that will launch next year and offer one-way streaming video to cell phones over a part of the UHF broadcast TV spectrum that it recently won at auction.

But Qualcomm has hinted it might marry that service with separate two-way Flash-OFDM elements at some point. "There will be a relationship over time," said Rob Chandhok, Qualcomm MediaFLO's vice president of engineering and market development. "There might be cross-pollination."

Also on the 4G deck is UMTS TDD, the next generation of the UMTS (universal mobile telecommunications system) standard that was designed to succeed GSM-based networks. Now, UMTS TDD is trying to become the dominant next-generation technology for mobile broadband networks.

"Imagine an iPod that's just streaming over the network, or imagine an instant-messaging device that's really cheap for teenagers," said Chris Gilbert, CEO of UMTS TDD player IPWireless. "If it happens at the consumer level, it will be amazing.... It's data everywhere. It's voice everywhere. And cheaply."

Power brokers in the United States may get a firsthand look before long: Sprint/Nextel is already rolling out field trials of IPWireless' UMTS TDD-based technology in Washington, D.C., and the surrounding areas of Arlington, Alexandria and Reston, Virginia, as well as Bethesda, Maryland.

But with Intel backing WiMAX, Qualcomm spending big on Flash-OFDM and UMTS TDD flexing its global muscles, experts are loath to pick winners. "I think there will be multiple technologies because there are just so many players in the industry," said Gilbert.

As a result, wireless devices may become increasingly network agnostic. Motorola's new CN620 model, for example, can switch seamlessly between Wi-Fi and cellular networks. Such Wi-Fi-enabled cell phones "can offload the network to Wi-Fi for heavy lifting," said Karen Hanley, spokeswoman for the Wi-Fi Alliance.

As next-generation networks proliferate, "the wireless technologies are going to start to merge together," said Sven Rassmussen, a LAN/WAN specialist at IT reseller CDW. "They're probably going to decide on a universal (device). I definitely see a Dick Tracy watch that does everything."

Whatever the technology, one likely component (in addition to higher data rates) of 4G will be 100-percent reliance on internet protocol, which would allow seamless integration of voice, data and multimedia on a grand scale never seen before.

But the larger question is how the wireless players intend to market it to the masses. "The challenge for the carrier is the business model," said Weise. "What's the model for the carrier? Are they going to be able to control all of these applications or will it be more software-driven?"

Indeed, a wireless user liberated by an IP-based network could conceivably get their broadband fixes from anywhere. Don't like the prices your carrier charges for ringtones or video content? Just download them from a third-party website.

"Once it's a broadband pipe, you start to lose control," said Roland Van der Meek, a senior partner at Palo Alto, California-based venture-capital firm ComVentures. "As they go all-IP, they don't want to lose the separate revenue streams."

Carriers especially want to avoid cannibalizing their core voice business. After all, consumers with wireless broadband can already make voice-over-IP calls from their laptops at Wi-Fi hotspots. Similarly, they could use Skype or some other VOIP service on their cell phones, assuming those phones have 4G wireless broadband access.

Of course, carriers could also block such end-run activity. "They could block specific functions," said Moto Wi4's Sergeant. "I think the question is whether it's good customer service."

One thing is certain: Wireless carriers will need to work through such issues as they roll out 4G. "Technology has a great tendency to be disruptive," said Weise. "We're seeing a bit of an arms race to upgrade networks."

BOM DIA!


17/10/2005
Falar em 3G é mergulhar numa sopa de letrinhas

Quando se fala em telefonia celular de terceira geração, ou 3G, é fácil se deparar com uma sopa de letrinhas que muitas vezes confundem mais que explicam do que se trata essa tecnologia.

Quando, em 1999, a União Internacional de Telecomunicações buscou definir os requisitos necessários para uma nova geração de transmissão de dados, cinco tecnologias foram então consideradas 3G.

Apenas duas delas, no entanto, se popularizaram: a WCDMA, adotada no Japão desde 2001 e na Europa desde 2004; e a CDMA2000, tecnologia predominante nos Estados Unidos e, a partir deste ano, também no Brasil, pela Vivo.

O fato de ambas carregarem a sigla CDMA (Code Division Multiple Access) no nome não significa que sejam compatíveis ou intercambiáveis.

A WCDMA, também batizada de UMTS em alguns países, é a tecnologia de terceira geração das operadoras que trabalham com telefones de chip GSM (no Brasil, Claro e Tim, por exemplo). Enquanto o CDMA2000 e a sua tecnologia EVDO servem apenas aos assinantes que já operavam no sistema CDMA antes, caso da Vivo.

Por ser uma evolução natural da segunda geração do CDMA, o CDMA2000 tem custo muito baixo de atualização para as operadoras, que não precisam trocar suas antenas nem comprar novas freqüências para explorar o serviço. O mesmo não acontece com as operadoras GSM que, além de adquirrem novas bandas para operar, necessitam de investimentos pesados em uma nova infra-estrutura de terceira geração que suporte o tal WCDMA.
D.A.


17/10/2005
Atraso em leilão da Anatel impede o 3G de Tim e Claro

Enquanto a Vivo se gaba de ser a primeira a ter tecnologia 3G no País, as outras duas operadoras de São Paulo, TIM e Claro, se dizem satisfeitas com as suas recém-instaladas redes 2,5 ou 2,75G, também conhecidas como Edge, com velocidades de download de até 200 kilobits por segundo. Segundo a assessoria de Imprensa da TIM, a operadora já oferece "serviços de terceira geração" para seus assinantes desde novembro de 2004. Batizados de TIM TV Access e Tim Videoclipe, transmitem clipes e programação em tempo real da rede Bandeirantes, Bloomberg, TV Câmera e outros em streaming. O serviço, disponível para três modelos de celulares Nokia (3650, 6600 e 6681), é oferecido em velocidades bem inferiores à conseguida pela rede 3G da Vivo. Para a assessoria da Claro, que também possui redes Edge desde o ano passado, "a demanda pela terceira geração demorará um pouco" pois "o mercado ainda precisa amadurecer". As duas operadoras transferem parcela da culpa por não terem ainda migrado para as tecnologias de terceira geração à Anatel. Ao contrário da Vivo, para operarem suas redes 3G, Claro e TIM dependem do leilão de novas faixas de freqüência que seria realizado neste ano, mas acabou adiado para 2006. Questionada sobre se o adiamento do leilão não aumentaria o atraso do Brasil em relação a regiões onde a terceira geração já é mais difundida, como Ásia e Europa, a assessoria de Imprensa da Anatel declarou que "a defasagem que o Brasil apresenta em relação à questão parece adequada à nossa situação em razão da nossa conjuntura econômica e tecnológica".
D.A.


18/10/2005
Qual é a graça de um celular 3G?
Diego Assis

Japão, Coréia do Sul, Inglaterra, Alemanha já têm. Até os EUA, que não são os mais adiantados do mundo em telefonia celular, também têm. Tardia e ainda que tortuosamente, nós também já entramos na era 3G.

Três meses após a chegada dessa tecnologia de telefonia celular ao País, com promessas de expansão da rede e lançamento de aparelhos à vista, o Link pergunta: o 3G já vale a pena?

Para começar, 3G é um nome genérico dado à telefonia de terceira geração. Capazes de trafegar dados, como vídeos, músicas e jogos, a velocidades comparáveis à internet banda larga dos computadores, os primeiros celulares 3G vêm sendo operados pela Vivo desde julho.

Com as transmissões mais velozes, portanto, vai ficando cada vez mais próxima do consumidor comum a possibilidade de comprar músicas inteiras, baixar vídeos e até mesmo assistir à televisão na telinha do aparelho.

Munida de um celular compatível com os serviços de terceira geração da Vivo, a reportagem saiu às ruas de São Paulo e comprovou: hoje já é possível.

Dois aspectos importantes, contudo, devem ser levados em conta se você pretende gastar seu dinheiro em um dos, por enquanto, dois modelos de celulares com os quais se pode acessar a rede 3G da operadora:

1) Todos os vídeos, jogos e canções, hoje oferecidos farta e gratuitamente para download no aparelho, passarão a ser cobrados a partir de janeiro. Se por tempo, por unidade ou por assinatura, ainda resta definir;

2) E mais importante: a chamada cobertura 3G, ou seja, aquela que permite que você acesse os dados em velocidades mais altas, só está disponível até agora em São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba. Mesmo assim, exclusivamente em regiões centrais ou predeterminadas pela operadora.

“A idéia, inicialmente, era lançar apenas nos principais centros. Na escolha dos locais, procuramos regiões com usuários de perfil corporativo e alto poder aquisitivo”, justifica Alex Jucius, gerente de Novos Serviços da Vivo, que pretende encerrar 2005 com cobertura em 20 cidades e 5 aparelhos no mercado. “A prioridade foi tentar atingir esses dois segmentos: os executivos e aqueles que se interessem pelos serviços multimídia. Agora é expandir.”

O administrador de empresas Levi Matheus, 35 anos, é um desses que foi fisgado pelo potencial multimídia do aparelhinho. Acostumado a baixar “videoclipes e gols do Timão” de sua casa, Levi contou que não conseguiu baixar músicas enquanto estava num shopping da zona Sul de SP. Segundo ele, não havia sido informado da limitação de cobertura 3G. “Na hora da compra, fazem de tudo para vender”, reclama.

Já a jornalista Débora Elias, 32, diz que sabia das limitações, mas mesmo assim resolveu investir na novidade. “Meu bolso gritou, mas eu comprei”, confessa a moça, capaz de cometer “loucuras” piores por amor ao seu telefone 3G. Na última terça-feira, um ladrão tentou levar o celular dela, mas não conseguiu. “Numa atitude destrambelhada, eu me atraquei com o indivíduo. Ele chegou a tirar o aparelho de mim e me derrubar no chão, mas me levantei, corri atrás dele e gritei para a rua inteira ouvir.” Pois o meliante está hoje na cadeia, sem o celular e, mesmo se tivesse ficado com ele, lá não teria cobertura 3G...


Rede de telefonia 3G da Vivo ainda tem cobertura limitada às principais vias de SP; o Link foi a elas testar eficiência do serviço

Diego Assis

Não basta ter o aparelho certo na hora certa. Para desfrutar da tecnologia de celulares de terceira geração da Vivo é necessário, antes, estar no lugar certo. Em São Paulo, a rede 3G da operadora está disponível apenas nas proximidades das principais avenidas da cidade, como a Paulista, a 9 de Julho ou a Luís Carlos Berrini.

Com o mapa de cobertura (disponível no site www. vivo.com.br/vivoplay3g) numa mão e um telefone Samsung Evolution na outra, fomos constatar na prática como, onde e se esse tal de 3G funciona.

Concentrando primeiramente no "como", há que frisar que o 3G da Vivo só funciona atualmente em dois modelos de celular no Brasil: o já citado Evolution, que de fábrica sai por R$ 2 mil mas que vem sendo vendido promocionalmente por R$ 999 para clientes de planos acima de R$ 120; e o E815, da Motorola, testado pelo []Link mas que só estará disponível para o consumidor no final de outubro.

Sobre o "onde", confirmamos que, sim, o sinal 3G foi detectado em toda as vias indicadas pela operadora e arredores, com velocidades de transmissão que não chegam aos ideais 2,4 megabits por segundo anunciados mas que ficam seguramente entre os 300 e 700 quilobits por segundo. Uma banda larga móvel, enfim.

Aqui no Estadão, por exemplo, captam-se os dados enviados desde uma antena no Anhembi, a cerca de 3,5 quilômetros de distância. Baixar uma música aqui, dentre as poucas opções ainda ofertadas no serviço Play da Vivo, é rápido: Jurei, a nova da Gal Costa, com cerca de 3 megabytes, levou pouco mais de 1 minuto para chegar.

Para verificar se se está ou não sob a cobertura da rede, basta checar se o ícone (onde se lê 3G) está visível na parte superior da tela do celular. Ao sair do alcance do 3G, a rede alterna para a chamada 1x, de velocidades bem mais lentas, sem que a conexão caia - ainda que, ocasionalmente, possa acontecer.

Com o telefone dentro de um veículo em movimento a cerca de 60 km/h nas áreas de cobertura, o sinal se manteve estável. Para tirar a prova, sintonizamos o aparelhinho na TV Bandeirantes na região da Berrini e dirigimos até a Av. 9 de Julho, com direito a túnel e outros obstáculos físicos. O sinal 3G se manteve firme e forte.

Fora a Band nenhum outro canal de TV aberta pode ainda ser visto nos celulares 3G da Vivo por enquanto. A Globo oferece para download, um a um, os gols da rodada do Campeonato Brasileiro. Melhor seria se pudessem ser vistos em streaming (transferência em tempo real), mas o tamanho relativamente pequeno dos arquivos (de 300k a 500k) faz com que a tarefa seja executada, literalmente, em um piscar de olhos.

Os canais de TV paga Discovery, Nickelodeon e Fox também têm parceria de conteúdo da operadora.Os vídeos, sejam as pílulas de 1 minuto do canal de documentários, sejam os episódios de 11 minutos do desenho animado Bob Esponja, podem ser tanto baixados quanto transmitidos em streaming sem que se necessite salvá-los na memória do aparelho.

Para caber na telinha do celular, a badalada série 24 Horas encolheu e foi transformada em 24 capítulos de 1 minuto numa série batizada de Conspiracy.

Clipes de skate, snowboard, vídeos de humor e até um documentário sobre o Haiti, produzido pelo portal de internet Terra, também estão no cardápio, alguns saborosos, outros demasiadamente sem sal.

Nos próximos meses, a empresa deve anunciar novos parceiros de conteúdo. Levando também em conta que, em 2006, nada mais será gratuito, caberá enfim ao leitor avaliar se vale pagar, e quanto, para entrar na terceira geração.
 



InvestNews Online

Publicado em 14/10/2005

Mario Baumgarten: Entrevista ao repórter Fernando Exman

Ponderar qual é o momento certo para a introdução das redes de terceira geração (3G) na telefonia móvel brasileira. Esse é o recado do diretor de tecnologia (Chief Technology Officer) da Siemens, Mario Baumgarten, aos agentes do setor. Seu questionamento é se a migração, neste momento, é prejudicial ou não à cadeia do setor.

Baumgarten afirma, em entrevista exclusiva à InvestNews, que sua preocupação é com o financiamento para a substituição da rede e também à possibilidade de os consumidores brasileiros não terem condições de adquirirem equipamentos mais caros. “A oportunidade é desenvolver produtos eventualmente não tão sofisticados, mas usando a tecnologia moderna para desenvolver produtos mais baratos”, afirmou o diretor da Siemens.
O executivo faz questão de ressaltar que seu posicionamento não tem como objetivo tentar frear a evolução tecnológica. Até porque, disse ele, a Siemens tem produtos para competir nesse mercado. Para Baumgarten, depois de dada a largada para a corrida para a 3G, todos os agentes terão que ir nessa direção. Sua preocupação é que uma bolha seja criada.
“Quem tem a condição para dar o tiro de largada para a corrida ao 3G é o órgão regulador. Freqüências são o sangue vital para as operadoras. No momento que se inicia uma corrida às freqüências, todo mundo vai entrar. Esse momento de ida para a 3G deve ser bem refletido.”
Baumgarten tem como ofício perceber, conceitualmente, para onde o setor caminhará, para então sugerir direcionamentos aos responsáveis por projetar novos produtos.

InvestNews – O sr. defende que deve haver calma na introdução da 3G no mercado. Por quê?

Mario Baumgarten - É de interesse de toda a cadeia produtiva que esse negócio seja construído de forma economicamente sólida e socialmente responsável. A questão central é o fato de que não estamos enxergando com muita clareza os meios de financiar a terceira geração.

IN - Quais são as dificuldades no financiamento?

Baumgarten - O mundo desenvolvido iniciou a corrida pelo desenvolvimento da 3G tendo por base uma situação em que a segunda geração já estava amortizada, ou razoavelmente amortizada. Os lucros da segunda geração estão pagando a implementação da terceira geração. E espera-se que em um momento seguinte haja lucros na própria terceira geração. Na nossa região, ainda não temos, pelo menos aparentemente, uma situação financeiramente tão sólida na segunda geração para dizer que nós possamos financiar a terceira geração sem afetar o negócio já existente.

IN -IN - O que se pode concluir então é que tecnicamente a terceira geração é uma realidade só que o setor pode ter dificuldades financeiras para adotar a 3G?

Baumgarten - A terceira geração não tem problemas com a tecnologia. O problema é muito mais o modelo do negócio: como torná-lo bom para toda a cadeia produtiva deste País. No momento que se diz que não há recursos para financiar a terceira geração, de um jeito ou de outro você está transferindo esses recursos da segunda geração. Mas, a segunda está sendo sustentada por toda a comunidade. A pergunta é: será que essa comunidade que hoje participa da segunda geração quer fazer um esforço adicional para pagar a terceira geração neste momento?

IN - Mas se o mercado tomar esse rumo não terá volta...

Baumgarten - Nós não podemos de forma nenhuma impedir algum player que efetivamente queira fazer a terceira geração. Contra esse tipo de coisa nós não podemos nos colocar de forma nenhuma. A Siemens, como uma empresa de tecnologia, está disposta e vai competir assim que houver a primeira chance. A única questão que estamos levantando é efetivamente o sentido de fazê-lo exatamente nesse momento. Obviamente, se houver interesse das operadoras e do governo, a Siemens vai participar.

IN - Um posicionamento desses não causa um problema para a Siemens?

Baumgarten - Sim. Às vezes nos custam acusações de que não teríamos produtos, o que é absolutamente uma grande inverdade. Estamos entre os grandes que participam da terceira geração.

IN - O sr. comentou a questão do financiamento da 3G. Esse ponto afeta diretamente as operadoras. No entanto, na outra ponta da cadeia, o consumidor também não pode sofrer algum impacto com a decisão das empresas migrarem para essa nova tecnologia?

Baumgarten - Existe o custo elevado do terminal de terceira geração e a discussão se ele está ou não adequado ao nível de renda do brasileiro. Acredito que esses primeiros movimentos de terceira geração que estão sendo feitos atualmente no mercado vão demonstrar com números se a população realmente está desejando esse tipo de serviço. Aí, com esses dados, imagino que fique mais fácil de verificar o que está acontecendo porque contra fatos não há argumentos.

IN - Em palestra no ITU Telecom Americas 2005, na semana passada, o sr. afirmou que há um erro de estratégia porque elas estão focando os consumidores que adotam as novas tecnologias mais rapidamente, e não os usuários médios. Porquê?

Baumgarten - Quis dar uma mensagem mais ampla. Procuro entender a mecânica do mercado e, a partir disso, estabelecer políticas e estratégias que não sejam imediatistas. Por ser um evento internacional, a grande mensagem que pretendi passar é que por causa das desigualdades que existem na nossa região acaba existindo para o atendimento da sociedade a necessidade de produtos de custos muito mais baixos do que aqueles que temos na média internacional. Provoquei a comunidade internacional a enxergar essas desigualdades como uma oportunidade de negócios. A oportunidade é desenvolver produtos eventualmente não tão sofisticados, mas usando a tecnologia moderna para desenvolver produtos mais baratos.

IN - Mas como tornar esse redirecionamento estratégico uma realidade?

Baumgarten - Esse tipo de visão exige uma articulação internacional. Não está na mão de um fabricante ou uma operadora. Existe uma série de abordagens sobre isso, mas elas estão se dando mais em como melhorar a situação do indivíduo para que ele possa consumir as mesmas coisas que são consumidas nos países desenvolvidos. A minha proposição é inverter um pouco esse raciocínio e nos adequar a uma situação que não vai mudar tão cedo. A desigualdade é um problema que vem do colonialismo. O próprio Banco Mundial diz que devemos achar soluções adequadas à nossa situação e que não se vai conseguir uma solução para a população como um todo de um momento para o outro. Você tem que viver com essa situação durante algum tempo.

IN - Se essa visão for adotada, o mercado potencial de operadoras e fabricantes de aparelhos e equipamentos aumentará sensivelmente...

Baumgarten – Exato. Deve haver uma cooperação, fazer com que toda a cadeia produtiva olhe de outra forma. Temos que fazer nova tecnologia, mas focando uma outra situação. São 4 bilhões de pessoas que podem ser endereçadas. O mundo está essencialmente inovando no endereçamento de 1,5 bilhão de pessoas. No momento em que a comunidade internacional entender que 4 bilhões de pessoas são o seu alvo, cria-se um mercado de massa fantástico. Essa tendência de querer resolver localmente com desenvolvimentos apenas locais não endereça corretamente o problema. O problema é global, não é nacional ou regional. Para fazer coisas efetivamente mais baratas, precisa de economia de escala. As soluções encasteladas nacionalmente não conseguem alavancar um mercado suficientemente amplo.

IN - Se a 3G for adotada sem que o setor reflita o que o sr. propõe, o que pode ocorrer?

Baumgarten – A Siemens está há 100 anos no País. Já vimos algumas bolhas. Não gostaríamos de ter novas bolhas. No primeiro momento, fica todo mundo fascinado. Mas, em seguida ela estoura. Um estouro de bolha é pior que uma evolução lenta.

IN - O sr. acha que há a possibilidade de ocorrer uma bolha com a 3G?

Baumgarten - Esse é um dos perigos. Se a chave for virada muito cedo, pode virar uma bolha. Ou seja, você obriga todo o mercado a investir por causa da competição e, no momento seguinte, não tem nenhum usuário. Esse é o medo: construir redes e não ter usuários depois. É melhor ampliar as redes devagar. Parece-me uma solução melhor.
 

Terceira geração é um dos desafios da Anatel
Terça-feira, 4 outubro de 2005 - 10:31
Ceila Santos


Ninguém duvida que a mobilidade será o futuro das telecomunicações. E que a transmissão desse tráfego, que inclui voz, dados, vídeos e imagens, será de altíssima velocidade. A incógnita que perturba principalmente os fabricantes da indústria de telecomunicações é quando o Brasil irá marcar a entrada nesse novo mundo sem fio e permitir, enfim, um ritmo bem mais acelerado de vendas de plataformas, equipamentos de rede, aplicações e terminais móveis.
 
Quem vai decidir o tempo certo do mercado não é a iniciativa privada e sim, o governo. Mais especificamente, a Anatel. Está nas mãos da agência a decisão de liberar o uso da faixa de freqüência 1,9 GHz e 2,1 GHz, conhecida como a core-band da telefonia móvel. Ou seja, o pedaço do espectro de freqüência que foi destinado à terceira geração pela União Internacional de Telecomunicações (UIT). Na Europa, esse passo já foi dado pelos órgãos reguladores desde 2000, o que contribui ainda mais para que a indústria de telecomunicações e a operadora Vivo, do grupo Portugal Telecom e Telefónica Móviles, levante a bandeira "3G já".
 
O que leva os fabricantes a pedir pelo incentivo a colocar em prática as concessões do uso da faixa 1,9 GHz-2,1 GHz é bastante compreensível: estima-se que o gasto com as redes 3G represente o dobro do valor já investido nas atuais infra-estruturas de geração intermediária (leia-se GPRS/EDGE e CDMA 1XRTT e EV-DO). Mas por que a Vivo apóia esse movimento? "Primeiro porque há demanda pelos serviços de terceira geração. A Copa de 2006, por exemplo, será a Copa do celular, assim como a de 2002 foi a Copa da internet", responde Luiz Avelar, vice-presidente de marketing e inovação da Vivo.
 
O executivo enumera ainda outras razões: "O custo da rede é o mesmo, e ainda por cima o custo do tráfego por megabyte é menor. Então, por que atrasar a implantação da 3G? Quem quiser investir, que invista", ataca Avelar. Para ele, isso não deveria ser problema da Anatel. A agência não teria de se preocupar com endividamento das empresas do setor.
 
As explicações do executivo retratam um pouco o conflito entre a Vivo e as demais operadoras do mercado, que investiram recentemente nas redes intermediárias (EDGE) e planejam amortizar o investimento de entrar numa nova rodada de aportes. Mas é o diretor de novos negócios da Brasil Telecom GSM, Paulo Mattos, quem revela o principal motivo para explicar a pressa da Vivo pelo leilão 3G. "A Vivo não quer 3G, ela quer é espectro", alfineta. A afirmação do concorrente comprova a realidade: a Vivo é uma das poucas operadoras que oferece serviços de telefonia móvel com apenas 25 MHz de espaço no espectro, enquanto a média de capacidade das demais operadoras é de 45 MHz.
 
Marco Aurélio Rodrigues, presidente da Qualcomm do Brasil, explica que essa capacidade implica oferta de serviços e número de usuários. "Quanto maior o espectro de freqüência, maior a capacidade de trafegar informações. Ou seja, a Vivo teria problemas de congestionamento de rede há muito tempo se não utilizasse o padrão CDMA, que otimiza o uso do espectro", explica o presidente da empresa detentora da tecnologia.
 
Outra razão pela qual a Vivo solicita o leilão 3G é preencher as lacunas de Minas Gerais e de alguns estados do Nordeste existentes na cobertura da operadora. Prova disso é a reação otimista de Avelar ao ser informado sobre a possibilidade da Anatel licitar a faixa 1,9 GHz - hoje utilizada pelas operadoras fixas com tecnologia WLL (wireless local loop) como Vésper, Telemar e GVT para oferta de serviços de voz e de inclusão digital - para telefonia móvel. "É uma ótima idéia", diz o executivo.
 
Os concorrentes não concordam. "Não sou contra nem a favor do leilão WLL para a telefonia móvel. Só acho que vai haver contestação por parte de algumas operadoras que compraram as licenças 1800 MHz - todas as operadoras GSM -, porque é uma mudança de jogo para tentar acomodar o interesse de uma única operadora do setor", opina Ricardo Sacramento, presidente da Brasil Telecom GSM. As maiores vítimas, nesse caso, serão os acionistas da Telemig Celular, que há anos aguardam a venda da empresa, cuja única suposta compradora é a Vivo, já que a Claro perdeu o interesse pela empresa ano passado, quando adquiriu a licença na região.
 
E o mercado
 
Além dos interesses em jogo, a decisão da Anatel também interfere na oferta de serviços, na soma dos recursos públicos e até no resultado da balança comercial do País. Isso porque a terceira geração permite muito mais serviços multimídia; gerará recursos para os cofres do governo com a venda de licença do uso do espectro de freqüência, e a construção das redes pelas operadoras amplia a diversidade dos terminais de celulares produzidos no País, que representaram 64% das exportações do setor telecomunicações, que ano passado exportou 1,1 bilhão de dólares. Em 2003, os celulares foram responsáveis por 80% do 1,3 bilhão de dólares exportado pelo segmento.
 
Para se ter idéia do que representa o peso da oferta 3G, basta lembrar que ano passado a Oi recorreu ao Conar (Conselho Nacional de Auto-Regulamentação Publicitária) para impedir o anúncio publicitário da Vivo que tinha o slogan "3G, o futuro na sua mão" com a justificativa de que a líder do setor não oferecia tais serviços porque as licenças ainda não tinham sido leiloadas pela Anatel. Um ano depois, o conselheiro José Pereira Leite Filho começa seu discurso sobre a terceira geração da seguinte forma: "A Vivo já está oferecendo terceira geração por meio das licenças SMP (Serviço Móvel Pessoal) e SCM (Serviço de Comunicação Multimídia). Não tem sentido falar sobre novo serviço porque com essas licenças qualquer operadora pode oferecer tudo no celular. O que vamos licitar é apenas o uso do espectro de freqüência".
 
O deputado Júlio Semeghini (PSDB-SP) alerta que o edital 3G não é tão simples assim. "Não basta só vender o espectro, é importante que se discuta também como será a transmissão do conteúdo via celular porque há uma preocupação muito grande por parte das operadoras de TV paga nesse sentido", afirma.
 
Diante de tantas encruzilhadas, tudo indica que somente no segundo semestre de 2006 é que a Anatel deve publicar o edital da terceira geração, após ter postergado por diversas vezes o cronograma do tal leilão. E, se isso for comprovado, a indústria só sentirá o reflexo da 3G a partir de 2008, já que o prazo tradicional para as concessionárias colocarem suas propostas em ação é de um ano.
 
Newton Scartezini, diretor da área de telecomunicações da Nortel e um dos representantes da Abinee (Associação Brasileira da Indústria Eletroeletrônica), defende que, em princípio, as políticas públicas têm de ser pró-ativas e não restritivas. "Isso significa que abrir a possibilidade do leilão da 3G neste momento é ideal porque não vai contra aos princípios do modelo de privatização de telecomunicações: universalização e competição", complementa Scartezini.
 

----- Original Message -----
From: M L A
To: wirelessbr@yahoogrupos.com.br
Sent: Sunday, September 04, 2005 12:19 AM
Subject: [wireless.br] [3G] Reflexões sobre a situação atual no Brasil.
Olá, Comunidade WirelessBRASIL.
Marcelo Luiz Arakaki escrevendo:
 
(as opiniões abaixo são apenas especulações pessoais e não refletem necessariamente a opinião da empresa onde trabalho)
 
Ontem (02.set.2005) participei do evento "3G no Brasil", com palestras de pesos-pesados de telecom do Brasil. Notei três pontos muito curiosos:
 
(1) Entre os patrocinadores, estavam QualComm, NEC, Nokia, Motorola, Ericsson, Huawei e Nortel... Só fabricantes de infra e de aparelhos!
(2) Entre os palestrantes, só a operadora Vivo falando sobre o 1X EV-DO e sobre os seus serviços de 3G da campanha ">" (ie "play" ).
(3) A total falta de explicação sobre o terceiro adiamento do edital de licitação das faixas "core-band" (1.9~2.1GHz) do WCDMA para 2H2006.
 
A pergunta que ficou no ar entre cada um dos participantes foi:
Uma vez que altos representantes da Anatel e do Minicom estavam presentes no evento e poderiam ser pressionados (e foram, mas apenas pelos jornalistas de plantão) a acelerar a licitação das faixas do WCDMA, então, por que a ausência das operadoras GSM e da fabricante Siemens (um player muito importante do setor)?
 
O evento mostrou que o preço atual das rádio-bases 3G já chegaram ao mesmo patamar das rádio-bases 2,5G. O mesmo ainda não ocorre com os terminais, mas já se encontram aparelhos 3G na faixa entre U$200 e U$300. Além disso, vários estudos mostram que a receita média do usuário 3G está entre 30% a 70% acima do usuário típico de 2,5G.
Ou seja, o 3G só traz vantagens para todos os lados, tanto operadoras e fabricantes como para o usuário. Porém, por questões tecnológicas, somente a Vivo já oferece 3G no Brasil com sua rede 1X-EV-DO, obtendo assim uma diferenciação importante em sua oferta de serviços.
As operadoras GSM deveriam estar deseperadas com a notícia de mais um atraso na licitação das "core-band" do IMT-2000 (faixas 3G do WCDMA) pois no 2H2006 teremos eleições presidenciais ou seja o próximo ano será muito complicado. Surpreendentemente, não há barulho sobre esse assunto e sim calmaria...
Como interpretar isso?
 
Eis minhas especulações que gostaria de compartilhar com este grupo e iniciar um debate:
Talvez, às operadoras estabelecidas no Brasil, tanto GSM como CDMA, não interesse que a licitação das faixas do WCDMA ocorra antes de 2006.
Pra Vivo que já oferece serviços 3G em 1X EVDO, acho que as faixas de WCDMA provocariam uma discussão estratégica importante pois são no mínimo um recurso escasso (frequências de rádio).
Para as operadoras GSM, acho que as faixas de WCDMA provocariam uma nova onda de investimentos, mas as operadoras GSM estão hoje muito enfraquecidas financeiramente devido aos pesados investimentos em GPRS/EDGE, subsídios de terminais e campanhas promocionais.
O fato é que as operadoras GSM do Brasil estão aparentemente satisfeitas pois estão conseguindo aumentar seu market-share a taxas elevadas mesmo sem o diferencial do 3G.
Por outro lado, já vemos o lançamento de terminais com WiFi no mercado, ou seja, o posicionamento mercadológico do WiFi_LAN (e futuramente do WiMax_MAN) deverá "roubar" grande parte do tráfego de dados de alta-velocidade do 3G_WAN e esvaziará boa parte de seu plano-de-negócios.

Neste cenário, caso a licitação do "core-band WCDMA" acontecesse em 2005, então certamente a Anatel venderia, no melhor caso, as faixas pelo preço mínimo, com o risco (para as operadoras já estabelecidas) de entrar um quinto jogador (que tal a Vodafone?) com cobertura nacional em 3G_UMTS e melhor condição financeira...
Mesmo para a forte indústria de exportação de terminais montados no Brasil, o 3G_WCDMA (UMTS) pouco interessa pois os principais clientes na América Latina não vão comprar porque as operadoras latinas (exceto Venezuela e Costa Rica) "ocuparam" o "core-band" com licenças de PCS (versão americana do SMP em 1.9GHz)...
 
Avançando ainda mais nas especulações:
Se a licitação das "core-bands" escorregar para 2007 devido ao lobby dos interessados e/ou às eleições presidenciais de 2006, então teríamos o UMTS (padrão 3G europeu) ou WCDMA (interface aérea do UMTS) implantado em 2008 e disponível comercialmente em 2009...
Ora, com o avanço de hot-spots e hot-zones WiFi pelo Brasil afora, com a chegada do WiMax móvel em 2008 e o amadurecimento da tecnologia Mesh-Network até 2009, então acho que podemos dizer adeus às chances do UMTS acontecer no Brasil... mesmo com HSDPA (high speed digital packet access).
Sem contar com os terminais, smartphones, PDAs e notebooks com WiFi e WiMax nativos (viabilizados pela nova geração de chips Intel).
Enquanto isso, a QualComm comprou a Flarion, totalizando mais de 200 patentes-chave em OFDM (tecnologia essencial para o WiMax)...
E, por enquanto, vai lançar a rev.A em 2006 para permitir VoIP em 1XEVDO...
 
Por fim, caso a situação atual permaneça, os sinais acima indicam que, exceto a Vivo, o Brasil poderá ir direto para 4G na banda de 2,5GHz (a única atualmente com chances de se tornar universal) em redes IMS (== SoftSwitch + IMS) antes de 2010...
 
Abraço a todos,
 
Marcelo Luiz Arakaki.
(pessoa física).

----- Original Message -----
From: M L A
To: wirelessbr@yahoogrupos.com.br
Sent: Monday, September 05, 2005 6:13 PM
Subject: [wireless.br] Re: [3G] Reflexões sobre a situação atual no Brasil.

 
Olá, Comunidade WirelessBR.
Marcelo Luiz Arakaki escrevendo:
 
Fernando Botelho, você é um especialista em regulamentação e poderia esclarecer um ponto adicional às minhas especulações anteriores: Parece-me que há uma limitação regulatória (Anatel) sobre o tamanho máximo de faixas de freqüência que uma operadora celular pode licenciar no Brasil: até 50MHz de banda para uma única operadora. Se você puder confirmar tal limitação, então algumas importantes operadoras GSM estariam impedidas de participar do leilão da Anatel das "core-bands" do UMTS pois hoje já possuem uns 40MHz entre as faixas de 800MHz (bandas A/B), 900MHz (extensão) e 1.8GHz (bandas D/E). A única saída seria migrar 100% de suas bases TDMA para GSM e devolver as licenças em 800MHz pra Anatel... Mas, isso levaria muito tempo... e, assim, mais um bom motivo pra adiar/cancelar o UMTS no Brasil.
 
Resumo-da-ópera: Tecnólogos do Brasil e membros desta lista, tudo indica que vamos direto pra 4G antes de 2010. Vamos reciclar nossos conhecimentos: (a) de redes de acesso com interfaces aéreas baseadas em TDMA/CDMA para novas redes OFDM/MIMO (com WiFi turbinado e WiMax móvel); e (b) de redes de comutação espacial-temporal para redes IMS (soft-switch + SIP). E lembrem-se também do roadmap de evolução dos terminais móveis!!!  
Abraço, 
MLA.

----- Original Message -----
From: M L A
To: wirelessbr@yahoogrupos.com.br
Sent: Wednesday, September 07, 2005 12:22 PM
Subject: Re: [wireless.br] Re: [3G] Reflexões sobre a situação atual no Brasil.

Fernando,
Primeiramente, agradeço sua mensagem e seus questionamentos, sempre muito interessantes e bem escritos...

Em segundo lugar, gostaria de apresentar alguns pontos que talvez poderão nos indicar uma saída possível para o futuro impasse regulatório previsto por você:

(a) Poderíamos muito simplificadamente expressar a essência de cada geração celular da seguinte maneira, tendo em conta sua aplicação matadora (killer-application): 1G = voz móvel (analógico); 2G = "olho-mágico" ou BINA (B identifica número de A); 2,5G = dados móvel (SMS,WAP); 2,75G = downloads (MP3); 3G = videofone; e 4G = TV digital. Note que tal classificação é inteiramente baseada em serviços pois é isso que o usuário percebe e não a tecnologia. Assim, entendo que 3G ou 4G são essencialmente um conjunto de serviços avançados. Os padrões e as tecnologias apenas determinam quais serviços podem ou não ser suportados pelas redes das operadoras, podendo até mesclar alguns serviços de diferentes gerações em uma mesma rede (infraestrutura).

(b) As recentes declarações da própria Anatel afirmam que a convergência tecnológica, cujo nome comercial passou a ser divulgada como "triple-play", está mostrando que não faz mais sentido criar uma grande multiplicidade de licenças, pois o meio físico (par-de-cobre ou ar) são capazes hoje em dia de transportar os serviços de voz, dados e TV simultaneamente. Assim, já caminhamos para a unificação da licenças em torno do serviço SCM (serviço de comunicação multimídia). Ou seja, uma operadora futuramente deveria apenas ter duas licenças: uma SCM (para prestação de serviços) e um meio físico (cobre ou ar, para suportar a transmissão). O termo jurídico "destinação" (criado pela Anatel para regular o uso primário e secundário de uma banda de freqüência) cada vez mais seu perde significado .

(c) Por outro lado, as limitações tecnológicas de outrora permitiram criar historicamente um arcabouço regulatório em torno dos serviços de comunicação de interesse coletivo, isto é, os serviços de segurança pública (bombeiro, polícia e escuta telefônica), integração nacional (longa-distância) e progresso econômico (agilidade nos negócios). Sobre tais serviços básicos surgiram os serviços de valor agregado (SVA), aproveitando os pesados investimentos já feitos para prestar os serviços básicos. Entre os SVA, destacamos a Internet. Porém, apesar da Internet ter nascido comercialmente como SVA por volta de meados dos anos '90, hoje em dia, com a difusão do VoIP (ou voz sobre internet), começamos a nos dar conta da inversão dos papéis: A internet está se transformando em serviço básico e a voz um agregado! Assim, a Anatel estaria enfrentando a dificílima situação de passar a ter de regular um serviço agregado...

(d) Acredito que os caminhos do 3G e do WiFi/WiMax sejam atualmente complementares e, portanto, conciliáveis. Enquanto 3G/4G são redes WAN (nacionais ou interurbanas), concentrando um acompanhamento mais próximo da Anatel, WiFi/WiMax são respectivamente redes LAN (locais ou residenciais) e MAN (metropolitanas), desfrutando de maior liberdade regulatória. Porém, caso o WiFi/WiMax acelere sua evolução e adoção com a inclusão da mobilidade (handover inter-células e roaming inter-redes), então haverá uma ruptura. No caso do Brasil, há 20 anos neo-liberal e onde se vive uma falsa democracia (pois temos a liberdade de escolha, mas as opções nos são impostas pelo poder econômico), o 3G_UMTS está sendo inviabilizado com o atraso do leilão das core-bands pela Anatel. Ainda não sei avaliar os impactos positivos e negativos desta tendência, mas certamente estaremos nos alinhando à situação do resto das Américas, incluindo dos EUA, apesar de termos 110MHz livres nas core-bands do UMTS e nossos vizinhos não.

(e) Por fim, enquanto a Anatel se vê contingenciada em seu orçamento anual, sendo exposta à humilhação pública de desativar seu call-center, os fabricantes (redes e terminais) investem dezenas de bilhões de dólares por ano em inovação tecnológica... sem contar as startups financiadas por capitais de risco. Assim, a velocidade da Anatel em regular os serviços seria muito inferior à velocidade da tecnologia em obsoletar as regras...

Considerando a defesa do interesse público (emergência e segurança) e estratégico (universalização e competição), acho que uma saída seria unificar as licenças em torno da SCM; concentrar apenas em voz, numeração, interconexão, portabilidade, espectro e saúde; e operar a transição equilibrada para a nova realidade convergente.

Abraços,

Marcelo Luiz Arakaki.


 

Anatel licitará quarta licença para telefonia móvel
Sexta-feira, 2 setembro de 2005 - 12:44
Ceila Santos

 
O conselheiro da Anatel, José Leite Pereira Filho, afirmou nesta sexta-feira, 02/09, que a quarta licença de telefonia móvel voltará a ser licitada. "Há uma urgência por parte da Anatel em lançar ainda neste ano as licitações referentes aos estados do Nordeste e de São Paulo", explicou o conselheiro.
 
Em 2004, quando a Anatel tentou vender pela segunda vez os lotes para a região de São Paulo e para os estados de Alagoas, Ceará, Paraíba, Piauí, Pernambuco e Rio Grande do Norte - que compõem um único lote -, não obteve nenhuma proposta por parte das operadoras. Entretanto, o conselheiro acredita que desta vez haverá interesse. Por quê?
 
Ele responde que muitas empresas têm lacunas em suas coberturas de rede e ainda sinaliza: "A Oi, por exemplo, tem de se transformar numa empresa nacional porque é extremamente importante para seu crescimento". Leite relembra que nessas áreas ainda não há um quarto competidor para estimular a universalização da telefonia móvel.
 
Terceira geração
 
O conselheiro também sinalizou durante evento "Aplicações 3G - Mercado, Tecnologia e Regulamentação", realizado em São Paulo, que a terceira geração terá novas alternativas além das faixas de frequência - 1,9 GHz e 2,1 GHz - já destinadas para o uso da tecnologia. " Hoje, o Brasil tem um espaço de 300 MHz disponível quando analisamos todo o espectro de frequência, inclusive as já utilizadas para as bandas atuais como 850 MHz, 950 MHz e 1,8 GHz. Por isso, vamos remanejá-las da melhor maneira possível", destacou.
 
Para isso, a Anatel está avaliando a eficiência do uso do espectro pelas operadoras, revelou o gerente geral de certificação e engenharia do espectro da Anatel, Francisco Carlos Giacomini Soares. Esse estudo poderá inclusive migrar a faixa destinada para o uso da tecnologia WLL ( Wireless Local Loop) pelas operadoras fixas (utilizado hoje pela GVT, Vésper/Embratel e Telemar) para a telefonia móvel. "Há estudo interno para essa possível migração. Caso seja comprovado, será uma nova licença licitada em breve", sinalizou.
 
Soares ainda confirmou que esta licitação é mais uma alternativa para a Vivo preencher suas lacunas de cobertura. A Vivo, de acordo com a análise do executivo da Anatel, poderá adquirir tanto essa possível licença da faixa 1,9 GHz - hoje utilizada pelas operadoras fixas com tecnologia WLL - como também poderá participar do leilão 3G e da quarta licença, que será licitada ainda neste ano.
 
A informação de qua a faixa WLL das operadoras fixas poderá ser licitada para telefonia móvel causou rebuliço entre os participantes do evento. Entretanto, o conselheiro Leite amenizou a situação escalrecendo que "a Anatel, sem causar nenhuma surpresa às concessionárias, poderá licitar parte da faixa destinada ao WLL porque a concessão dessa faixa para as empresas de telefonia fixa é válida até o dia 31 de dezembro de 2005".
 
Ele ainda acrescenta que as faixas mal utilizadas pelas atuais operadoras serão revistas para que não haja ineficiência do uso já que o espectro trata-se de um recurso limitado e escasso no setor de telefonia mundial. Entre as faixas que poderão ser revistas estão a 850 MHz, 950 MHZ e 1,8 GHz - utilizada pelas atuais operadoras móveis -, a 2500 MHz - utilizada pelas operadoras de TV -, e a 1,9 GHz - utilizada pelas operadoras fixas com WLL. O motivo da reformulação das faixas utilizada pelas operadoras móveis seria a migração da tecnologia TDMA para CDMA (no caso da Vivo).
 
Já a faixa destinada às operadoras de TV pode ser revista somente em 2009, quando a Anatel prevê alocar espaço também para as prestadoras SCM. E no caso da faixa utilizada com tecnologia WLL pelas operadoras fixas, os motivos são tanto regulatórios (concessão termina dia 31 de dezembro de 2005) quanto pela ineficiência de uso.
 


Qualcomm: 80% dos celulares no futuro será 3G
Sexta-feira, 2 setembro de 2005 - 16:26
Ceila Santos, COMPUTERWORLD

A Qualcomm acredita que, no futuro próximo, 80% da base de celulares será de terceira geração. Atualmente, essa proporção pertence à tecnologia GSM, que detém 1,3 bilhão de assinantes.
 
Hoje, mundialmente, já existem 140 modelos de aparelhos de terceira geração com 42 milhões de assinantes no mundo -assinantes de 2G e 2,5G somam 262 milhões de usuáios. A perspectiva é de que em 2006 esse número chegará a 97 milhões.O número de assinantes 3G deve superar o de outras tecnologias em 2009.
 
"Terceira geração representa uma grande oportunidade de exportação para o Brasil. De acordo com a Abinee, o Brasil exportou 1 bilhão de dólares em telecom. Isso deve ser multiplicado com 3G , além do fato de que a tecnologia garante a universalização da telefonia naqueles municípios em que não chega a telefonia fixa", declarou o vice-presidente de operações da Qualcomm, Valerijonas Seivalos.
 
Dados da In-Stat/MDR citados pelo executivo prevêem que as vendas de celulares com tecnologias 2G e 2,5G superam as de aparelhos 3G há anos. Em 2003 e 2004, as vendas foram de 415 milhões e 104 milhões, e 463 milhões e 169 milhões, respectivamente. Este ano, os fabricantes devem vender 452 milhões de unidades de celulares 2G e 2,5G contra 224 milhões de telefones 3G. Em 2006, os números serão de 414 milhões e 281 milhões, ainda em favor dos equipamentos 2G e 2,5G.
 
Os números praticamente se igualam em 2007, com 369 milhões (2G e 2,5G) e 348 milhões de celulares comercializados, e devem se inverter, segundo as previsões do instituro, em 2008. Na ocasião, as vendas de aparelhos 3G chegarão a 463 milhões, ante 316 milhões de modelos de 2G e 2,5G.
 
De acordo com outro levantamento, este da Strategy Analytics, o número de assinantes de terceira geração deve superar o de 2G e 2,5G em 2009, quando a tecnologia deterá 529,7 milhões de assinantes pelo mundo. Segundo o estudo, na mesma ocasião, os assinantes de 2G e 2,5G somarão 482,1 milhões de usuários.
 
Os números foram apresentados Seivalos durante o seminário 3G no Brasil, que acontece nesta sexta-feira (02/09), em São Paulo.
 


Anatel: 3G só sai com contrapartida de operadoras
Terça-feira, 16 agosto de 2005 - 15:58
Ceila Santos
O presidente da Anatel, Elifas Chaves Gurgel do Amaral, sinalizou que o edital da terceira geração, previsto somente para 2006, terá metas de universalização como contrapartida para as operadoras móveis. "Acredito que para este ano não seja possível abrir o edital da 3G", afirmou o presidente da Anatel, nesta terça-feira, (16/08), durante a segunda edição da ExpoCelular, evento promovido pelo Teleco, comunidade especializada em telecomunicações.
 
Gurgel do Amaral ainda informou que a agência está analisando uma contrapartida para as operadoras interessadas em adquirir licença 3G. "Ainda não está definido se serão metas de universalização. Mas já está certo que a 3G pode ser uma alterantiva para atender à ausência de cobertura nos pequenos municípios", revela.
 
O presidente da agência ainda justifica que não deverá ter resistência por parte das operadoras móveis porque o discurso do setor é em prol à universalização. "Tudo que vier ao encontro à inclusão social será avaliado na elaboração do edital  da 3G", conclui Gurgel do Amaral.

 
Terça-feira, 26 julho de 2005 - 16:48
Ceila Santos
A "eterna" dúvida de como a Vivo irá oferecer serviços no Estado de Minas Gerais pode ser sanada assim que a Anatel abrir o leilão da terceira geração no País. Pelo menos foi essa a sinalização dada pelo presidente da operadora, Roberto Lima, nesta terça-feira, 26/07.
 
"A Vivo tem interesse de entrar em Minas Gerais por meio da 3G", diz Lima. Ele ressalva que existe outras alternaltivas -- referindo-se á compra da Telemig Celular -- e que os controladores estão atentos á essa oportunidade. Mas, reafirma o executivo, que a terceira geração parece ser a mais interessante.
 
Ele ainda detalha que o impacto de investimento necessário para construção da rede 3G não é grande. "O aumento de custo comparado á uma rede de geração intermediária é marginal. além disso, a receita proporcionada pela 3G é bastante elevada"


Site da Telebrasil
Fornecedores incentivam 3G para América Latina e Caribe
01/07/05 
João Carlos Fonseca

O 5o Congresso GSM Brasil 2005 objetivou incentivar, junto a 200 especialistas, a adoção na América Latina e no Caribe da terceira geração celular, como já começa a acontecer em outras partes do mundo. O evento contou com a participação, dentre outros, da Claro, Oi, Qualcomm, Siemens, Telemig Celular, TIM e WeDo, empresas associadas TELEBRASIL.
 
A primeira geração celular (1G) foi analógica e a segunda (2G), digital de banda estreita. Surge, comercialmente, a terceira (3G) geração celular digital de banda larga para multimídia.
Há duas grandes correntes para o 3G:
- o UMTS (Universal Mobile Telecommunications System)/ WCDMA (wideband code division multiple access) de influência européia e
- o CDMA 2000 de influência norte-americana.
 
A luta pela hegemonia opôs na 2ª geração celular o GSM (global system mobile) europeu ao sistema CDMA (code division multiple access) norte-americano, com o PDC (personal digital cellular) circunscrito ao Japão.
O fato lembra a briga entre os padrões de 50 Hz (europeu) e 60 Hz (norte-americano) para sistemas de energia elétrica e que viria a influenciar, mais tarde, os padrões mundiais da tevê analógica.
 
Durante o evento, a Siemens, em pré-conferência, enfocou o desenvolvimento de redes, rumo à próxima geração celular.
As operadoras de serviços móveis Claro, Colômbia Móvel, Digicel (El Salvador), Movistar Chile, Oi, Sercomtel Celular, Telemig Celular, TIM Brasil e TIM Peru apresentaram seus cases, enquanto as estatísticas e os rumos do GSM foram dados pela Associação mundial GSA.
 
Nelson Takayanagi, da Anatel, traçou um panorama das prioridades regulatórias para a Região.
A Orga alemã enfatizou os sistemas de faturamento em tempo real, convergindo as modalidades pré e pós-pagos.
A Axalto, o uso do SIM (Subscriber Identity Module) como canal de acesso para serviços de valor agregado.
A Datamat discutiu o processo de revenue insurance com testes da receita;
a SmartTrust, o gerenciamento de aparelhos móveis, com a plataforma OTA (over the air activation);
a Signals, a convergência fixo-móvel;
e a WeDo Consulting, a infra-estrutura de roaming para novos serviços.
 
"O próximo Congresso GSM Brasil já está marcado para 2006, de 20 a 22 de junho, no Rio de Janeiro", afirmou Marcelo Toledo, gerente de Comunicação do IBC – International Business Communications –, organizadora do evento.
 
Durante o Congresso, acompanhado de minifeira, um painel de especialistas discutiu, com ampla abundância de siglas – algumas novas e outras nem tanto –, a evolução da tecnologia celular rumo à terceira geração 3G, tendo como debatedores o vice-chairman do UMTS Forum para América Latina, Mário Baumgarten; Paulo Breviglieri, da Qualcomm; e Colin Griffiths, da Cable and Wirelles, a maior patrocinadora do evento.
 
Visão da Qualcomm
 
O palestrante da Qualcomm deu um panorama geral da transição da segunda para a terceira geração celular, além de discorrer sobre a família de chipset que a empresa californiana desenvolveu para 3G.
Iniciou recordando que o IMT-2000 (International Mobile Telecommunications 2000) foi uma iniciativa da UIT (União Internacional das Telecomunicações) na década de 90, destinada a facultar o roaming global (conexão celular fora da área de origem), em velocidades de 144 kbit/s a 2 Mbit/s, em torno de cinco padrões tecnológicos.
 
Das cinco soluções aceitas pelo IMTS-2000, três foram em tecnologia CDMA (code division multiple access):
1) direct sequence WCDMA (wideband CDMA) nas versões TDD (time division duplex), no qual transmissão e recepção são na mesma freqüência;
2) FDD (frequency division duplex), onde transmissão e recepção são simultâneas, porém em freqüências distintas; e
3) o multicarrier solution para o cdma 2000.
Há duas soluções (4 e 5) TDMA (time division multiple access), hoje abandonadas.
 
Para a terceira geração 3G,
- a iniciativa 3GPP (third generation partnership project), de cunho europeu, apoiou o padrão WCDMA,
- ao passo que o 3GPP2 (de influência norte-americana) resultou no CDMA 2000.
Ainda há o TD-SCDMA (time divison – synchronous CDMA), adotado na China.
Todos os padrões 3G estão apoiados na tecnologia de acesso rádio por divisão em código (CDMA).
 
A primeira grande alternativa para 3G, o padrão WCDMA, utiliza nova faixa de freqüência rádio, utiliza portadoras de 5MHz de banda e introduz como melhorias o HDSPA (high speed downlink packet access) e o HSUPA (high speed uplink packet access) para manter altas velocidades de transferência da informação e baixa latência com o handset.
O UMTS/WCDMA apresenta um espalhamento de sinal de 3,84 Mchips com o que se ganha em capacidade.
 
A segunda grande alternativa para 3G, o padrão CDMA 2000, optou por uma largura de canal de 1,25 MHz dando suporte às versões
- 1X-RTT (single radio channel, radio transmission technology),
- 1XEVDO (evolution data only),
- 1XEVDO escalonável e
- 1XEVDV (evolution data and voice), também denominadas de geração 2,5 G.
O TD-SCDMA, chinês, opera com sincronismo de freqüências (o que evita interferências) e em duplex de freqüências (uma para transmissão e outra para recepção).
 
O padrão WCDMA para 3G (versão de 1999) está em operação na Europa, EUA e Ásia com cerca de 50 milhões de handsets, a metade dos quais no Japão.
Vários releases promovem o upgrade do padrão WCDMA.
- O release 4.0 introduz o TDD.
- O release 5.0 introduz o HDSPA e a QoS (qualidade de serviço) com protocolo de transporte UTRA (UMTS radio terrestrial network).
- O release 6 introduz o MB&MS (multimedia broadcast and multicast service).
 
Do ponto de vista da tecnologia, o HDSPA otimiza o downlink com QPSK (quadrature frequency shift keying) e 16 QAM (quadrature amplitude modulation) e faz correção híbrida de sinal HARQ (hybrid automatic repetion request) que se vale do uso de FEC (forward error code).
Operacionalmente, o HDSPA suporta até 12 UE (user equipment), tecnologicamente distintos.
O HSUPA (high speed uplink packet access) completa a bidirecionalidade.
O HDSPA apresenta latência de 40 a 100 ms, o que lhe permite concorrer com a VoIP (voz sobre IP), que utiliza o modem ADLS (asyncrhonous digital local loop) sobre par de cobre da rede do serviço de telefonia fixo comutado (STFC).
 
Paulo Breviglieri mostrou a anatomia de um handset equipado com um chipset para RF (radiofreqüência), outro para PM (power management) e ainda terceiro que atua como interface modem.
A tecnologia da Qualcomm suporta 17 operadoras, na Ásia e Europa, com 26 projetos distintos.
Os 10 chipsets, das séries 6xxx e 7xxx, da Qualcomm, se repartem em quatro linhas:
1) para voz e dados básicos e de baixo custo;
2) para aplicações multimídias avançadas (câmera de 2 Mpixels);
3) para serviços multimídia sofisticados (câmera até 4 Mpixels); e
4) para aplicações convergentes (câmera até 6 Mpixels).
 
Dando uma idéia da convergência, o modelo 7600 cobre as tecnologias CDMA 1X, 1X-EVDO DO release A, UMTS/WCDMA/ HSDPA/ GSM/ GPRS/ EDGE, com um só chipset.
O enfoque da Qualcomm para tevê é o Midia FLO (forward link down load optimizer) com operação a 700 MHz. Nos EUA, a Qualcomm opera o canal de tevê 51 em parceria com operadores móveis para broadcast e mídia.
 
Visão UMTS
 
O vice-chairman do UMTS (Universal Mobile Telecommunications System) Forum para América Latina, Mário Baumgarten, afirmou que o projeto celular de terceira geração 3G é de longa duração (até 2020), mas que o horizonte que o 3GPP descortina é até 2010.
 
Atualmente, as tecnologias celulares de segunda geração (2G) se repartem 73% no padrão GSM (global system mobile); 14% no padrão CDMA (code division mutiple access); 7% no padrão TDMA (time divison multiple access); 4% no padrão PDC (personal digital cellular) japonês; e 2% nos outros padrões.
 
Na transição da segunda para a terceira geração celular, o padrão TDMA, em extinção, migra para o padrão GSM (global system mobile), que, juntamente com o PDC, converge para o UMTS que engloba padrões W-CDMA, TD-SCDMA (time division synchronous CDMA), HSDPA, HSUPA e MA (este suporta tecnologias complementares como LAN, Wi-Max, Wi-Fi).
Na linha de ação do CDMA (code division multiple access), a evolução ocorre com a versão 1XRTT (single radio transmission technology) migrando para 1XEVDO (data only) e talvez 1XEVDV (data and voice) denominadas de 2,5G.
 
O GSM-EMH (global system mobile-emerging market handset) surge para dar suporte a terminais de baixo custo. São previstos 1 milhão de handsets, GSM-EMH, até 2015 e que vão migrar para o UMTS.
O padrão GSM (segunda geração) caminha para o GPRS (general packet radio service) e para o EDGE (enhanced data rates for GSM evolution), cujo release 4.0 enfatiza a QoS (quality of service) e os releases 5.0 e 6.0, o controle pelo IMS (internet protocol multimídia subsystem) que permite uma rede toda em IP (internet protocol), sem uso de tecnologia de transporte ATM (asynchronous transfer mode).
 
O IMT-2000, da UIT, que utiliza o espectro de 1.9 a 2.1 GHz, já tem 120 licenças em 40 países.
Das oito maiores operadores celulares do mundo -- China Mobile, Vodafone, China Unicom, T-Mobile, Orange, NTT DoCoMo, TIM, Verizon – apenas a Verizon e parte da China Unicom não optaram pelo UMTS/WCDMA europeu para sua migração para 3G.
 
Mostrando otimismo quanto à implantação da terceira geração UMTS/3G, disse Mário Baumgarten que o gargalo de handsets para a terceira geração está superado e que há centenas de modelos e serviços disponíveis, como para o escritório móvel.
Os portais são um dos pilares da evolução para o 3G.
A dados de maio 2005, o mundo já possui 22 milhões de terminais UMTS/3G e são 64 redes UMTS ativadas em uso comercial para 31 países, com 57 redes em construção.
 
Alertou o palestrante que, do ponto de vista do cliente 3G, espera terminais e serviços mais atraentes, a um custo não muito mais acima do que paga pelos serviços 2,5G.
O sucesso da implantação do celular de terceira geração requer, todavia, que todos os elementos da nova cadeia de valor compareçam a tempo no mercado.
Serviços de grande apelo como o vídeo é um diferencial de sucesso. O custo pago pelo espectro deve ser baixo como pelo uso de leilão reverso.
 
Explicou ainda Baumgarten que o HSDPA (high speed downlink packet access) é um novo diferencial que aumenta a velocidade da comunicação -- fica entre 700 kbit/s a 10 Mbit/s sobre uma portadora WCDMA com 5 MHz de faixa – entre a ERB (estação radiobase) e o handset.
O HSDPA utiliza a tecnologia de scheduling (em tempo) e não mais de pipes (em freqüência) e é complementado pelo HSUPA (high speed uplink packet access) no sentido reverso.
O padrão UMTS/WCDMA está no processo da melhoria para a recepção da tevê digital MPEG-2 (compressão de sinal do Motion Experts Group) e de sua convergência com o padrão DVB-T (digital video broadcasting - terrestrial).
 
Para o futuro, o projeto da UIT é o da Internet portátil em que todo cidadão do mundo poderá estar conectado por ligações de 16,6 kbit/s a 50Mbit/s em qualquer lugar.
Na WRC (world radio conference) da UIT, que acontece em 2007, haverá mais espectro disponível a ser liberado pela entrada da televisão digital.
Previu Baumgarten que os operadores de telefonia móvel para as classes de mais baixa renda vão lutar pela faixa de 470-600 MHz.
 
Visão da Cable and Wireless
 
Colin Griffiths da Cable and Wirelles, tradicional operadora inglesa de longa distância, defendeu que o cliente corporativo, hoje, requer serviços "sem costura", tal como roaming internacional para acessar serviços como o da Internet móvel em qualquer parte do mundo que se encontre.
Um dos desafios da geração 3G é operar, sem problema maior, com o legado da geração 2G.
O negócio de serviços de valor adicionado (VAS) sobre plataformas IP (Internet Protocol) está avaliado em milhões de dólares.
A Cable and Wireless está interessada nas redes de nova geração (NGN) e na oferta de serviços IP da terceira geração celular 3G.
 
O comutador 3G GRX (GPRS roaming exchange) quer oferecer o serviço IPX (internet protocol exchange) para formação de redes privadas virtuais (VPN) dotadas de mobilidade.
O MMX (multimídia message exchange) provê à comutação de mensagens multimídia (voz, dados, vídeo).
O MSX (mobile session initiation protocol – SIP exchange) se refere à comutação de sessões interativas multimídia.
Para o futuro, estão previstos o RSX (roaming signalling exchange), comutação de sinalização de roaming e o MVX (mobile VoIP voice over internet protocol exchange) para comutação de voz sobre IP, móvel.
 
O palestrante defendeu a chegada do IMS (internet protocol multimídia subsystem), uma extensão do core da rede IP – otimizado para todo tipo de tráfego – do GSM/ 3GPP e do GPRS (general packet radio service), que utiliza o SIP (session initiation protocol) para efetuar, manter e terminar sessões de voz e multimídia por pacotes e na parte rádio, o GERAN (GSM/EDGE radio access network) ou o WCDMA UTRAN (UMTS radio terrestrial Radio Access Network).
 
Glossário de termos
 
- 3GPP (Third Generation Partneship Project) – abrange cinco órgãos mundiais de padronização e coordena o W-CDMA (wideband code division multiple access);
- 3GPP2 (Third Generation Partneship Project Two) – com base no IS-41 (Interim Standard) norte-americano e acesso rádio UTRA ou cdma2000 – Chips – transição entre dois bits (binary digit) aleatórios;
- IMT-2000 (International Mobile Telecommunications 2000) – inicialmente conhecido como FPLMTS (Future Public Land Mobile Telephone System), uma iniciativa "guarda-chuva" da UIT (União Internacional de Telecomunicações) que abarca cinco padrões para 3G;
- i-mode – dados por pacotes reconhecidos em aparelhos celulares;
- UMTS (Universal Mobile Telecommunications System) – padrão europeu 3G (terceira geração celular) para áudio e vídeo até 2 Mbit/s, baseado no acesso W-CDMA (wideband code division multiple access) e parte do IMT-2000;
- UTRA (UMTS Terrestrial Radio Access) – padrão de acesso rádio que utiliza modulação BPSK e QPSK, ao passo que o GSM utiliza GMSK e TDMA;
- MIME (multipurpose internet mail extension) – permite reconhecer que tipo de arquivo você recebe pela Internet.
 

 
Embora Anatel planeje licenciar espectro para W-CDMA este ano, especialistas acham que é preciso terminais mais baratos para trazer o padrão ao País
 
Por Gustavo Casadio
 
Os serviços de dados são cada vez mais utilizados pelo usuário de telefonia móvel brasileiro, de acordo com os relatórios financeiros das operadoras. Mas será que já é o caso de pensar em 3G na América Latina? O que uma tecnologia mais avançada ofereceria que não pode ser feito com Edge ou EV-DO?
 
Antes de qualquer colocação sobre a demanda de mercado para serviços de terceira geração, é preciso esclarecer uma questão de nomenclatura. Tecnicamente, o Brasil já tem 3G. O diretor executivo para a América Latina do CDG (CDMA Development Group), Celedonio von Wuthenau, diz que, segundo a União Internacional de Telecomunicações, além do WCDMA/ UMTS, o CDMA 2000 e o Edge são consideradas tecnologias de terceira geração. O diretor para América Latina e Caribe da 3G Américas, Erasmo Rojas, concorda e diz que, se olharmos pelo aspecto de serviços, só no Brasil, Vivo, Claro, TIM e agora a Telemig Celular oferecem a possibilidade de troca de imagens, sons e vídeo pelo celular, ou seja, 3G. Contudo, todas estas aplicações estão sendo feitas nas mesmas freqüências adquiridas para prestação do SMP.
 
Mesmo sem um veredicto sobre a existência ou não da 3G no Brasil, é fato que as operadoras daqui investiram, e continuam fazendo-o, em redes antecessoras ao UMTS. "A maioria das operadoras ainda está implantando redes 2,5G", explica Luís Minoru, analista para América Latina do Yankee Group. "Existe interesse, mas não pra já. Todas as operadoras estão investindo dentro das autorizações que têm hoje, seja na migração do TDMA ou avanço de GSM e CDMA", concorda o presidente executivo da Acel-Associação Nacional dos Prestadores de Serviço Móvel Celular, Amadeu Castro.
 
Outros empecilhos para a implementação da tecnologia são pouca demanda pelos serviços e conseqüente perda de escala de produção. "No Brasil, 80% dos usuários são pré-pagos e utilizam predominantemente voz", diz Rojas. "O preço do terminal é um problema, pois, sem escala para a produção, o custo ainda é alto", acrescenta Minoru. O executivo da 3G Americas diz que um indicativo do tempo certo para a evolução é o momento em que os equipamentos de terceira geração estiverem mais baratos que os de segunda. "Quando houver maior demanda para 3G os equipamentos conseqüentemente ficarão mais baratos", explica Rojas.
 
COMPETIÇÃO TRARÁ A 3G – Para Rodrigo Abreu, presidente da Nortel no Brasil, a implantação do 1x EV-DO é mais fácil do que a migração do GPRS para o Edge. "As redes CDMA utilizam muito do que já foi instalado pelas operadoras para as redes 1x RTT." Para ele, o número de clientes em potencial é o que determina a velocidade de expansão do 3G e nem tanto o ritmo de produção dos equipamentos de rede. O executivo diz que o preço dos terminais influenciam muito esta adesão.
 
Para o executivo da 3G Americas, a competição, principalmente entre Telefônica e América Movil, irá determinar a velocidade com que estes serviços serão adotados na América Latina. A disputa de mercado também é um fato que pesará, concorda Wuthenau. "As operadoras GSM vão precisar do UMTS, pois o que têm hoje, o Edge, corresponde ao CDMA 2000, não há como concorrer com o EV-DO. Assim aconteceu com a Cingular e a AT&T Wireless nos EUA para competirem com a Verizon", sentencia, citando as duas operadoras GSM americanas que acabaram por se tornar uma só.
 
"Não vemos interesse por parte das operadoras brasileiras em adquirir licenças antes de 2007", diz Minoru. Amadeu Castro, da Acel, acredita que o interesse das operadoras brasileiras em 3G vai aumentar a partir de 2006, quando o crescimento da base começa a estagnar e, à procura de novas receitas, as empresas investirão em novos serviços.
 
Enquanto o mercado prefere esperar, a Anatel já prepara terreno para a entrada da nova tecnologia. A agência trabalha para que até o primeiro trimestre de 2005 já estejam definidas as diretrizes da terceira geração da telefonia móvel. "Nós iremos definir se teremos um novo serviço ou se iremos aproveitar o arcabouço regulatório do Serviço Móvel Pessoal (SMP), com alguns ajustes que permitirão a evolução", diz o superintendente de Serviços Privados da Anatel, Jarbas Valente.
 
EVOLUÇÃO – Outro ponto que será analisado é se um novo operador terá permissão de explorar o serviço, utilizando novas faixas ou se a solução será permitir que as atuais operadoras trilhem o caminho da evolução. "A Anatel não conseguiu vender a quarta licença em São Paulo e no Nordeste. Isto mostra que a presença de quatro operadoras pode ser muito", diz Castro, da Acel, que pede a liberação dos espectros para quem já está no mercado.
 
O modelo de negócios, que também estará nas diretrizes, estabelecerá o número de licenças, capacidade de radiofreqüência e escopo. "A idéia clara é buscar um equilíbrio nas propostas técnica e de preço na licitação, para podermos viabilizar mais o atendimento do que o retorno financeiro", revela Valente. Neste ponto, tanto o CDG quanto o 3G Americas concordam que o preço das novas licenças não pode ser alto. "No final, a conta será repassada para o usuário, que irá pagar mais pelos serviços", afirma Celedonio. Minoru, do Yankee Group, citou o modelo de beauty contest como alternativa. A proposta é de que as licenças sejam concedidas para as empresas que oferecerem maior nível de qualidade de serviço para o consumidor. Valente também ressalta que a agência analisa como fazer com que o ambiente entre as tecnologias GSM e CDMA seja harmônico para não comprometer a competição.
 
Mesmo com tantas incertezas, em um ponto as fontes ouvidas por RNT concordam: o Brasil é seríssimo candidato a ser pioneiro na implantação de redes W-CDMA na América Latina.
 
70 MILHÕES DE USUÁRIOS DE W-CDMA
 
Segundo projeções da Nokia, o mundo contará com 70 milhões de usuários de W-CDMA ao final deste ano, contra 16 milhões do final do ano passado. Até o fim do ano, o mundo deverá ultrapassar a marca dos 2 bilhões de celulares, ainda de acordo com a previsão da Nokia. "Esperamos ver a comercialização em larga escala de redes 3G/WCDMA ao longo deste ano, com mais de 100 redes com este padrão sendo inauguradas até dezembro", disse Simon Beresford-Wylie, vice-presidente executivo e gerente-geral de redes da empresa. Durante o 3GSM World Congress, que aconteceu em Cannes, França, entre 14 e 17 de fevereiro, a fabricante anunciou um novo modelo para 3G, o smartphone 6680, que traz uma câmera de 1,3 Megapixel e recursos para videoconferência, uma clara tendência nos modelos de 3G, já que a rede permite suportar este tipo de serviço que demanda banda larga. A Nokia promete colocar o produto no mercado europeu este mês por cerca de 500 euros (preço sem subsídio).
A Sony Ericsson também mostrou novos modelos para redes 3G na feira de Cannes, o K600, celular com tela grande, previsto para ser lançado no terceiro trimestre, e o Z800, um modelo do tipo dobrável (clamshell), com câmera de 1,3 Megapixel, que deve chegar ao mercado internacional no segundo trimestre. Ambos também permitem fazer videochamadas.
 

Artigo Técnico

Eduardo Lima é consultor de Estratégias Tecnológias da Siemens Communications para o Mercosul

WCDMA e CDMA 2000, tudo é CDMA?

Embora se pareçam no nome e ambas sejam interfaces aéreas da família IMT-2000, é importante reconhecer suas diferenças bem como discernir entre a simples denominação de uma interface aérea e as vantagens inerentes a um sistema celular completo.

Não bastasse a "sopa de letrinhas" que assola o mercado de telecomunicações, podemos observar seu uso, muitas vezes inadequado, por pessoas que talvez ignorem a real profundidade técnica ou o fazem premeditadamente, buscando confundir o público menos afeito ao tema.

Percebem-se no mercado referências ao WCDMA e CDMA 2000 como sendo similares. Fato é que WCDMA e CDMA dizem
respeito apenas à técnica de modulação usada na interface aérea de sistemas celulares, tendo cada um suas características e evoluções. Estamos falando de dois padrões evolutivos distintos:

GSM / GPRS / EDGE / UMTS

Nesta rota evolutiva, o WCDMA é uma das interfaces aéreas do UMTS, representando o componente FDD (blocos de freqüência pareados) do UMTS, com uma portadora com largura de 5MHz. O próprio UMTS já está introduzindo o
HSDPA e HSUPA que permitirão taxas de dados da ordem de 10Mbps (downlink) e 5Mbps (uplink).

CDMA (IS-95) / 1x RTT / 1x EVDO / 1x EVDV / 3x

O padrão original CDMA (IS-95), também passa por uma série de degraus evolutivos, com modificações em sua interface aérea, que possui uma portadora de 1,25MHz (e de 5MHz no 3x). Recentemente, para fugir do tecnicismo e potencializar o nome original, buscando maior identidade no mercado, o CDG, grupo que reúne os desenvolvedores do CDMA, adotou o nome genérico ³CDMAone² referindo-se ao IS-95 (A e B), e CDMA 2000 para designar o restante da família, que deriva do IS-95 original, e deixar as siglas das diversas interfaces aéreas restrita ao meio técnico.

Ambas interfaces aéreas (WCDMA e CDMA 2000) fazem parte da família IMT- 2000 de sistemas móveis de terceira geração (3G), definidos no âmbito da UIT. Entretanto, ao considerar a utilização de um sistema celular, é pertinente que se tenha uma visão mais abrangente que inclua outros fatores,
e não simplesmente fazer uma análise sobre a interface aérea. Dentre os fatores que têm levado diversas operadoras a optar pelo UMTS (WCDMA) no momento de introdução de sistemas avançados de 3G, podemos citar:

ROBUSTEZ
O UMTS se integra à rede GSM-MAP, amplamente utilizada, testada e aprovada no mundo.

QUALIDADE DE SERVIÇO (QoS)
A qualidade de serviço (QoS) pode ser definida e ajustada em termos de atraso admitido, probabilidade de erro e taxa de erro de frame (FER), permitindo sua adequação desde os serviços de voz, até os mais avançados serviços de dados para clientes que necessitam de maior ou menor grau de precisão. O UMTS possui em seu desenvolvimento níveis de qualidade em todas as camadas do sistema, assegurando a comunicação com o nível de QoS ajustado. Os serviços podem, inclusive, ser vendidos com níveis mínimos garantidos de QoS.

GANHOS DE ESCALA
Como o UMTS é um passo evolutivo do padrão GSM, ele já começa com um potencial de implementação sobre uma base de quase 80% de todos os usuários móveis do planeta (incluindo o Japão). Isto reflete em maior número de fabricantes, maior competição, maior oferta de equipamentos e terminais e, é claro, tendência de preços mais baixos ao longo do tempo. Sendo um sistema ³multivendor², como o GSM, ele permite a implementação e expansão da rede
com elementos de diversos fabricantes distintos, oferecendo às operadoras maior autonomia e poder de barganha em relação aos fabricantes.

ROAMING
Integrando-se à rede GSM existente e possuindo terminais UMTS/GSM, o UMTS oferece, desde o princípio, a possibilidade de operação sobre toda a rede global GSM hoje existente em cerca de 210 países dos cinco continentes e
atendendo a mais de 1,2 bilhão de usuários. Isto assegura ainda enorme potencial de serviços mais avançados, desenvolvidos para atender a demanda global de usuários.

Talvez a própria área técnica tenha contribuído para a atual confusão, ao utilizar o nome das interfaces aéreas de sistemas celulares para identificá-los como um todo, mas é preciso discernir entre a simples denominação de uma interface aérea e um sistema visto como um todo e suas
vantagens inerentes.

Voltando à pergunta que originou este breve texto, é como se, ao compararmos um Gol 1.0-16V com um Alfa Romeo 147 2.0-16V, afirmássemos que os dois são idênticos por possuírem quatro cilindros e dezesseis válvulas.

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Eduardo Lima é consultor de Estratégias Tecnológias da Siemens Communications para o Mercosul

Contato:
eduardo.lima@siemens.com