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CDMA - CODE DIVISION MULTIPLE ACCESS        (3)

Autor: Rogério Boros

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3. Spread Spectrum

Uma importante característica da Modulação por Espalhamento de Espectro é que esta provê uma proteção contra interferência externa com potência finita. O sinal causador de interferência  pode consistir de um ruído de banda larga bastante poderoso ou de uma forma de onda de múltiplas freqüências que são dirigidas ao receptor de forma a degradar a comunicação. A proteção contra estas interferências é obtida fazendo com que o sinal contendo a informação ocupe propositadamente uma largura de banda maior do que a necessária para transmiti-lo. Isto faz com que o sinal transmitido tenha uma aparência semelhante ao ruído. O sinal pode então propagar-se através do canal sem ser impropriamente detectado. 

Existem várias técnicas para gerar sinais spread spectrum [Dino]. 

3.1. Direct Sequence

O padrão IS-95 é baseado na modulação DS-CDMA. Nos protocolos DS-CDMA a informação do sinal é multiplicada diretamente por um código PN ±1 na transmissão. Para se obter o espalhamento do sinal desejado, a taxa do sinal PN deve ser maior que a taxa do sinal de informação.

 

Figura 3.1. Geração da DS no transmissor

 

O espalhamento toma lugar em relação a qualquer modulação, totalmente no domínio binário, e o sinais transmitidos são cuidadosamente limitados em banda. 

Após a transmissão, o receptor usa uma demodulação coerente para juntar o sinal, usando uma seqüência de código gerada localmente. O sincronismo deve ser perfeito no ínicio da recepção e mantido até que todo o sinal seja recebido. Uma segunda multiplicação por uma réplica da mesma seqüência ±1 no receptor recupera o sinal original.  

 

Figura 3.2. Demodulação da DS no receptor 


O ruído e a interferência, sendo descorrelacionados com a seqüência PN, tornam-se como ruído unicamente e apresentam um aumento em largura de banda quando atingem o detetor. A relação sinal/ruído (SNR) pode ser aumentada por filtragem em banda estreita que rejeita a maioria da potência de interferência. A SNR é aumentada pelo ganho de processamento denominado W/R, onde W é a largura de banda de espalhamento e R é a taxa de dados.

 

Tabela 3.1. Direct Sequence

Vantagens

Desvantagens

O espectro do sinal é espalhado instantaneamente, através de uma simples multiplicação pelo código.

É difícil adquirir e manter o sincronismo  entre o sinal PN gerado localmente e o sinal recebido.

O sintetizador de freqüência é simples, pois uma única portadora é gerada.

A sincronização deve agir em uma fração de tempo de chip, limitando a largura de banda de espalhamento.

É possível realizar demodulação coerente.

A potência recebida por usuários perta da ERB é muito maior do que os distantes (near-far problem), necessitando de algoritmos para controle de potência para que todos os usuários sejam recebidos na estação com a mesma potência média.

Não é necessária nenhuma sincronização entre os usuários.

 

Sinal com baixa probabilidade de interceptação.

 

 

O espalhamento do CDMA comercial (DS-CDMA) é em quadratura em ambos os canais direto e reverso. A razão para o espalhamento em quadratura é realmente assegurar que a interferência mútua entre os usuários e entre as ERBs seja distribuída uniformimente em fase. Ao contrário, isso não contribuiria em nada para a performance do sistema [2, Motorola]. 

No canal direto, o efeito da ortogonalização dos canais é reduzir a interferência mútua entre os usuários. Enquanto o cancelamento não é perfeito em um sistema real devido a multivias indesejáveis, ele ajuda e contribui para a capacidade do link direto. 

No canal reverso, o resultado primário é que o efeito da interferência mútua e jamming é o mesmo de um nível de ruído efetivo

  (3.1)

onde N0 é o nível de ruído térmico do receptor, e P interf é a potência de interferência total na banda (dentro da banda de espalhamento de largura W = 1.25 MHz).

3.2. Frequency Hopping

Nos protocolos FH-CDMA, a freqüência da portadora do sinal modulado não é constante, mas muda periodicamente. Durante intervalos de tempo T, a portadora se mantêm em uma determinada freqüência, mas a cada intervalo a portadora muda para outra, ou talvez a mesma, freqüência. O salto em freqüência (frequency hopping) é tipicamente acompanhado por rápido chaveamento entre sintetizadores de freqüência de rápido-ajuste em um padrão pseudo-aleatório. 

O sistema DS ocupa toda a banda de freqüência quando transmite, enquanto o sistema FH usa somente uma pequena parte da banda, mas a localização desta difere no tempo. Se o número de saltos (hops) é maior que a taxa de dados, chama-se F-FH (fast frequency hopping), assim a freqüência da portadora muda várias vezes durante a transmissão de um bit, e um bit é transmitido em diferentes freqüências. Se o número de hops é menor que a taxa de dados, chama-se S-FH (slow frequency hopping) e múltiplos bits são transmitidos em uma mesma freqüência. 

A largura de banda do sinal FH depende não só da largura de banda do sinal a ser transmitido, mas também da forma do sinal de hopping e da freqüência de hopping.

 

Tabela 3.2. Frequency Hopping

Vantagens

Desvantagens

A realização de sincronismo é mais fácil que o DS-CDMA. O sincronismo deve ser realizado em uma fração do tempo de salto que é maior que o tempo de processamento do chip, permitindo um erro maior de sincronismo.

O espectro do sinal é espalhado sequencialmente, ao invés de instantaneamente como no DS-CDMA.

As bandas de freqüência que o sinal FH pode ocupar não precisam ser contígüas, permitindo bandas com larguras maiores.

É necessário um sintetizador de freqüências mais sofisticado.

A probabilidade de múltiplos usuários transmitindo simultaneamente na mesma banda freqüência é pequena.

Uma mudança abrupta do sinal enquanto troca de freqüência conduz a um aumento de banda. Para evitar isso, o sinal deve ser desligado e ligado quando estiver trocando de freqüência.

A performance para resolução de problemas do tipo near-far é superior, pois os usuários estão transmitindo em freqüências diferentes.

A demodulação coerente é difícil pelos problemas de se manter as relações de fase durante as mudanças de freqüência.

Por poder utilizar uma largura de banda maior, oferece maior possibilidade de redução de interferência de faixa estreita que os sistemas DS.

 

 

3.3. Time Hopping

Nos protocolos TH-CDMA, os sinais de dados são transmitidos em rápidas rajadas (bursts) em intervalos de tempo determinados pelo código designado ao usuário. 

O eixo de tempo é dividido em quadros (frames) e cada quadro é dividido em M slots de tempo. Durante cada quadro o usuário transmitirá em um dos M slots. O slot de tempo será determinado pelo código do usuário. Dado que um usuário transmite os seus dados em 1, ao invés de M slots, a freqüência que este precisa para a sua transmissão aumenta em um fator de M.

 

Tabela 3.3. Frequency Hopping

Vantagens

Desvantagens

A implementação é mais simples que os protocolos FH-CDMA.

Não possui nenhum ganho em relação ao multipath fading.

 

Tempo tomado para a sincronização do código é longo.

 

Se ocorrem múltiplas transmissões, é necessário um bom código de correção de erros e predição de dados, pois a quantidade de bits perdida é grande.

 

3.4. Outros

Existem ainda outras formas de spread spectrum como o Chirp spread spectrum, que se baseia no espalhamento da largura de banda através de uma modulação linear da portadora, e os sistemas híbridos. 

A utilização de sistema híbridos busca combinar as vantagens específicas de cada uma das técnicas de modulação apresentadas. Por exemplo, um sistema híbrido DS/FH-CDMA tem as vantagens da propriedade de caminhos múltiplos do Direct Sequence combinadas com a maior facilidade do sistema Frequency Hopping para operação com o problema near-far. O sinal é primeiramente espalhado usando o código DS e posteriormente modulado em uma portadora com outro código de espalhamento. 

A desvantagem de utilizar sistemas híbridos se localiza na complexidade de implementação dos transmissores e receptores.

 

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