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Maio 2007               Índice Geral do BLOCO

O conteúdo do BLOCO tem forte vinculação com os debates nos Grupos de Discussão  Celld-group e WirelessBR. Participe!



25/05/07
 
Série sobre "Rádio Digital" (18) - FNDC: "Digitalização deve servir ao povo brasileiro e não ao oligopólio da mídia"

Olá,
ComUnidade WirelessBRASIL!
 
"Rádio Digital": continuamos com a "Série" de mensagens para reciclagem e ambientação.  :-)
 
O Rádio Digital tem sido um tema recorrente em nossos fóruns, por iniciativa dos Coordenadores e Moderadores dos Grupos.
O assunto tem estado na mídia espaçadamente e também é polêmico como a "irmã" TV Digital. Mas não tem dado ibope.  :-)
 
Como tem acontecido "neste país", o padrão já esta escolhido, estações já estão operando e agora é preciso fazer "consultas públicas" e "reunir comissões" para sacramentar o fato consumado.
 
Recorte de um artigo referenciado e transcrito nesta mensagem:
(...) No caso do Rádio Digital a situação é ainda mais grave. Testes foram autorizados sem qualquer debate público a respeito do modelo desejado para o País. Diversas emissoras já realizam estudos com o padrão proprietário estadunidense IBOC, que caso seja adotado pode criar um cenário ainda maior de concentração, por ocupar uma fatia maior do espectro de freqüência e pelos custos de suas licenças. (...)
 
Nesta "Série" estamos registrando matérias recentes e mais antigas - estas ainda muito atuais - e que contêm a argumentação fundamental para o debate que ainda não ocorreu. Vamos transcrever também os artigos técnicos sobre os "padrões" de Rádio Digital
 
Aqui está o "sumário" das transcrições de hoje:
 

Fonte: Revista A Rede
[Set 2005]   Rádios testam padrão digital dos EUA   (link descontinuado)
 
Artigos e Notícias referenciados nas mensagens anteriores:
 
Fonte: Observatório do Direito à Comunicação
[12/03/07]  
Rádio digital avança sem debate público  por Ana Rita Marini e Laura Schenkel - Redação FNDC    
 
Fonte: Fórum Nacional pela Democratização da ComUnicação
[29/07/06]   Dona do padrão IBOC de rádio digital quer ampliar uso do espectro por Júlia Pitthan - Redação FNDC
Fonte: Informativo Eletrônico Sete Pontos
Artigo Técnico
[Dez 2004]  
IBOC – Sistema de Rádio Digital nos Estados Unidos por Takashi Tome, pesquisador em telecomunicações da Fundação CPqD e membro do SinTPq e FITTEL.
Fonte: JC Online
[09/05/07]  
Os padrões de Rádio Digital
Um ótimo resumo num texto de Marcelo Alencar, professor titular da UFCG e Vice-Presidente da Sociedade Brasileira de Telecomunicações (SBrT)
 
Fonte: Teleco
[04/07/05]   Tutorial Rádio Digital  por Juarez Quadros do Nascimento, ex-Ministro das Comunicações e engenheiro eletricista.
Fonte: TelecomOnline
[16/05/07]   Entidades manifestam preocupação quanto à adoção do padrão americano de rádio digital - Da redação
Fonte:
Observatório da Imprensa
[11/08/05]  
RÁDIO DIGITAL - A um passo da democracia nas ondas sonoras
Entrevistado: engenheiro eletrônico Higino Germani
Fonte: IDGNow!
[13/09/05]   Anatel autoriza primeiros testes de rádio digital   (link descontinuado - transcrição aqui)
 
Fonte: IDGNow!
[21/09/05]   Brasil entra na era do rádio digital por Daniela Braun  (link descontinuado - transcrição aqui)

O site TELECO possui uma
Seção Radio Digital no Brasil.
O site comunitário WirelessBR também possui uma
Seção Rádio Digital e uma Seção DAB - Digital Audio Broadcasting com dois trabalhos do nosso participante Gilmar Gomes da Cruz Júnior.
 
Estas mensagens estão sendo registradas no BLOCO - Blog dos Coordenadores da Comunidade.
 
Boa leitura!
Um abraço cordial
Helio Rosa
 
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Fonte: Ciranda Internacional de Informação Independente
[23/03/07]   Documento final do II Encontro da Frente Nacional por um Sistema Democrático de Rádio e TV Digital é uma carta aberta ao governo Lula e ao povo brasileiro
 
A Frente Nacional por um Sistema Democrático de Rádio e TV Digital, reunida no Clube de Engenharia do Rio de Janeiro nos últimos dias 15 e 16 de março, vem a público reafirmar o compromisso expresso em sua fundação e questionar a política estabelecida pelo governo Lula para o setor de Comunicações, especialmente no que se refere à implantação da tecnologia digital no País.
 
Constituída em abril de 2006, a Frente Nacional por um Sistema Democrático de Rádio e TV Digital agrega diversas entidades e iniciativas que, até então, atuavam isoladas, para fazer valer o potencial transformador deste processo e sua importância na definição do futuro da TV e do rádio, meios de comunicação com maior alcance junto à população brasileira. A avaliação naquele momento, ainda válida, era que a digitalização da radiodifusão trazia consigo a possibilidade de dar novas soluções a velhos problemas, permitindo alterar a concentração de propriedade dos meios de comunicação bem como a pouca diversidade no conteúdo transmitido, construindo um sistema mais plural e diverso voltado às demandas informativas e culturais da população. Passado um ano, reafirmamos serem estes os objetivos para a digitalização das comunicações brasileiras.
 
Política de comunicação governamental contra a democratização da mídia
Nos preocupa seriamente a condução do processo por parte do Governo Federal, em especial pelo Ministério das Comunicações. Diferente dos objetivos democratizantes expressos no Decreto 4.901/03, que criou o Sistema Brasileiro de TV Digital, o Executivo Federal optou por outro caminho ao editar o Decreto 5820/06.
 
Este último, publicado em junho do ano passado, estabeleceu a adoção da tecnologia japonesa (o padrão de modulação ISDB-T), a despeito dos avanços nas pesquisas desenvolvidas por instituições brasileiras, e instituiu um cronograma de transição que favorece a manutenção da concentração da televisão nas mãos de poucos e limita as possibilidades de ampliação do número de programações no espectro de freqüências (por onde trafegam os sinais de TV e Rádio). Às emissoras foi dado o mesmo espaço que hoje dispõem os concessionários, embora seu sinal possa ser transmitido em menos espaço.
 
A desconsideraçã o dos objetivos do Decreto 4901, o atropelo nos procedimentos previamente estabelecidos e as questões acima citadas tornam o Decreto 5820, em nossa avaliação, um grave erro político. A crítica ao decreto deve ser feita inclusive no plano legal, já que a ação impetrada pelo Ministério Público Federal questionando o Decreto não teve seu mérito completamente julgado. Estas fragilidades evidenciam ser errôneo iniciar a transição sem vinculá-la a uma revisão do marco regulatório das comunicações brasileiras, que data da década de 60.
 
Não bastassem as decisões equivocadas do governo, os órgãos envolvidos na condução do SBTVD cercearam a participação da sociedade no processo ao esvaziar o Conselho Consultivo existente e inviabilizar o diálogo com a sociedade civil e o Congresso Nacional, caracterizando uma postura antidemocrática que não condiz com o discurso de participação social apresentado pelo governo.
 
No caso do Rádio Digital a situação é ainda mais grave. Testes foram autorizados sem qualquer debate público a respeito do modelo desejado para o País. Diversas emissoras já realizam estudos com o padrão proprietário estadunidense IBOC, que caso seja adotado pode criar um cenário ainda maior de concentração, por ocupar uma fatia maior do espectro de freqüência e pelos custos de suas licenças.
 
Digitalização deve servir ao povo brasileiro e não ao oligopólio da mídia
Frente a este quadro, questionamos o descolamento da prática apresentada pelo Governo Federal com o seu discurso a favor da democratização das comunicações do país expresso no programa da candidatura Lula à Presidência da República em 2006. Em relação específica à implantação da tecnologia digital no Rádio e na TV, isso significa retomar os objetivos do Decreto 4.901 assinados pelo presidente em 2003, entre eles a democratização da comunicação e a ampliação da pluralidade e diversidade nestes meios. Para isso, é fundamental que a digitalização da radiodifusão seja o ponto de partida da renovação do marco institucional da comunicação social eletrônica de massa, tal como está expressa no programa de governo do presidente Lula e como vem sendo defendido por importantes representantes da sociedade e do governo.
 
Defendemos que este novo marco legal revise a consignação de canais feita às atuais concessionárias, evitando tanto o desperdício do espectro quanto a cessão automática de um bem público, escasso e limitado, sem a devida contrapartida por parte das entidades que irão explorá-lo. Queremos a otimização do espectro. Este, deve servir ao interesse da sociedade, garantindo de forma democrática a presença de diversas fontes de informação. Para isso, a definição do plano de canais (a distribuição do espaço no espectro) deve primar por este objetivo e não pela simples acomodação das emissoras hoje existentes. Esta visão passa por (1) uma "limpeza" na forma como o espectro é usado atualmente, retirando canais que infringem a legislação e aqueles que perdem sentido face à modernização introduzida com a tecnologia digital, tais como as que servem para repetição de sinais e as outorgas para serviços de TV paga; e (2) uma ampliação do espetro utilizado, com o uso da faixa que inclui  os canais 60 a 69 e da faixa hoje conhecida como VHF baixo (canais 7 a 13) exclusivamente para emissoras de natureza pública.
 
Este espaço disponibilizado deve servir para equilibrar a presença dos três sistemas previstos pela Constituição Federal (privado, público e estatal) dando preferência aos dois últimos, hoje responsáveis por apenas 20% das Rádios e TVs existentes no País. Neste sentido, faz-se necessária a criação de canais públicos com independência editorial, gestão participativa e democrática, financiamento público estável e programação que reflita a diversidade cultural e informativa do país e dê voz aos setores oprimidos da população. Para isso, defendemos a revisão dos quatro canais da União previstos no Decreto 5820 (Executivo, Cultura, Educação e Cidadania), que mantêm a lógica da comunicação estatal em detrimento da pública. Por isso, reconhecemos no Fórum de TVs Públicas importante espaço de debate sobre este tema.
 
No caso do Rádio, a criação de um grupo consultivo por parte do Ministério das Comunicações só poderá marcar uma mudança de rumo na política atual se incorporar os atores representativos da sociedade civil hoje excluídos do processo para além dos radiodifusores e empresários de equipamentos. Esta instância, assim como no caso da TV, não pode ser uma iniciativa isolada, devendo estar no âmbito de um Sistema Brasileiro de Rádio Digital que invista em pesquisas sobre alternativas tecnológicas brasileiras e permita discutir o modelo de rádio necessário, não apenas chancelando os testes atualmente em curso. As "novas soluções para velhos problemas", no caso do rádio, passam pela valorização das emissoras comunitárias, em detrimento da repressão por que passam estas iniciativas hoje, e pela criação de iniciativas públicas baseadas nos mesmos princípios presentes no Decreto 4.901.
 
Só a sociedade organizada pode vencer esta luta
A Frente Nacional por um Sistema Democrático de Rádio e TV Digital entende que os meios de comunicação devem servir e serem feitos pelo conjunto da população, não apenas por uma pequena minoria que têm os meios de comunicação apenas como um instrumento comercial. É neste sentido que reafirmamos o chamado para que a população e os movimentos sociais se engajem nesta discussão e reivindicamos que o governo reconheça esta contribuição para a definição do futuro deste processo.
 
Entidades integrantes da Frente por um Sistema Democrático de Rádio e TV Digital: consultar aqui

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Fonte IDG Now!
[27/09/ 05]   Doze emissoras de rádio testam sinal digital

Em caráter experimental, 12 emissoras de rádio de seis capitais começaram a transmitir sua programação em sinal digital nesta segunda-feira (26/09). A autorização para testes foi concedida pelo Ministério das Comunicações por um período de seis meses, que poderá ser prorrogado. O Brasil é o quarto país do mundo a adotar o novo sistema em transmissões AM e FM, atrás de México, Canadá e Estados Unidos.
 
Emissoras do Sistema Globo de Rádio, Bandeirantes, Jovem Pan, RBS e Eldorado adotaram a nova tecnologia de transmissão nas cidades de Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre e Curitiba. Segundo Edilberto de Paula Ribeiro, presidente da Associação das Emissoras de Rádio e Televisão do Estado de São Paulo (Aesp), algumas delas ainda estão regulando o equipamento, mas "o conteúdo da rádio digital será transmitido com uma qualidade de áudio muito melhor do que no rádio analógico".
 
Ribeiro comparou o ganho, para o usuário, com o da transição dos telefones celulares analógicos para os digitais. E explicou que os cidadãos não perceberão diferença nas rádios, já que é necessário possuir um aparelho digital para captar a nova tecnologia.
 
Mas quem usa rádio analógico não será prejudicado, segundo Ribeiro, porque haverá transmissão simultânea dos dois tipos de sinais. "Nós não vamos mudar de freqüência, vai ser a mesma sintonia, sem nenhuma alteração", acrescentou.
 
O presidente da Aesp disse acreditar que em 30 dias chegarão às lojas os aparelhos com capacidade para sintonizar as rádios digitais. Eles estarão disponíveis nos automóveis a partir do ano que vem.
 
No futuro, o sistema digital permitirá disponibilizar informações escritas em um visor no próprio rádio, o que esta poderá ser uma importante forma de acesso à informação para os portadores de deficiências auditivas. "Você poderá fornecer o nome do cantor, o nome da música, informações de temperatura, até mesmo informações de trânsito ou cotações de moedas, informações do que estiver ocorrendo", exemplificou.

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Fonte:Revista A Rede
[Set 2005]  
Rádios testam padrão digital dos EUA
 
As emissoras comerciais, representadas pela Abert, começam a experimentar, no final de setembro, a tecnologia proprietária Iboc.
 
Apesar dos protestos de parte do governo, dos radiodifusores comunitários e dos movimentos pela democratização das comunicações, as emissoras de rádio comerciais já decidiram e começarão a testar, no final de setembro, a tecnologia digital utilizando o padrão norte-americano IBOC, criado por uma empresa dos Estados Unidos chamada iBiquit. Os testes começarão por São Paulo. Atualmente, a transmissão de rádio no Brasil é feita de forma analógica. O sinal digital ocupa menos espaço no espectro de freqüência de radiodifusão e sofre poucas interferências. Isso faz com que o rádio possa transmitir dados e ganhe qualidade do áudio muito superior.
 
Os radiodifusores comerciais, representados pela Abert (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão), argumentam que o padrão IBOC é o que melhor atende às suas necessidades, porque permite que migrar para a tecnologia digital sem mudar de canal. Podem ocupar a mesma faixa de freqüência e manter o número no dial (IBOC significa In-Band On-Channel, no mesmo canal). Essa facilidade, na opinião de Ronald Barbosa, assessor técnico da Abert, simplifica a implantação da rádio digital e reduz os custos com a substituição de tecnologia. A migração se daria apenas numa troca de equipamentos, que depende da disposição financeira de cada emissora, mas independe de regulamentação da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).
 
A Casa Civil e os movimentos de defesa da radiodifusão comunitária, contudo, não entendem assim. Apenas essa troca de equipamentos é estimada em cerca de R$ 75 mil (US$ 30 mil), valor proibitivo para rádios comunitárias. Para os defensores da democratização das comunicações, a tecnologia digital pode mudar a radiodifusão no país e abrir espaço para novos operadores e serviços diferentes e para a popularização da produção e veiculação de conteúdos.
 
Mas o padrão IBOC é proprietário. Exige o pagamento de taxas (chamadas royalties) aos fabricantes da tecnologia, o que significa custos altos para os radiodifusores comunitários ou que não têm o poder de mercado das grandes emissoras. Sem falar que a escolha do IBOC poderia encarecer o aparelho de rádio digital. “A implantação da rádio digital não é tão simples quanto trocar um equipamento. O rádio vai mudar com a tecnologia digital e serviços multimídias poderão ser agregados”, ressalta André Barbosa, assessor especial da Casa Civil para assuntos de comunicação eletrônica de massa.
 
André Barbosa questiona a disposição das emissoras de testar apenas o padrão IBOC, e a pressa com a qual a rádio digital poderá ser introduzida no país sem uma discussão ampla entre governo, radiodifusores e movimentos sociais. Para ele, outros padrões, como o europeu DRM (Digital Radio Mondiale), não-proprietário, também têm que ser testados. O Ministro das Comunicações, Hélio Costa, disse que o padrão DRM deverá ser testado por emissoras das principais capitais brasileiras. Por não ser proprietário, permite que seus consorciados (várias rádios públicas européias, como a BBC ou a Radio France) desenvolvam pesquisas sobre a base tecnológica oferecida.
 
Já a Anatel argumenta que não há mais espaço no espectro de freqüência de radiodifusão – isto é, não há mais lugar no dial para novas emissoras ou para mudar de lugar as atuais – e, por isso, ao se fazer a digitalização do rádio, é preciso uma solução que permita às emissoras permanecer no mesmo canal. Segundo Ara Apkar Minassian, superintendente de Comunicação de Massa da agência, o IBOC permite usar o mesmo canal.

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