BLOCO
Blog dos Coordenadores ou Blog Comunitário
da
ComUnidade WirelessBrasil

Julho 2008               Índice Geral do BLOCO

O conteúdo do BLOCO tem forte vinculação com os debates nos Grupos de Discussão  Celld-group e WirelessBR. Participe!



21/07/08

TV Digital (24) - "Cristina de Luca" + Caderno Link + "Ethevaldo"

----- Original Message -----
From: Helio Rosa
To:
Celld-group@yahoogrupos.com.br ; wirelessbr@yahoogrupos.com.br
Sent: Monday, July 21, 2008 7:34 PM
Subject: TV Digital (24) - "Cristina de Luca" + Caderno Link + "Ethevaldo"
 
Olá, ComUnidade WirelessBRASIL!
 
Este é o "Serviço ComUnitário" sobre "TV Digital".
Lembramos que o objetivo principal do "Serviço" é estimular o compartilhamento de informações e o desejável debate!!!!
 
01.
Na última mensagem solicitamos uma Ajuda, repetida aqui
Estamos colecionando links e artigos para montagem de uma página comunitária sobre "Desenvolvimento de Aplicações para TV Digital Interativa usando o Middleware Ginga" e textos didáticos sobre a "linguagem declarativa NCL".
Seria pedir muito um voluntário para coordenar a página?  :-))
 
02.
Para os recém-chegados e para os que estão se interessando agora pelo tema, temos em andamento duas "Séries" sobre TV:  
 
1. "TV Digital", com ênfase nos problemas técnicos como "padrão", espectro, "middleware", "set top box", início das transmissões, etc).

2. "TV Pública" ou "TV Brasil" ou "TV Lula" ou "TV do PT", significando a nova rede "Empresa Brasil de Comunicação" com nome de fantasia "TV Brasil", resultante da fusão de duas empresas já existentes - Radiobrás e Associação de Comunicação Educativa Roquette Pinto (Acerp) que o governo criou por Medida Provisória. 

E lembramos também que há um "tema genérico sobre TV pública" na mídia, que abrange o universo das emissoras públicas, educativas, culturais, universitárias, legislativas e comunitárias.
 
03.
Aperitivo dos textos transcritos hoje,
todos muito interessantes!  :-)

Fonte: Convergência Digital - Coluna Circuito
[21/07/08]  
TV Digital: Ginga, ou não Ginga? por Cristina De Luca

Fonte: Último Segundo - Caderno Link do Estadão
[21/07/08]  
"Link" testa conversor digital popular

Fonte: Estadão
[20/07/08]   As promessas e a realidade da TV digital por Ethevaldo Siqueira
Esta matéria ainda não está no Google. Obrigado, José Roberto de Sousa Pinto, pela remessa em 'pvt'!  :-)

04
Artigos publicados no site comunitário WirelessBR:
 

Marcus Aurélio Ribeiro Manhães e Pei Jen Shiehs
Canal de Interatividade: Conceitos, Potencialidades e Compromissos
Padrão para TV Digital Brasileira: o Limite do Sistema Canal de Interatividade
Canal de Interatividade: Uma Visão de Futuro

 
05.
Seções do TELECO sobre TV Digital:
TV Digital no Brasil   / Cronograma / TV Digital no mundo  / Tecnologias  / TVs e Receptores  / Tire suas Dúvidas

Ao debate! :-)
 

Boa leitura!
Um abraço cordial
Helio Rosa

----------------------------------------------------

Fonte: Convergência Digital - Coluna Circuito
[21/07/08]  
TV Digital: Ginga, ou não Ginga? por Cristina De Luca

Semana passada, quando a Proview apresentou formalmente seus três modelos de set-top boxes de baixo custo, uma discussão voltou a movimentar o mercado brasileiro de Tv Digital.
Afinal, o que está faltando para o Ginga vingar como padrão de fato no Brasil?
Quem ganha e quem perde com a adoção do Ginga?

Vamos por partes.
O Ginga faz, sim, parte das normas técnicas da ABNT para interatividade no Sistema Brasileiro de TV Digital.
Acontece que as primeiras aplicações interativas testadas nas primeiras implementações Ginga em set-top boxes nacionais andaram travando. 
A boa notícia é que várias redes des TVs toparam iniciar projetos-piloto de interatividade com aplicações Ginga-NCL.
E o feedback é o de que elas estão rodando sem problemas em pelo menos dois novos modelos de set-top boxes. Um deles, da  Visiontec.

Outro problema do Ginga diz respeito à propriedade intelectual da parte baseada em Java, que tem atrasado a entrada da interatividade e do middleware Ginga-J.
Segundo o professor Luiz Fernando Soares, do Telemídia, da Puc do Rio de Janeiro, as conversas com a Sun Microsystems estão caminhando.
E, como alternativa, conversações com o DVB também estão em curso.

@@@@@@@

O que esperar para os próximos meses?
Em função dos primeiros testes bem sucedidos das emissoras com aplicações interativas usando o Ginga-NCL, cresce a pressão para liberação imediata de venda de terminais fixos com o Ginga-NCL, enquanto não se define a questão do Java. Já existe muito envolvimento de empresas em aplicações NCL e não está dando mais para esperar, principalmente porque grande parte das aplicações serão em NCLe Lua. E O Ginga-NCL é totalmente livre de licensas e royalties.

@@@@@@@

É necessário um middleware para o funcionamento da TV Digital?
Se interatividade for realmente um dos pilares para o SBTV, sim, por facilitar a interoperabilidade das aplicações com os diferentes modelos de set-top boxes, uma vez que as aplicações são escritas para o middleware, para ficarem independentes dos sistemas operacionais usados nos set-top boxes.

E, nesse ponto, o Ginga oferece alguns recursos que o diferenciam dos demais middlewares em uso no mundo.
Entre eles, a adaptabilidade do conteúdo ao modelo de set-top box em uso na casa do telespectador.
Possibilitará, por exemplo, apresentar o serviço de trânsito de acordo com o CEP informado pelo dono do set-top box na primeira vez que usar o aparelho.
Um vez cadastrado o CEP, essa informação pode ficar armazenada do ste-top box para facilitar a apresentação da informação mais útil para o usuário daquele aparelho.

@@@@@@@

O que faltou dizer sobre os conversores da Proview?
Logo após a apresentação oficial dos três modelos de conversores de baixo custo da Proview, na semana passada, algumas dúvidas começaram a surgir.
Afinal de contas, qual é o middleware dos modelos top e intermediário e sobre qual sistema operacional ele roda?
Qual é o navegador internet e o que pode ou não pode fazer?
Por que a empresa afirma que o middleware será atualizado para o Ginga assim que o padrão for liberado pelo governo brasileiro? Quer dizer "assim que os problemas de royalties para a parte Java forem resolvidos?

Em um papo rápido por telefone, Gionanni Nóbrega, diretor de novos produtos da Proview, respondeu a todas essas questões.
Segundo ele, o sistema operacional é uma distro Linux.
Sobre ela, roda um middleware desenvolvido pela própria empresa, em conjunto com universidades de Campinas, que usa o Ginga-NCL no ambiente declarativo e um modelo próprio baseado em java no modelo procedural, que será atualizado pelo Ginga-J assim que ele for liberado pelo governo.
O mini-browser, também desenvolvido pela empresa e parceiros, roda sobre a distro Linux e não roda vários plug-ins de amplo uso na Internet. "Temos interesse em embarcar um browser melhorado, e estamos trabalhando nesse licenciamento", comenta Nóbrega.

Hoje, o browser é a única diferença entre o modelo top e o intermediário. Os dois são equivalentes nos recursos de hardware, incluindo o suporte a teclados sem fio USB e até a possibilidade de acesso remoto na tela da TV ao conteúdo do seu micro (padrão VNC). Basta que um VNCserver seja instalado no computador a ser acessado, via rede local (set-top box intermediário) ou internet (set-top box top de linha).

------------------------------------------------------

Fonte: Último Segundo - Caderno Link do Estadão
[21/07/08]  
"Link" testa conversor digital popular

Finalmente! Para aqueles que não estavam dispostos a fazer um rombo no bolso para assistir à TV digital, eis que surge na tela uma opção boa e barata. A Proview, fabricante de eletrônicos de Taiwan, lançou na semana passada três modelos de conversores com preços bem mais acessíveis - o mais barato custará R$ 199, e o mais sofisticado sairá por R$ 299.

O Link testou com exclusividade o modelo XPS-1000 (o mais caro), nas lojas a partir de hoje. O aparelho surpreende pela eficiência e qualidade de recepção de sinal, além de vários outros detalhes que o tornam uma boa opção para quem pretende dar uma chance à TV digital.

Nada de design sofisticado ou adereços que o façam parecer uma engenhoca futurista. O conversor de 1,2 kg é o mais simples possível esteticamente. Ele já vem acompanhado de uma pequena antena UHF, que resolve na maior parte dos casos, mas, se for necessário, pode-se usar uma antena mais potente. Nos testes feitos na redação do Estado, na zona norte de São Paulo, a anteninha do próprio conversor foi suficiente para captar um bom sinal.

E a imagem é surpreendente. Testamos o aparelho em uma televisão LCD de alta definição (HDMI 1080i) e não nos frustramos. O aparelho levou cerca de 40 segundos para reconhecer 18 canais - tanto com transmissão digital quanto analógica. A quantidade de canais varia de região para região nas cidades onde o sinal digital está disponível (São Paulo, Rio e Belo Horizonte).

Mesmo se você ainda não tem uma televisão de última geração, pode valer a pena investir na compra do conversor porque, em locais onde a recepção da TV aberta é ruim, a imagem do sinal digital é consideravelmente melhor.

O XPS-1000 tem saída analógica de vídeo composto, compatível com a maioria dos televisores. Tem também saída analógica de alta definição (vídeo componente), intermediária entre o vídeo composto e o HDMI. O conversor conta ainda com saídas de áudio coaxial 5.1 e áudio óptico 5.1 - ou seja, funciona com sistemas de home theater.

Com um menu simples, composto de quatro divisões principais (Canais, Aplicativos, Configuração e Sistema), é só ligar os cabos que acompanham o conversor e selecionar a opção a que eles estão conectados na TV (por exemplo, se ele estiver ligado na entrada HDMI da televisão, essa deve ser a opção escolhida). O aparelho faz então uma busca de canais e apresenta uma tabela com aqueles reconhecidos. Todas as interfaces são semitransparentes, o que permite assistir à TV enquanto são alteradas as configurações.

Internet e interatividade

O conversor também permite que se navegue na internet na tela da TV, desde que haja uma conexão de rede (via cabo) próxima ao equipamento (a internet não pode ser protegida por senha).

O navegador, criado pela própria Proview, é bem simples, lembra um pouco os antigos sites WAPs - acessados via celular. Permite navegar e acessar o mesmo conteúdo de sites da web, mas o visual é bem diferente, mais básico. É possível conectar um teclado ou um mouse a uma entrada USB, o que é extremamente necessário, já que não há um teclado virtual no próprio navegador do conversor. O conversor mais barato, de R$ 199, não permite acesso à internet.

Vale a pena comprar o equipamento? Sim, se o sinal de sua TV aberta for ruim ou se você tiver uma televisão de alta definição e quiser conhecer a qualidade digital, apesar de a programação ser bem limitada.

As informações são do O Estado de S. Paulo/Link

-----------------------------------------

Fonte: Estadão
[20/07/08]   As promessas e a realidade da TV digital por Ethevaldo Siqueira

Como brasileiro, estou esperando a instalação da indústria de semicondutores prometida pelo ministro das Comunicações, Hélio Costa, em contrapartida à escolha do padrão de TV digital ISDB pelo Brasil. Na solenidade de assinatura do acordo Brasil-Japão sobre a TV digital, em Brasília, o presidente Lula comemorou: "O acordo que hoje assinamos com o Japão nos ajudará a recuperar esse tempo perdido na indústria de semicondutores e a avançar ainda mais na área de software".
Na verdade, o Japão não vai instalar nenhuma fábrica por força desse acordo. Segundo o texto oficial, aquele país só se comprometeu em cooperar "com o governo do Brasil na elaboração, por parte do Brasil, de um plano estratégico para o desenvolvimento da indústria de semicondutores, com vistas a investimentos japoneses no Brasil. Este plano estratégico incluirá um pacote detalhado de políticas especialmente elaborado para atrair investimento de fabricantes de semicondutores no Brasil."
Para o ministro do Desenvolvimento, Miguel Jorge, "essa história da indústria de semicondutores era puro blá-blá-blá", já que o Japão não assumiu nenhum compromisso formal em implantá-la.
Qualquer estudioso sabe que o Brasil não oferece as condições mínimas para atrair as grandes empresas de microeletrônica. Falta-nos mão-de-obra altamente qualificada e abundante, estrutura tributária favorável e laboratórios de pesquisa.
E A TV DIGITAL?
A pressa populista chegou a levantar a hipótese de a estréia da TV digital em São Paulo, ocorrer na Copa do Mundo de 2006. Além da alta definição, o ministro das Comunicações deu a entender que teríamos logo interatividade, multiprogramação, internet na TV, inclusão digital, portabilidade e mobilidade, em veículos ou no celular.
Depois criou a expectativa dos set-top boxes a R$ 200, a R$ 100 e até menos, sem levar em conta que mais de 90% da população não vê qualquer razão para comprar um sintonizador para acoplar a seu televisor analógico. A rigor, o povão ignora totalmente o que é TV digital. A própria classe média ainda não compreendeu o que é nem quais são as vantagens da nova tecnologia.
Quem está frustrada é a classe A, que tem poder aquisitivo, que acreditou nas promessas mirabolantes do ministro, que investiu pesado no melhor televisor plano de 42 ou 50 polegadas, alta definição plena (Full HD ou 1.080 pixels), com sintonizador digital incorporado. Essa elite está revoltada. E com razão, porque percebe que o projeto de introdução da TV digital tem sido mal conduzido, sem muita sintonia entre governo, emissoras, universidade e indústria.
Por que não dizer toda a verdade à população, para que ela se prepare para a longa transição? Por que não reconhecer que a adoção de qualquer nova tecnologia exige longo tempo de maturação e produção em larga escala? Assim ocorreu com a TV em cores, o CD, o DVD, o celular, o computador pessoal ou a internet. Assim deverá ocorrer com a TV digital.

TUDO VAI BEM
Embora irritado com a ação governamental, não meu surpreendo com o atual estágio da TV digital brasileira. No começo é assim mesmo, com poucos programas de alta definição: uma novela, um ou outro jogo de futebol e programas de auditório de qualidade medíocre. Multiprogramação, interatividade, integração com a internet, portabilidade e mobilidade são recursos que ainda demoram anos para chegar.
Vou mais longe: nenhum país poderia fazer melhor, no mesmo período, nas mesmas condições. O grande problema do governo está em criar expectativas irrealistas e misturar um projeto desses com interesses pessoais e político-partidários.
E nos Estados Unidos? Lá, em 2007, após 9 anos de introdução da TV digital, só havia 30% de domicílios em condições de receber programas na nova tecnologia. O país só se mobilizou quando percebeu que a data da transição da TV analógica para a TV digital estava próxima e era intransferível: 17 de fevereiro de 2009. Daqui a 7 meses. Hoje, já são mais de 64%, segundo pesquisa da Associação Americana de Radiodifusores (NAB, na sigla em inglês).
E para as famílias mais pobres, o governo norte-americano oferece sintonizadores digitais inteiramente grátis, mediante a distribuição de cupons. Para os demais, subsidia a venda desses receptores, a US$ 40.

RÁDIO DIGITAL
Mais sério do que o problema da TV é o rádio digital. O ministro das Comunicações insiste em adotar no Brasil a tecnologia de HD Radio ou Iboc – que tem diversas limitações e que ainda não está plenamente desenvolvida. Nos Estados Unidos, depois de 6 anos, apenas 10% das emissoras aderiram ao padrão. O percentual de receptores digitais em uso é ainda menor: 4%.
E mais: o ministro Hélio Costa retoma a idéia de trazer para o Brasil a empresa americana Ibiquity, dona da tecnologia, apoiá-la com recursos do BNDES para que termine o desenvolvimento do padrão Iboc e passe exportar para a América Latina.
Imaginem o Brasil financiando uma empresa americana, com dinheiro púbico e correndo o risco do futuro de uma tecnologia problemática.

[Procure "posts" antigos e novos sobre este tema no Índice Geral do BLOCO]


ComUnidade WirelessBrasil                     Índice Geral do BLOCO