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Dezembro 2009               Índice Geral do BLOCO

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27/12/09

• Crimes Digitais (93) - Marco Regulatório da Internet (10) - Consulta encerrada dia 17: Participaram apenas 130 pessoas e entidades que produziram 686 mensagens

de Helio Rosa <rosahelio@gmail.com>
para Celld-group@yahoogrupos.com.br, wirelessbr@yahoogrupos.com.br
data 27 de dezembro de 2009 13:14
assunto Crimes Digitais (93) - Marco Regulatório da Internet (10) - Consulta encerrada dia 17: Participaram apenas 130 pessoas e entidades que produziram 686 mensagens

Olá, ComUnidade WirelessBRASIL!

01.
Continuo fazendo um esforço pessoal para divulgação da Consulta sobre o "Marco Regulatório Civil da Internet" pois acredito que é uma oportunidade para o debate de temas importantes.
A Consulta foi encerrada no dia 17 de dezembro e ficou no ar por 45 dias, em período extremamente desfavorável, sem nenhum esforço de divulgação por parte dos organizadores.

O objetivo alardeado pelos patrocinadores era ouvir toda a sociedade mas somente 130 pessoas e entidades participaram, enviando 686 mensagens que compuseram o debate no Blog da Consulta.
Entidades como Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Associação Nacional de Jornais (ANJ), Associação Brasileira de Internet (Abranet), Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) e Câmara de Comércio Eletrônico (Câmara-e.net) "apareceram" somente nos últimos dias da Consulta.

Mais abaixo está um resumo das contagens parciais, realizadas em diferentes datas, e a contagem final, no dia 18 de dezembro.
Está registrada também a relação completa dos participantes (nomes e pseudônimos).

Em texto anotado no site do Min. Justiça (transcrito mais abaixo), o total de propostas é registrado como "mais de 800" e não é citado o número de participantes.

Não acredito nas boas intenções do Ministério da Justiça e também não acredito que a sociedade brasileira (ou qualquer outra) precise de um Marco Regulatório da Internet.
Creio, sim, que a sociedade mundial precisa de leis que tipifiquem e punam os chamados crimes cibernéticos ou "crimes digitais".

02.
Com a imensa capacidade do mobilização do governo junto aos órgãos da mídia, a falta de divulgação da consulta me permite concluir que os organizadores realmente não almejavam a ampla participação da sociedade.
Considero que está em gestação mais uma tentativa de controle da mídia e logo teremos a comprovação desta opinião (espero sinceramente que não) quando vier à luz a segunda parte da consulta, já em forma de Projeto de Lei.

A bem da verdade...
A mídia, passiva, também não se interessou em fazer a divulgação proativa.
E nós também, em nossos fóruns, não debatemos nem contribuímos.
Anestesia geral... tema para meditação!

Na sequência, vou propor a reabertura informal da Consulta em nossos fóruns, à revelia dos organizadores, transcrevendo as "contribuições" e convidando todos à continuação do debate.

03.
Em determinado momento um dos organizadores reclamou publicamente (talvez na única entrevista ao longo do processo) que os participantes estavam pautando as discussões pelo conhecido e polêmico "PL Azeredo".
Volto a registrar minha opinião que a Consulta sobre o Marco Regulatório está realmente vinculada ao PL Azeredo mas não diretamente.
Creio que a Consulta vem na esteira de uma suposta minuta de Projeto de Lei (que apelidei de "PL Tarso Genro") que veio a público no início deste ano (e foi devidamente espinafrada por gregos e troianos) e que objetivava ser uma alternativa ao "PL Azeredo" (e se revelou ainda mais rigorosa).

04.
Lá no final transcrevo esta matéria de maio e já faço dois recortes:

Fonte: Leonardo Sussuarana em Tecnologia, Política
[14/05/09]   Projeto de Lei Azeredo: Começa a queda!
(...) As entidades e associações que enviaram o documento pediram ao Ministro Tarso Genro que se posicione contra a Lei Azeredo e reivindicaram a formação de uma comissão integrada por representantes da sociedade civil que estude e redija uma proposta de Marco Regulatório para a Internet Brasileira. (...)
(...) O Ministro Tarso Genro confirmou ainda em sua resposta que o Ministério da Justiça está coordenando dentro do Poder Executivo discussões para a elaboração de uma nova proposta como alternativa a Lei do senador Azeredo e conclamou a sociedade a ajudar o executivo a construir um código civil para a Internet brasileira. (...)

05.
Outras transcrições nesta mensagem:
Fonte: Ministério da Justiça
[18/12/09]  Consulta do Marco Regulatório da Internet recebe mais de 800 propostas

Fonte: Tele.Síntese
[18/12/09]   Primeira fase da consulta sobre marco da internet é encerrada com 822 contribuições - por Lúcia Berbert

Fonte: Convergência Digital
[18/12/09]   Marco Regulatório da Internet: Anteprojeto sai em janeiro

Fonte: TelecomOnline
[18/12/09]   Consulta pública sobre marco regulatório da Internet teve 822 contribuições

Boa leitura!
Boas Festas!!!
Ótimo 2010!!!
Um abraço cordial
Helio Rosa

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ROTEIRO DA CONSULTA

Acompanhamento das "contribuições"
As quantidades registradas em cada item indicam as verificações realizadas em 10, 18, 24 de novembro, 05, 12 e 18 de dezembro  Total = 686
Não foram computados os participantes e mensagens do Twitter.

Fonte: Cultura Digital
[29/10/09]   Marco Civil da Internet - Seus direitos e deveres em discussão - Consulta
Início » Consulta

1. Direitos individuais e coletivos (Eixo 1)

2. Responsabilidade dos atores (Eixo 2)
  •  3. Diretrizes governamentais (Eixo 3)
     

    ---------------------------------------------------------------

    Relação dos 130 participantes

    A - 12
    alexsb
    amazingxtreme
    Adriana Veloso
    Anibal
    augustoflavio
    Alexandre Gomes
    agostinho
    andrealavourinha
    Associação Brasileira de Internet - ABRANET
    ANJ -Associação Nacional de Jornais

    B - 1
    b3ckc3a

    C - 12
    cason
    carlosjordao
    cleber
    carlosjordao
    Cicero Inacio da Silva
    crisrauen
    carloseduardo
    Carlos Bruno Ferreira da Silva - Procurador da República - Grupo de Trabalho de Tecnologias da Informação e da Comunicação (GTTIC) do Ministério Público Federal
    carolinalattario
    catarinazecchin
    camaraenet -Comitê Jurídico e de Telecom da Câmara-e.net.
    cirotorresfreitas - Pinheiro Neto advogados

    D - 3
    davidnobrega
    darbix
    Daniel Wanderley

    E - 5
    eduardotaddei
    Emerson Wendt
    emersonvinicius
    eduardatavares
    evelynchenwu

    F - 4
    fabiofb
    fred
    fredericopandolfo
    Fundação Procon

    G - 6
    gaiogrimald
    gilbertomartins
    glaydsonlima
    gyngonet
    guilhermevillasboas
    graciela selaimen - Contribuições do Instituto Nupef

    H - 2
    handerson
    Hugo A. Coutinho

    I - 4
    izaufernandes
    ivnalama
    Instituto dos Advogados de São Paulo - IASP
    Idec - Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor

    J - 17
    juliomarco
    João Sérgio da Silva Costa
    josev
    Jorge Machado
    João Francisco Cassino
    jczucco
    Jayr Henrique de Carvalho Porto
    juliolins
    Josmar Pierri
    jeffersonjbj
    Jomar Silva
    jeronimoks
    jlara
    juliafrana
    jcurvo
    josecoura
    José Antonio Milagre

    K - 1
    kleberbrasil

    L - 10
    Luiz Gustavo Frozi de Castro e Souza
    lufreitas
    lfamorim
    lalabrand
    Leonardo Pessoa
    Lauro Faria
    luizakleintheck
    luizaantonaccio
    luizabafti
    Luis Henrique

    M  - 17
    marcosnader
    marcosurupa
    Mario Marino
    Marcelo Thompson
    miniero
    marcuspessoa
    mauroteixeirabh
    marcelop
    michelalmeida
    muramatsu
    mmnegreira
    marcelobranco
    mucsnet
    mariafernandabarrocobartolom
    mletcia
    michelleaquino - Associação Brasileira das Emissoras de Rádio e Televisão – ABERT
    marianafernandes

    P - 6
    paulinhu
    paulo2010
    Paulo Eduardo de Souza
    perhaps
    Partido Pirata
    Pedro A D Rezende

    Q - 1
    queirozdf

    R - 12
    raymundopassos
    Renyer
    ricardowong
    Ronald Sanson Stresser Junior
    robertoleite
    Rodrigo Guimarães Colares
    rbn3001
    Raphael Tsavkko Garcia
    RICARDO LUIZ ROCHA CUBAS
    rafaelaoliveira
    rodrigoveleda
    Rogerio Santana Lourenço

    S - 4
    salwensko
    sauloiregis
    sbts
    silveira

    T - 3
    Tiago Silveira
    thidamasceno
    Tremma

    V - 6
    victorcarneiro
    vickron
    victor
    vinicius Neinfo
    Victor Moreira 
    vagnercarvalho

    W - 2
    warplazer
    wmartins

    Z -  2
    zefonseca 
    zelenski

    ------------------------

    Fonte: Ministério da Justiça
    [18/12/09]  Consulta do Marco Regulatório da Internet recebe mais de 800 propostas

    Encerrou-se nesta semana a 1ª fase da consulta pública do Marco Civil Regulatório da Internet. Organizadora da seleção, a Secretaria de Assuntos Legislativos (SAL), do Ministério da Justiça, recebeu 822 contribuições de pessoas físicas e de instituições como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Associação Nacional de Jornais (ANJ), Associação Brasileira de Internet (Abranet), Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) e Câmara de Comércio Eletrônico, entre outros.

    Entre as sugestões, está a inclusão de dispositivo determinando que a empresa prestadora de serviços ou que comercializa produtos pela internet apresente razão social, CNPJ, endereço e telefone, para que o consumidor possa ter acesso aos dados da firma no caso de haver algum tipo de problema.

    Outra proposta isenta o provedor de serviços de Internet da responsabilidade sobre o conteúdo que não é gerado por ele, mesmo que o hospede. Os participantes da consulta também sugeriram que um site só pode ser retirado do ar se colocar em risco a segurança interna e a ordem nacional.

    As sugestões estão sendo analisadas pelo Ministério da Justiça. Em janeiro, a SAL vai divulgar um anteprojeto de lei sobre o assunto, que também poderá ser comentado por quem tiver interesse no tema. O texto ficará disponível para consulta dos internautas durante 45 dias no blog do site www.culturadigital.br/marcocivil . Após este prazo, será enviado ao Congresso Nacional.

    Orientação

    Iniciada no dia 29 de outubro, a consulta pública do Marco Civil Regulatório da Internet busca criar regras para orientar as ações de pessoas e empresas na rede mundial de computadores. A proposta é uma resposta do Governo Federal a uma demanda social crescente: a de se criar um instrumento legal que garanta direitos e deveres específicos para as relações que se estabelecem no ambiente virtual.

    Entre os temas abordados estão as regras de responsabilidade civil de provedores e usuários sobre o conteúdo postado na internet e as medidas para preservar e regulamentar direitos fundamentais do internauta, como a liberdade de expressão e a privacidade, além de diretrizes para ações de governo em relação à web.

    ------------------

    Fonte: Tele.Síntese
    [18/12/09]   Primeira fase da consulta sobre marco da internet é encerrada com 822 contribuições - por Lúcia Berbert

    A primeira fase da consulta pública sobre o marco regulatório civil da internet foi concluída ontem com 822 contribuições de pessoas e de órgãos como a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Idec, ANJ (Associação Nacional de Jornais), Câmara de Comércio Eletrônico, Procon-SP e Abranet. As sugestões serão examinadas pelo Ministério da Justiça que, em janeiro, deverá abrir nova consulta já sobre a minuta do anteprojeto de lei a ser enviado ao Congresso Nacional, para novas manifestações.

    A consulta sobre o marco civil da internet foi lançada pelo MJ no final de outubro, em parceria com a FGV (Fundação Getúlio Vargas). A proposta inicial incluía regras de responsabilidade civil para provedores e usuários; medidas para preservar a liberdade de expressão e a privacidade; e princípios e diretrizes para garantir o bom funcionamento da rede.

    O novo texto para consulta será publicado no mesmo blog hospedado na página do Fórum da Cultura Digital Brasileira, no endereço www.culturadigital.br/marcocivil. O Fórum constitui uma rede permanente de formulação e construção de consensos por meio da qual atores governamentais, estatais, da sociedade civil e do mercado consolidarão diretrizes para uma política pública da área.

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    Fonte: Convergência Digital
    [18/12/09]   Marco Regulatório da Internet: Anteprojeto sai em janeiro

    Terminou a primeira fase da consulta pública do Marco Civil Regulatório da Internet. Organizadora da seleção, a Secretaria de Assuntos Legislativos (SAL), do Ministério da Justiça, recebeu 822 contribuições de pessoas físicas e de instituições como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Associação Nacional de Jornais (ANJ), Associação Brasileira de Internet (Abranet), Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) e Câmara de Comércio Eletrônico, entre outros.

    Entre as sugestões, está a inclusão de dispositivo determinando que a empresa prestadora de serviços ou que comercializa produtos pela internet apresente razão social, CNPJ, endereço e telefone, para que o consumidor possa ter acesso aos dados da firma no caso de haver algum tipo de problema.

    Outra proposta isenta o provedor de serviços de Internet da responsabilidade sobre o conteúdo que não é gerado por ele, mesmo que o hospede. Os participantes da consulta também sugeriram que um site só pode ser retirado do ar se colocar em risco a segurança interna e a ordem nacional.

    As sugestões estão sendo analisadas pelo Ministério da Justiça. Em janeiro, a SAL vai divulgar um anteprojeto de lei sobre o assunto, que também poderá ser comentado por quem tiver interesse no tema. O texto ficará disponível para consulta dos internautas durante 45 dias no blog do site www.culturadigital.br/marcocivil . Após este prazo, será enviado ao Congresso Nacional.

    Iniciada no dia 29 de outubro, a consulta pública do Marco Civil Regulatório da Internet busca criar regras para orientar as ações de pessoas e empresas na rede mundial de computadores. A proposta é uma resposta do Governo Federal a uma demanda social crescente: a de se criar um instrumento legal que garanta direitos e deveres específicos para as relações que se estabelecem no ambiente virtual.

    Entre os temas abordados estão as regras de responsabilidade civil de provedores e usuários sobre o conteúdo postado na internet e as medidas para preservar e regulamentar direitos fundamentais do internauta, como a liberdade de expressão e a privacidade, além de diretrizes para ações de governo em relação à web.

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    Fonte: TelecomOnline
    [18/12/09]   Consulta pública sobre marco regulatório da Internet teve 822 contribuições

    Em janeiro, Ministério da Justiça irá publicar anteprojeto de lei para nova consulta

    A consulta pública que discutiu o Marco Civil Regulatório da Internet, que teve um blog como um dos meios para o envio de contribuições, foi encerrada esta semana com 822 contribuições de diversos setores e entidades. Iniciada em 29 de outubro, ela foi realizada pela Secretaria de Assuntos Legislativos (SAL) do Ministério da Justiça. Com base nesse material, a proposta é de que em janeiro a SAL divulgue um anteprojeto de lei sobre o assunto, que ficará disponível para consulta por 45 dias.

    Entre as entidades que enviaram suas propostas estão a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Associação Nacional de Jornais (ANJ), Associação Brasileira de Internet (Abranet), Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) e Câmara de Comércio Eletrônico. Na lista de sugestões, estão a inclusão de dispositivo determinando que a empresa prestadora de serviços ou que comercializa produtos pela internet apresente razão social, CNPJ, endereço e telefone, para que o consumidor possa ter acesso aos dados da firma no caso de haver algum tipo de problema; a isenção do provedor de serviços de Internet da responsabilidade sobre o conteúdo que não é gerado por ele, mesmo que o hospede; e a determinação de que um site só pode ser retirado do ar se colocar em risco a segurança interna e a ordem nacional.

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    Fonte: IDG Now!
    [18/12/09]  Primeira fase do Marco Civil da Internet acumulou 822 contribuições - por Guilherme Felitti

    Nos 45 dias da consulta pública, marco regulatório para web no Brasil recebe contribuições de pessoas físicas e entidades como OAB, Abranet e Idec.

    O Marco Civil da Internet recebeu 822 contribuições em sua primeira fase de execução, divulgou nesta sexta-feira (18/12) o Ministério da Justiça.

    O texto ficou em consulta pública durante 45 dias em um blog hospedado dentro do Fórum da Cultura Digital Brasileira, plataforma de interação criada e mantida pelo Ministério da Cultura (MinC).

    Segundo o balanço, as contribuições vieram tanto de pessoas físicas como de organizações como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), a Associação Nacional de Jornais (ANJ), a Associação Brasileira de Internet (Abranet)e o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec).

    As sugestões serão analisadas pelo Minisitério da Justiça, que poderá usá-las como base para o anteprojeto de lei a ser divulgado no final de janeiro.

    Assim como a primeira etapa do processo, o texto do anteprojeto também ficará disponível para consulta pública no site do fórum ligado ao MinC durante 45 dias.

    Sugestões ao Marco Civil da Internet citadas pelo Ministério da Justiça incluem o fim da responsabilização do criador da ferramenta pelo conteúdo publicado ou criado virtualmente e a publicação de dados cadastrais de empresas de comércio eletrônico.

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    Fonte: Leonardo Sussuarana em Tecnologia, Política
    [14/05/09]   Projeto de Lei Azeredo: Começa a queda!

    Ministro da Justiça critica o projeto de lei que criminaliza práticas sociais na Internet.

    Em carta-resposta a lideranças da sociedade civil e ativistas do Software Livre,
    Após um longo período trafegando apenas no âmbito do Poder Legislativo e setores da sociedade civil, o polêmico Projeto de Lei do Senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) - que trata dos crimes praticados na Internet - recebeu um sinal claro de desaprovação dentro do Poder Executivo, expressado na resposta que o ministro da Justiça, Tarso Genro, enviou esta semana a uma consulta sobre o tema feita por entidades gaúchas da sociedade civil e do setor de tecnologia, entre elas a ASL (Associação Software Livre).

    Na carta, encaminhada ao Ministro da Justiça no dia 25 de abril último, os signatários expuseram os riscos deste projeto criminalizar em massa práticas comuns na internet, proibindo as redes abertas, legalizando a delação, inviabilizando sites de conteúdos colaborativos, encarecendo ações de inclusão digital e atacando frontalmente a privacidade, os direitos e as liberdades individuais. Na análise destes e de outros setores contrários ao projeto, a Lei Azeredo conhecida como Lei dos Cibercrimes criará no Brasil um vigilantismo descabido e a criminalização de práticas sociais comuns na internet.

    As entidades e associações que enviaram o documento pediram ao Ministro Tarso Genro que se posicione contra a Lei Azeredo e reivindicaram a formação de uma comissão integrada por representantes da sociedade civil que estude e redija uma proposta de Marco Regulatório para a Internet Brasileira. As manifestações contrárias a Lei dos Cibercrimes se acumulam desde a aprovação do projeto pela Comissão de Constituição e Justiça do Senado, em julho do ano passado. Na época, professores, pesquisadores, jornalistas, publicitários e outras lideranças civis publicaram uma petição online contra a lei que já conta hoje com mais de 140 mil assinaturas. Integrante do grupo que criou a petição e uma das vozes mais ativas contra a Lei do senador Azeredo, o sociólogo Sérgio Amadeu alerta: “Só podemos concordar com a guarda dos endereços IP’s (logs) dos internautas, mediante garantia que somente serão vinculados a seus usuários mediante ordem judicial. Guardar logs deve ser um requisito civil e não criminal.. Se instalarmos junto com a guarda de logs a navegação vinculada a cada usuário teremos implantado um absurdo e inaceitável vigilantismo na rede.”

    Na resposta enviada na última semana às lideranças setoriais que assinaram esta consulta pública o Ministro Tarso Genro se posiciona ao lado das preocupações levantadas pelas entidades e critica claramente ao Projeto do Senador Azeredo, ao afirmar: Somos contrários, evidentemente, ao estabelecimento de quaisquer obstáculos à oferta de acesso por meio de redes abertas e à inclusão digital, ao vigilantismo na Internet e a dificuldades para a fruição de bens intelectuais disseminados pela Internet.

    O Ministro da Justiça conclamou a sociedade civil a reagir contra a aprovação do projeto e conclui: A aprovação do projeto de lei no Senado demonstrou o perigo de uma legislação com esses problemas ser aprovada caso não haja reação forte e decidida dos setores democráticos da sociedade.

    Marcelo Branco, coordenador geral da ASL (Associação Software Livre.org) e ativista pela defesa dos direitos civis na internet comemorou a posição adotada pelo Ministro da Justiça: o posicionamento do Ministro Tarso Genro é muito importante e revela uma sintonia com as preocupações da sociedade civil em relação ao projeto Cibercrimes. É, também, coerente com as atuais políticas públicas desenvolvidas pelo governo federal. Não podemos estabelecer uma vigilância desenfreada na rede, violando direitos de privacidade, nem transformar todos os internautas brasileiros em suspeitos.

    O Ministro Tarso Genro confirmou ainda em sua resposta que o Ministério da Justiça está coordenando dentro do Poder Executivo discussões para a elaboração de uma nova proposta como alternativa a Lei do senador Azeredo e conclamou a sociedade a ajudar o executivo a construir um código civil para a Internet brasileira. Tarso Genro finaliza sua resposta afirmando que acredita ser possível chegar a um projeto adequado à realidade brasileira, que contenha garantias para que a população não tenha seus hábitos na Internet analisados sem autorização judicial, e que os esforços para disseminar a Internet sejam encorajados cada vez mais.

    O projeto de Lei do Senador Azeredo aguarda agora o momento de ser analisado pela Câmara dos Deputados, onde irá diretamente para votação em plenário. Para especialistas e pesquisadores da sociedade em rede no Brasil, como o jornalista Pedro Dória, se o projeto acaso vire lei , ninguém a obedecerá. Vai virar letra morta de nascença. Analisando sob a ótica política o jornalista conclui: a lei do senador Azeredo nasce mais preocupada em proteger os interesses de empresas estrangeiras da indústria do entretenimento do que em proteger cidadãos brasileiros vítimas de crimes na rede.

    Nesta quinta-feira, dia 14 de maio, as 19hs, lideranças políticas e civis de vários setores promovem um ato público no Auditório Franco Montoro da Assembléia Legislativa de São Paulo contra a Lei do senador Azeredo e em defesa da liberdade e da privacidade na internet.
     


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