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Dezembro 2010               Índice Geral do BLOCO

O conteúdo do BLOCO tem forte vinculação com os debates nos Grupos de Discussão  Celld-group e WirelessBR. Participe!


04/12/10

• Artigo no e-Thesis: Sites de compras coletivas: oportunidade ou cilada para as PMEs? - por Silvio Tanabe

Olá, WirelessBR e Celld-group!

Anteontem registrei este "post" no BLOCO Tecnologia:

02/12/10
Artigo no e-Thesis - Sites de compras coletivas: a evolução do e-commerce - por Rodney de Castro Peixoto

Um participante "ligado" recomenda a leitura deste recente artigo também no e-Thesis sobre o mesmo tema:
Fonte: e-Thesis
[02/12/10]  Sites de compras coletivas: oportunidade ou cilada para as PMEs? - por Silvio Tanabe

Como complementação, para quem ainda não leu, transcrevo novamente, lá no final, o artigo do participante Rodney:
Fonte: e-Thesis
[29/11/10]  Sites de compras coletivas: a evolução do e-commerce - por Rodney de Castro Peixoto

Comentários são sempre bem-vindos!  :-)

Boa leitura!
Boas Festas e um ótimo 2011!
Um abraço cordial
Helio Rosa
Portal WirelessBRASIL
BLOCOs Tecnologia e Cidadania

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Fonte: e-Thesis
[02/12/10]  Sites de compras coletivas: oportunidade ou cilada para as PMEs? - por Silvio Tanabe

Silvio Tanabe é consultor de marketing digital da Magoweb e autor do blog Clínica Marketing Digital

Como consultor de marketing digital, tenho recebido muitos questionamentos de empresários de pequenas e médias empresas interessados em investir nos sites de compras coletivas. Seduzidos pela rápida expansão desse segmento (que teve aumento de 231% de setembro a novembro, de acordo com o Ibope Nielsen Online), perguntam se vale à pena investir, se são apenas moda ou vieram para ficar e se vão ter sucesso.Em vez de me arriscar a fazer previsões, prefiro analisar exemplos do passado e aproveitar as lições que nos deixaram.

Um dos ancestrais dos sites de compras coletivas surgiu nos anos 80 e fez muito sucesso na TV em São Paulo. O programa era o Shop Tour (que ainda existe, comentaremos mais adiante) e se tornou rapidamente um fenômeno pelos super-descontos oferecidos, da mesma forma que os atuais sites de compras coletivas.

O programa passava no pior horário possível, na madrugada de sexta para sábado, e ainda assim era campeão de audiência. Até mesmo os baladeiros não perdiam o programa, tudo mundo esperava o final para sair!

Nele se oferecia de tudo: roupas, sapatos, móveis, objetos de decoração, brindes, jóias, material de construção, papelaria e até fraldas. O apresentador e o dono ou gerente da loja iam mostrando os produtos e os preços, sempre com descontos inacreditáveis. O apresentador, muitas vezes não satisfeito reduzia ainda mais o preço, com a relutância do lojista.

O resultado acontecia no início do final de semana. Filas se formavam logo de manhã e antes do meio-dia já haviam esgotado seus estoques!

Shop Tour existe até hoje, embora com outro formato. Da mesma forma, inúmeras empresas passaram pelo programa, mas poucas se sobressaíram além dos descontos que ofereciam. Quando pararam de oferecer produtos com preços muito abaixo da média de mercado, simplesmente sumiram.

Versão moderna do formato, os sites de compras coletivas também têm nos preços baixos o seu maior diferencial, e é aí que mora o perigo. Para chamar a atenção dos consumidores, as empresas focam excessivamente nos descontos, incorrendo em dois grandes riscos. O primeiro é sustentar essa estratégia. Afinal, até quando é possível manter descontos agressivos para se manter em evidência? Mesmo aceitando o argumento de que as "compras coletivas" compensam o desconto, é bom fazer as contas. Quantas pessoas precisam participar para viabilizar um desconto razoável de 30%? E de 90%?

O segundo risco é criar o chamado "caçador de promoções", o cliente cujo único interesse é aproveitar o seu desconto. Ele não é fiel à sua marca, produto ou loja, mas aos preços baixos. Se você diminuir a oferta, ele imediatamente vai procurar quem ofereça descontos mais atrativos.

Há ainda um agravante. A proliferação dos sites de compra (levantamento do site Bolsa de Ofertas constatou a existência de 246 sites do gênero até o final de novembro) banaliza as promoções, provocando uma saturação. São tantas as ofertas que eles começam a perder o interesse (talvez você mesmo já esteja passando por isso).

Nesse sentido, investir em sites de compras coletivas se torna um círculo vicioso. É necessário oferecer descontos cada vez maiores para manter o interesse e as vendas, enquanto as margens e a sustentabilidade do negócio diminuem.

Não está se fazendo aqui uma crítica aos sites de compra, muito menos quem neles investe. O modelo de negócios é sério e há vários exemplos de sucesso no Brasil e exterior. Quero apenas fazer um alerta. As empresas não podem escorar sua estratégia unicamente em descontos agressivos. Quando o fôlego para oferecer estas promoções se esgotar, sua empresa volta à estaca zero!

Ao analisar o que foi feito no passado também é possível descobrir como evitar cair nesse círculo vicioso. Percebe-se que as empresas bem-sucedidas foram as que fizeram dos descontos um trampolim para tornarem-se mais conhecidas em um curto espaço de tempo.

E não se limitaram a isso. Investiram em outros canais de publicidade e propaganda, no aprimoramento e diversificação, nos diferenciais e atributos dos produtos, enfim, na criação de uma identidade para suas marcas. Desta forma, deixaram de depender dos descontos para atrair consumidores.

Portanto, se há uma lição para ser aproveitada no presente é que o investimento nos sites de compras coletivas seja uma opção dentro de uma estratégia mais abrangente, de longo prazo, que possa ser sustentável e oferecer outros atrativos além dos preços baixos. Para isso, seguem três questionamentos básicos, mas que não deixam de ser importantes:

1) Qual o objetivo da sua promoção? Ter uma fila de clientes atrás do seu produto/serviço ou do desconto que está oferecendo?

2) Sua promoção é viável, você está pronto para atendê-la em termos operacionais para satisfazer os seus clientes? Visite o Reclame Aqui, veja quantas empresas não pensaram nisso e agora estão arcando com as conseqüências.

3) Qual o próximo passo? Ou seja, chamando a atenção com a promoção, o que você vai oferecer em termos de diferenciais para fidelizar os clientes e fazer com que eles comprem novamente?

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Fonte: e-Thesis
[29/11/10]  Sites de compras coletivas: a evolução do e-commerce - por Rodney de Castro Peixoto

Quem já visitou qualquer cidade dos Estados Unidos, presenciou o apreço dos americanos pelos cupons de desconto. As cadeias de grandes lojas e mercados oferecem seus informativos com os cup ons pontilhados, trazendo descontos na aquisição de produtos e serviços. Vem de longe essa tradição e é muito comum verificar na fila do caixa do Walgreens, por exemplo, alguém entregando vários cupons ao operador do caixa. Essa febre de cupons de desconto chegou ao mundo digital há alguns anos. Lojas virtuais passaram a oferecer seus cupons por email, restaurantes e outros serviços seguiram o mesmo caminho, num movimento normal de continuidade das operações físicas no terreno da web.

No ano de 2005, quando residia e trabalhava nos Estados Unidos, me deparei com um site que trazia uma oferta diária de determinado produto com valores muito atrativos. Me lembro de ter adquirido um dispositivo wi-fi para o meu desktop por um valor bem inferior ao praticado no mercado. O site, Woot, baseado em Dallas, Texas, trazia um modelo que me pareceu muito interessante quando promovia um produto especifico durante 24 horas, com preços muito baixos, aproveitando uma massa de compradores cadastrados em seus sistemas. O Woot foi adquirido pela Amazon em julho deste ano (2010). Nos Estados Unidos esse modelo de negócio passou a ser definido como "Crowd Clout" (Influência da Multidão) ou "Collective Power" (Poder Coletivo). Temos agora a evolução do e-commerce: Compras Coletivas. O coletivo pode mais.

Em Setembro de 2006, uma matéria da revista "The Economist" teve alguma repercussão quando relatou uma ação promocional da loja Gome, em Guanzhou, sul da China. O site da loja estipulou dia e hora para compras com descontos, para pessoas previamente cadastradas. Cerca de 500 compradores conseguiram suas TVs, câmeras e outros eletrônicos com consideráveis descontos.

O amadurecimento dessa prática chegou logo em seguida, com o lançamento de players como o GroupOn, site que teve um crescimento astronômico em pouco tempo de vida, e hoje conta com mais de 300 colaboradores e possui valor de mercado próximo de 1 bilhão e meio de dólares.

Hoje, iniciando a segunda década do século XXI, a web passa a ser direcionada pelo termo "colaboração". Primeiro tivemos os wikis, depois as mídias sociais tomaram vulto e, agora, temos o social como foco nos modelos de negócio mais chamativos para os investidores no Vale do Silício. Essa evolução do coletivo na internet alcançou, como não poderia deixar de ser, o comércio eletrônico. No longínquo ano de 1995, quando iniciei meus estudos sobre o tema, após um almoço com um amigo americano que acabara de ser contratado por uma nova loja virtual, não poderia imaginar esses desdobramentos no comércio praticado em meios intangíveis.  A título de curiosidade, a loja que me refiro é a Amazon.

Social Commerce

Agora o comércio eletrônico é social. Social Commerce começa a ser inserido como tema em universidades americanas.

Como conceito de Social Commerce temos um subtipo do comércio eletrônico onde o uso de ferramentas de mídias sociais permite a colaboração entre os compradores, otimizando a experiência de compra. Gosto muito do conceito de Steve Rubel[1[, para quem o Social Commerce "pode ter várias formas, mas em resumo significa criar espaços onde as pessoas podem colaborar online, obter conselhos de indivíduos confiáveis, encontrar bens e serviços e então comprá-los. Ele encolhe o ciclo de pesquisa e compra criando uma destinação única potencializada pelo poder de muitos."

Esse "poder de muitos" define o Social Commerce em sites como o já citado Groupon, TribeSmart ,LivingSocial, Shopr,BuyWithMe e muitos outros. O PayPal  planeja o Shoptimistic, um Social Commerce que já nasce grande.

No Brasil, esses negócios crescem exponencialmente. Segundo o Ibope Nielsen Online, a audiência desses sites deu um salto de 1.7 milhão em junho de 2010 para 7.4 milhões em Outubro.

Questões legais

O enquadramento jurídico de um site de compras coletivas difere de um comércio eletrônico tradicional pelo fato de a contratação envolver um terceiro. Assim, o consumidor estabelece perante este um contrato equiparado ao de corretagem, já que o site de Social Commerce recebe uma comissão pelas vendas dos produtos e serviços, e essa comissão é significativa.

Consumidor

A relação de consumo se fecha com o estabelecimento que publica a oferta num desses serviços. Vale anotar que a vulnerabilidade descrita no Código do Consumidor se configura na relação de consumo virtual, fazendo com que o ônus da prova seja invertido em favor do deste. Para uma compra tranqüila, recomenda-se:

Empresário

O comerciante que utiliza sites de compras coletivas precisa se ater primeiramente à responsabilidade da oferta, já que o Código do Consumidor estabelece posição diferenciada do consumidor como norte. Em principio, havendo problemas jurídicos numa relação de consumo, o empresário vendedor precisa provar a culpa exclusiva do consumidor para se eximir de responsabilidade, já que o texto legal traz a inversão do ônus da prova em favor deste. Havendo indícios de verossimilhança no relato do comprador em juízo ou a hipossuficiência do mesmo, vale dizer, condição que traz diminuição da capacidade perante uma empresa organizada, a condição de indenização está equacionada, a critério do juízo. Na prática, o empresário necessita observar:

Sites de Social Commerce

A responsabilidade dos sites de Social Commerce se dirige principalmente a oferta em si. A oferta precisa estar dentro dos parâmetros legais, havendo ilicitude a responsabilidade será exclusiva do site que anuncia o produto ou serviço indevido. Condições de contratação e segurança de recursos de TI também estão na pauta, tanto perante o consumidor dos produtos ofertados quanto aos seus próprios consumidores, os anunciantes aos quais vendem seus serviços.

Outra modalidade de Social Commerce são os sites de compras empresariais, o que se equipara as cooperativas de compra do mundo físico.

O panorama mundial do comércio eletrônico, hoje, se encontra consolidado e o consumidor amadurecido, o que permite que a evolução vista no Social Commerce tenha seus benefícios aproveitados por uma grande massa de pessoas. A era da colaboração veio pra ficar.  

 


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