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Fevereiro 2010               Índice Geral do BLOCO

O conteúdo do BLOCO tem forte vinculação com os debates nos Grupos de Discussão  Celld-group e WirelessBR. Participe!


06/02/10

• Telebrás, Eletronet e PNBL (148) - Mensagem de Clóvis Marques: "...acredito que nossa Área de Telecom muito tem a ganhar com a reativação da Telebrás na função de integradora do PNBL..."

Olá, ComUnidade WirelessBRASIL!

Clóvis Marques é um veterano e pioneiro em nossos Grupos.
Transcrevo mais abaixo duas mensagens recentes (4 e 6 de fevereiro) sobre o tema "Telebrás e PNBL".

Registro também, lá no final, suas últimas mensagens postadas em novembro e dezembro de 2009 em nosso BLOCO:

09/12/09
Telebrás, Eletronet e "Plano de Banda Larga" (104) - Mensagem de Clóvis Marques sobre o convite ao debate feito por Ethevaldo Siqueira
30/11/09
Telebrás, Eletronet e "Plano de Banda Larga" (98) - Mensagem de Clóvis Marques

Obrigado, Clóvis!
Excelentes participações!

Boa leitura!
Um abraço cordial
Helio Rosa

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de Clóvis Marques <clovis1@terra.com.br>
para Celld-group@yahoogrupos.com.br, wirelessbr@yahoogrupos.com.br
data 4 de fevereiro de 2010 19:32
assunto Re: [Celld-group] Telebrás, Eletronet e PNBL (144) - Ethevaldo volta ao tema: "Por que Lula apoia recriação da Telebrás?"

Prezados Helio e Ethevaldo,

Desta vez sou obrigado a discordar de vocês veementemente.
Vocês estão indo contra uma coisa que não conhecem em detalhes.
A reativação da Telebrás vai ser algo extremamente positivo para fomentar a Concorrência neste país, que já não existe mesmo.
Amanhã vou fornecer mais dados sobre a forma como a Telebrás irá permitir que pequenos Operadoras locais possam oferecer serviços em localidades não atendidas pelas Teles, com custos viáveis e acessíveis à população local. Ampliando a abrangência e disponibilidade dos serviços.

As Teles tiveram sua chance de apresentar sua proposta ao PNBL e não o fizeram. Sua alternativa exigia um montão de coisas para disponibilizar acesso ao serviço a menos de 70% da população em um prazo de 5 anos. Agora vão ter que engolir o Decreto Presidencial e "dançar conforme a música" se não quiserem perder mercado para os Pequenos

Um abraço e até amanhã.
Clóvis Marques

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de Clóvis Marques <clovis1@terra.com.br>
para wirelessbr@yahoogrupos.com.br, Celld-group@yahoogrupos.com.br
data 6 de fevereiro de 2010 13:44
assunto Re: [Celld-group] Telebrás, Eletronet e PNBL (144) - Ethevaldo volta ao tema: "Por que Lula apoia recriação da Telebrás?"

Bom dia aos Participantes dos Grupos,

Fiquei devendo algumas informações que prometi para ontem, mas que devido à correria ontem (prá fugir da chuva em São Paulo...) estou fazendo só agora.

Antes de iniciar, quero declarar que meu principal interesse em expor minhas opiniões e informações sobre o Tema PNBL é pelo desenvolvimento das Telecomunicações no país, área pela qual me apaixonei desde 1984 e dediquei minha carreira ao longo desses 26 anos.

Pois bem, muitas informações foram postadas nos fóruns e muitas matérias publicadas nos últimos dias sobre o tema e acredito que as coisas começam a ser esclarecidas, o que deve culminar na reunião do dia 10/02, próxima quarta-feira. Apesar disso, acredito que posso agregar algumas informações que facilitarão o entendimento e o engajamento de todos para o sucesso do PNBL. O que faço de forma sucinta a seguir.

1) O embrião do PNBL vem lá do Rio Grande do Sul. Vocês ainda devem se lembrar da Companhia Riograndense de Telecomunicações - CRT, que pertencia ao Governo do Rio Grande do Sul, mas estava agregada ao Sistema Telebrás com responsabilidade pelo atendimento ao Estado (exceto a Área da CTMR).

2) Quando foi vendida para a Telefônica no Pré Lançamento das Privatizações a CRT exercia importante papel de atendimento à População e aos Governos Estadual e Municipais, cumprindo seu dever social.

3) Posteriormente, a Telefônica teve que vender sua participação na CRT para a Brasil Telecom para não haver sobreposição de licenças, já que o interesse dos Espanhois era na chamada "Jóia da Coroa".

4) A Brasil Telecom, que por anos a fio foi terra de ninguém, atolada em imbróglios Acionários, Administrativos, Políticos e Jurídicos, não deu conta do recado.

5) Ao perceber que não conseguiriam mais ter suas necessidades atendidas, os Governos do Estado e da Prefeitura de Porto Alegre resolveram buscar formas de atendimento e designaram a PROCEMPA (Companhia de "Processamento de Dados" da Prefeitura de Porto Alegre) para realizar o atendimento aos Órgãos Públicos e posteriormente ao mercado como um todo.

6) A PROCEMPA partiu para um então ambicioso projeto de criação de uma Rede própria de Fibras Ópticas, interligando todos os pontos de interesse dos Governos na Região da Grande Porto Alegre e passou a ser a principal prestadora de serviços de voz e dados para esses Órgãos. Ao longo do tempo, a rede de fibras da Procempa expandiu-se também para o interior do Estado.

7) Com a evolução da Regulamentação da Área de Telecom e seu enquadramento, a Procempa passou a oferecer também os serviços ao mercado local, tornando-se a alternativa mais barata e confiável para quem necessite.

8) Essa situação estabeleceu um novo patamar de Competição e de Preços no mercado e continua em pleno funcionamento e desenvolvimento.

9) Dada essa introdução, que alías peço aos colegas do RS que corrijam e/ou complementem para maiores esclarecimentos aos Grupos, vamos ao PNBL.

10) Atualmente existem diversas infraestruturas de Telecomunicações em diversos Orgãos de Governo Federal, Estaduais e Municipais (como no caso citado acima), além da tão falada rede da ELETRONET, posso citar: SERPRO, PETROBRÁS, DATASUS, CAIXA ECONÔMICA FEDERAL, BANCO DO BRASIL, entre outros Órgãos Nacionais. Em âmbito Estadual cito a COPEL, que tem presença em 100% dos Municípios do PR e a Rede do Governo do Ceará, além de ações do Governo do RJ que pretende ser o primeiro Estado 100% coberto com rede wireless de acesso público, apenas para citar alguns exemplos. Também aqui aceito complementos e correções dos participantes locais.

11) O Sr. Secretário de Logística e Tecnologia da Informação do Ministério do Planejamento, o já famoso Rogério Santanna, ao assumir o posto, percebeu que o Governo Federal gastava rios de dinheiro em diversas áreas, dentre elas a de Telecomunicações. Se alguém tiver curiosidade, visite o site Transparência Brasil e veja o quanto o Governo para para as Teles.

12) De maneira incansável o Rogério vem, ao longo dos últimos 7 anos, trabalhando em formas de reduzir custos para o Governo, tendo como obra prima até o momento a fabulosa economia realizada pela disseminação do Pregão Eletrônico através do COMPRASNET.

13) Ao se deparar com dificuldades na Área de Telecom por falta de um número maior de participantes e/ou dispostos a atender as necessidades do Governo Federal, criou em Brasília a Infovia Pública, rede de fibras ópticas que interliga todos os Prédios do Governo Federal na Capital, servindo também como referência para o mercado naquela localidade.

14) Os resultados são tão expressivos que estimularam o Governo a expandir essa ação para todo o país, beneficiando-se da Infraestrutura mencionada no item 10 acima, sendo que inicialmente cogitou-se a utilização do SERPRO como catalizador ou integrador. Contudo, por divergências com a ANATEL, o SERPRO, apesar do excelente corpo técnico, ficou impossibilitado de prestar o serviço de telecom da forma que o Governo precisava. Além do SERPRO, foram cogitadas outras Autarquias e até a criação de uma nova Empresa Pública para essa função. Foi quando identificaram na TELEBRÁS a melhor alternativa, por seu vínculo com a Área de Telecom e um mínimo de barreiras para desempenhar essa função imediatamente após a publicação do Decreto Presidencial.

15) Para finalizar, acredito que nossa Área de Telecom muito tem a ganhar com a reativação da Telebrás na função de integradora do PNBL, tendo como responsabilidades integrar e expandir as Redes existentes, firmar parcerias com Operadoras e Provedores Locais e eventualmente atender diretamente as necessidades de comunicação da População.

No dia 30/11/2009, finalizei meu comentário com a seguinte frase:

"Pelos motivos expostos acima, sou favorável à criação de uma Rede unificada para provimento dos serviços essenciais de telecomunicações (que obviamente inclui a Banda Larga), que permita a oferta dos serviços a todos os cidadãos e entidades públicas e privadas, de maneira universal e com custos compatíveis, financiada com verbas privadas e do FUST e gerida na forma de PPP (que pode ser através da própria Telebrás); com o objetivo de, no mínimo, voltar a fomentar a competição e o crescimento do setor de Telecom no Brasil. Obviamente, essa ação não pode servir apenas aos objetivos de um Governo ou dos grandes grupos econômicos e por isso tem que ser planejada e executada com foco em atender as necessidades do país. Pessoas altamente capacitadas para essa tarefa temos em abundância no Brasil."

Espero que tenha ajudado um pouco mais.

P.S. Aos colegas que criticaram os acionistas da Telebrás, quero lembrar que todos que "compraram" telefones na época dos Planos de Expansão, também já foram acionistas um dia. Aos que converteram e mantiveram suas ações ou aos que já recompraram neste início de ano, meus parabéns! Com certeza seu Natal este ano será mais gordinho. Aos que ainda não compraram, podem correr que ainda dá tempo. :)))

P.S. Copiei em Cco o Rogerio Santanna e o Ethevaldo Siqueira. Quem sabe desta vez sai aquele debate sugerido no final do ano passado...

Grande abraço e boa sorte a todos,

TELEBRÁS, COMUNICAÇÃO PARA O BRASIL

Clóvis Marques

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09/12/09
Telebrás, Eletronet e "Plano de Banda Larga" (104) - Mensagem de Clóvis Marques sobre o convite ao debate feito por Ethevaldo Siqueira

de Clóvis Marques <clovis1@terra.com.br>
responder a Celld-group@yahoogrupos.com.br, wirelessbr@yahoogrupos.com.br
data 9 de dezembro de 2009 12:55
assunto Re: [Celld-group] Telebrás, Eletronet e "Plano de Banda Larga" (103) - Polêmica: Ethevaldo Siqueira convida Virgílio Freire, Rogério Santanna e Cézar Álvares para debate

Prezados,

É muito bom ver o debate aberto sobre o tema "Plano de Banda Larga" com a participação de pessoas tão influentes nas telecomunicações no Brasil. Torço para que o Rogério Santanna aceite a convocação do Ethevaldo para ampliarmos ainda mais os horizontes. Com certeza as contribuições do Ethevaldo, que possui provavelmente um dos maiores arquivos sobre a história das telecomunicações no Brasil; somadas às do Virgílio, cujo histórico em telecomunicações lhe garantem o direito de expressar suas idéias e muito contribuir; agregadas aos Planos do Rogério Santanna, cujo legado em Empresas Públicas como PROCEMPA e PROCERGS, por exemplo, lhe auferem autoridade para propor um caminho para a elaboração de um Plano Nacional de Banda Larga para o país; somadas às opiniões e contribuições de tantas pessoas altamente capacitadas na Área de Telecom, com certeza levarão a um Plano ambicioso e exequível.

Sem querer ser apenas um saudosista, gostaria de relembrar a publicação do PASTE, em meados dos anos 90, tão duramente criticado por tanta gente, como um Plano impossível de ser implementado e cujo resultado foi a superação de praticamente em todos seus objetivos. Infelizmente o ex-Ministro Sergio Motta não teve tempo de ver os resultados ao longo do tempo. O Ministro, que naquela época, convocou as melhores cabeças, oriundas do Sistema Telebrás, para elaborar o Plano e começou a colocá-lo em prática. Temos uma grande oportunidade, neste momento, de contar com grandes nomes da Área de Telecomunicações no Brasil, e porque não dizer do mundo, para elaborar um Plano que realmente atinja toda a população, suprindo as necessidades de comunicação do país.

Diferentemente, o Plano do Hélio Costa, se é que se pode chamá-lo de Plano, foi montado como uma colcha de retalhos, juntando as "exigências" das Operadoras, mas que não apresenta a isenção necessária para sua implementação, pois tem como mote primordial o interesse dos grandes grupos econômicos que tem mandado nas telecomunicações do país nos últimos anos, enquanto foram relegadas as reais necessidades de comunicação do Brasil. Sejamos realistas, se as Operadoras realmente quisessem construir uma Rede Nacional de Banda Larga com capacidade e abrangência necessárias ao atendimento de toda a população, já o teriam feito.

Falar que o Brasil possui pouco mais de 10 milhões de acessos de Banda Larga em 2009 é tão vergonhoso quanto falar da quantidade de "linhas telefônicas" existentes na época da privatização, com o agravante que deveríamos estar vivendo neste momento em um mercado de Competição Plena em regime privado. Infelizmente, o que temos na prática são os "Acordos" entre os grandes grupos econômicos para manter o status quo. Quer mais escancarado do que a declaração do Presidente da Oi que teria preferido a aquisição da GVT pela Telefónica??

Das idéias colocadas até o momento, sou contrário à ressurreição da Telebrás como Operadora Estatal, mas sou amplamente favorável a ter a Telebrás como líder por parte do Governo na gestão de uma PPP, financiada com verbas privadas e do FUST, para a criação de uma Rede unificada, que permita a oferta dos serviços a todos os cidadãos e entidades públicas e privadas, de maneira universal e com custos compatíveis, com o objetivo de, no mínimo, voltar a fomentar a competição e o crescimento do setor de Telecom no Brasil. Tenho também que discordar quando o Ethevaldo fala que temos outras prioridades, por exemplo na área de Educação, que vêm antes da Banda Larga. Todos sete pontos colocados pelo Ethevaldo, podem e serão amplamente beneficiados com a disponibilidade de acesso a Banda Larga a toda a população. Da mesma forma, a Banda Larga traz benefícios relevantes às áreas de Saúde, Segurança Pública, Transportes, etc.; contanto que ela seja realmente disponível com capacidade, abrangência e custos compatíveis, o que está longe de ocorrer hoje em nível nacional.

O que precisamos neste momento é que as ações sejam coordenadas e amplamente debatidas para que realmente atinjam os objetivos do país. O Plano Nacional de Banda Larga tem que ser um Plano de Governo, como foi o PASTE, devidamente elaborado, regulamentado, conduzido e fiscalizado para que tenha o sucesso desejado.

Abraço a todos,

Clóvis Marques

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30/11/09
Telebrás, Eletronet e "Plano de Banda Larga" (98) - Mensagem de Clóvis Marques

de Clóvis Marques <clovis1@terra.com.br>
para Celld-group@yahoogrupos.com.br, wirelessbr@yahoogrupos.com.br
data 30 de novembro de 2009
assunto Re: [Celld-group] Telebrás, Eletronet e "Plano de Banda Larga" (97) - Artigo de Virgílio Freire: "O Nebuloso 'Plano de Banda Larga' do Ministro Helio Costa"

Prezados participantes dos grupos Celld e Wirelessbr,

Há tempos não me manifesto publicamente nos Grupos, mas tenho acompanhado as mensagens e sinto-me motivado a expor minhas opiniões sobre este assunto. Por isso peço licença ao Helio Rosa e, com o devido respeito às opiniões dos colegas, coloco os seguintes temas para reflexão e debate:

1. A Competição na Área de Telecom Fixa nunca existiu no Brasil e é escancarada a atuação das Concessionárias Fixas no sentido de bloquear toda e qualquer iniciativa para que isso ocorra de maneira transparente. Inicialmente, durante o período em que eram responsáveis pela Operação de Telecom no Brasil as Concessionárias do Sistema Telebras, cada uma atuava em seu respectivo Estado, com investimentos somados que raramente passavam de US$ 3 Bilhões anuais, no máximo, simplesmente não atendiam a demanda nacional. Após as privatizações, houve um breve período (no máximo 5 anos) de grande crescimento e investimentos privados, que permitiram saldar o deficit de linhas telefônicas fixas no país, conforme planejado pelo então Ministro Sergio Motta, mesmo que sem competição, pois havia obrigações de universalização a serem cumpridas.
Contudo, as Concessionárias, com o objetivo voraz de proteger seu investimento e evitar que outros empreendedores tivessem acesso ao mercado brasileiro, tem agido sempre no sentido de eliminar concorrentes, postos de trabalho e demais condições para que a Área de Telecomunicações possa continuar crescendo para atender as necessidades do país. Relembro aqui a criação das Licenças Espelho e Espelhinhos (da qual a única sobrevivente foi a GVT, ainda que de forma limitada, coroada com a grande expectativa em torno da chegada da Vivendi ao Brasil).
As Concessionárias, além de se "respeitarem" mutuamente por não entrarem uma no território da outra, o que já poderia ter ocorrido desde o cumprimento das Metas de Universalização, optaram por se unir no mesmo objetivo de eliminar a concorrência (lembram quando, em Consórcio, tentaram comprar a Embratel??). A mesma Embratel, que comprada inicialmente pela Worldcom/MCI e posteriormente pelo mexicano, nunca demonstrou real apetite por brigar pelo mercado local no Brasil, entrando no joguinho das Concessionárias locais. Tudo isso ocorre sob as barbas do Governo, que em alguns casos, chega a fomentar essa ação canibalizadora (preciso mencionar a o que me refiro?)

2. Essa mesma cultura inútil ao país, chegou às celulares. Após um período inicial de grandes investimentos que levou praticamente ao atendimento de grande parte da demanda por celulares no Brasil. A competição arrefeceu, com a compra das Operadoras Celulares pelos mesmos grupos econômicos dominantes na Telefonia Fixa, onde, há alguns anos (pelo menos 4), transformando-se em "Acordos Operacionais". Hoje as Operadoras Móveis não apresentam diferenciações relevantes na sua oferta de serviços e, um pelo outro, acabam cobrando preços muito similares dos usuários. Basta fazer um comparativo dos Planos e Serviços oferecidos por todas elas para perceber que o custo do minuto cobrado de pessoa física é praticamente o mesmo e o custo de serviços de dados é exatamente o mesmo, variando apenas nas promoções para aquisição de novos clientes (os antigos continuam pagando muito caro). Lembrando ainda que o último leilão de licenças realizado pelo Governo, estabeleceu obrigação de cobertura a todos os Municípios Brasileiros até o final do ano, por pelo menos uma Operadora. Estamos chegando ao final do ano e até agora, nenhuma Operadora declarou ter cumprido essa obrigação, muito menos a Anatel divulga o acompanhamento dessa atividade.

3. Na Banda Larga, assim como no setor de TV paga, não é diferente. Apesar de algumas tentativas (frustradas) de alguns empreendedores locais, a oferta de banda larga está totalmente concentrada em área geográfica muito limitada e nas mãos dos mesmos grupos econômicos dominantes na Telefonia Fixa, que insistem em não ampliar a oferta e manter preços elevados, limitando sempre as opções aos usuários. Some-se a isso, as constantes interrupções dos serviços, que deixam os usuários à mercê das poucas e caras opções disponíveis (quando disponíveis). Não dá para dizer que temos oferta suficiente de Banda Larga no Brasil atualmente. Assim como, não dá para dizer que o Plano do Ministro Hélio Costa vá mudar esse cenário em curto espaço de tempo. Muito pelo contrário, esse Plano tem todas as chances de se tornar apenas um grande arrecadador de fundos com fins eleitoreiros, por atender as demandas das Operadoras, sem as devidas contrapartidas e planejamento adequado de médio e longo prazos para a disponibilização dos serviços a todos os Brasileiros com preços compatíveis com a realidade brasileira.

4. Em complemento a essas deficiências, agrego a falta de eficiência, de eficácia, de abrangência e de competência, apresentados pelo Orgão Regulador dos serviços de Telecomunicações no Brasil, que nos últimos anos tem se limitado a atuar de maneira reativa às demandas dos grandes grupos econômicos que dominam o setor no país, deixando de cumprir com seu papel. Basta lembrar que todas as Operadoras sabem quando vão ser fiscalizadas pela Anatel e se preparam (até manipulando dados) para apresentar suas "melhores práticas" apenas nesse intervalo de tempo. Outra demonstração é a falta de "vontade" de regular assuntos importantes, com continuados pedidos de vistas à itens que deveriam ser amplamente conhecidos e dominados pelos Conselheiros da Agência para rápida ação e não reação. É lamentável que um Orgão que foi criado para zelar pelo setor tenha chegado a esse ponto.

O setor de Telecomunicações no Brasil urge pela remodelação, modernização e adequação às necessidades atuais e futuras do país, já que nos últimos 10 anos não houve ações relevantes nesse sentido. Deixando claro que não me refiro ao tipo de tecnologia empregada, pois a Regulamentação do Setor tem que ser independente e acima das tecnologias utilizadas.

Pelos motivos expostos acima, sou favorável à criação de uma Rede unificada para provimento dos serviços essenciais de telecomunicações (que obviamente inclui a Banda Larga), que permita a oferta dos serviços a todos os cidadãos e entidades públicas e privadas, de maneira universal e com custos compatíveis, financiada com verbas privadas e do FUST e gerida na forma de PPP (que pode ser através da própria Telebrás); com o objetivo de, no mínimo, voltar a fomentar a competição e o crescimento do setor de Telecom no Brasil. Obviamente, essa ação não pode servir apenas aos objetivos de um Governo ou dos grandes grupos econômicos e por isso tem que ser planejada e executada com foco em atender as necessidades do país. Pessoas altamente capacitadas para essa tarefa temos em abundância no Brasil.

Atenciosamente,

Clóvis A. Marques


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