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Fevereiro 2010               Índice Geral do BLOCO

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08/02/10

• Telebrás, Eletronet e "Plano de Banda Larga" (153) - Artigo: "Dinheiro fiscal não há, acesso às casas também não, a rede a usar das estatais é fechada por segurança" + Estudo do consultor legislativo da Câmara, José de Souza Paz Filho

de Helio Rosa <rosahelio@gmail.com>
para Celld-group@yahoogrupos.com.br, wirelessbr@yahoogrupos.com.br
data 8 de fevereiro de 2010 09:35
assunto Telebrás, Eletronet e "Plano de Banda Larga" (153) - Artigo: "Dinheiro fiscal não há, acesso às casas também não, a rede a usar das estatais é fechada por segurança" + Estudo do consultor legislativo da Câmara, José de Souza Paz Filho

Olá, ComUnidade WirelessBRASIL!

Era o que o governo temia: o debate se amplia (só pra rimar...)  :-)

01.
Transcrevo abaixo este interessante artigo (prefiram ler na fonte!):
Fonte: Cidade Biz
[07/01/10]  Sem as teles, banda larga popular pensada pelo governo é despesa ociosa, e cria novos problemas - por Antonio Machado

Não é o ponto principal mas recorto este trecho:
(...)
A proposta da Câmara
Uma visão alternativa para a universalização da banda larga foi proposta pelo consultor legislativo da Câmara, José de Souza Paz Filho. O estudo é atual, embora de junho último.
Ele demonstra a viabilidade de tarifa de R$ 20/mês, com R$ 15 pagos pelo usuário (que prova ser viável para as classes de menor renda) e R$ 5 de subsídio pelos fundos formados pelas receitas das teles, o Fust, que há para isso, e parte do Fistel, uma taxa de fiscalização.(...)

02.
O Estudo do consultor José de Souza Paz Filho está aqui com o seguinte Sumário:
Fonte: Câmara
[Jun 2009]   Alternativas para a universalização das telecomunicações no Brasil - por José de Sousa Paz Filho (pdf)

1. Introdução
2. Regime público x Regime privado
3. Alternativas para a universalização dos serviços de telecomunicações
3.1 Competição na prestação do serviço de banda larga nos grandes centros
3.2 Universalização da banda larga nas regiões de baixa atratividade econômica
3.2.1 Redesenho do conceito de STFC para inclusão da banda larga
3.2.1.1 Superação de desafios
3.2.2 Participação direta do Poder Público na prestação do serviço
3.2.3 Uso do FUST para a prestação do serviço de banda larga
3.2.4 Criação de novo serviço em regime público
4. Conclusões

03.
O debate se amplia, repito, mas não chegou ao Povo, através da sua Casa, que é o Congresso Nacional.
O Congresso está no "fundo do poço", como sabemos, mas deve ser preservado e prestigiado como instituição democrática.
O Governo já conversou com representantes das teles e dos provedores. Vai conversar com as Lan Houses...
É preciso conversar com o Congresso, sô!!!

A favor ou contra, precisamos fazer pressão individual sobre os deputados e senadores para que se interessem pelo assunto!
As relações estão aqui
- http://www2.camara.gov.br/deputados/arquivo
- http://www.senado.gov.br/sf/senadores/senadores_atual.asp

Comentários?

Boa leitura!
Um abraço cordial
Helio Rosa
Mais informações:
Telebrás e Eletronet e Insight - Laboratório de Ideias

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Fonte: Cidade Biz
[07/01/10]  Sem as teles, banda larga popular pensada pelo governo é despesa ociosa, e cria novos problemas - por Antonio Machado

Dinheiro fiscal não há, acesso às casas também não, a rede a usar das estatais é fechada por segurança

A cautela dos defensores no governo da reabilitação da Telebrás, a estatal que monopolizava a telefonia, para prover banda larga de internet a preços populares indica que, se aprovado o projeto, ele terá saído à vaselina. E terá consequências econômica e política.

O presidente Lula apóia a proposta, mas não, necessariamente, com a Telebrás ressuscitada. As teles também, se as projeções de custo fizerem sentido. Universalizar a web em banda larga é consenso em toda parte. Barack Obama a inseriu como prioridade de seu governo.

Lula e a oposição a querem. O governador José Serra a lançou em São Paulo com isenção de ICMS, o item de maior custo da telefonia. Net e Telefônica já oferecem conexões de 256 kbps (quilobits por segundo), quatro vezes mais rápida que a discada, a R$ 29,80/mês.

Então, por que o governo excluiu as empresas dos estudos? O que se fez da proposta do ministro das Comunicações, Hélio Costa, que envolvia as teles? O tratamento opaco dado ao tema gera suspeitas.

O projeto é sustentável só na intenção, o que não significa que seja inviável. Difícil é executá-lo sem a participação das teles, especialmente as que provêm telefonia fixa, Oi/BrT e Telefônica, que têm a maior malha de cabeamento no país - ativo praticamente amortizado, mas em decadência frente às tecnologias móveis de voz, dados e imagem, cada vez mais ubíquas em todo o mundo.

Contra essa rede estabelecida, para a qual os serviços de dados, sobretudo a internet em banda larga para residências e pequenas empresas, trouxeram a oportunidade de estender a viabilidade de uma tecnologia canibalizada pelo celular – conta-se em milhões as linhas fixas ociosas -, a tese estatizante é redundante. E cara.

Uma mensalidade baixa para velocidade de conexão de 1 megabit por segundo, no mínimo, como se divulgou, implica subsidiar o serviço. Discute-se cobrar R$ 15 a R$ 35/mês por tal acesso. Isso ao custo de R$ 3 bilhões a R$ 14 bilhões até 2014, segundo um dos autores, Cezar Alvarez, o responsável pela agenda do presidente Lula, além de coordenar um programa de governo chamado Inclusão Digital.

Para valor semelhante de tarifa, o custo, com ou sem a reativação da Telebrás, na conta das teles, é de R$ 16/19 bilhões ao ano, um dinheiro indisponível no orçamento fiscal, afora a regra segundo a qual nenhuma despesa pode ser criada sem provisão de receita. E de onde ela pudesse vir há outras prioridades na fila, como a saúde.

BNDES não é o Tesouro

Se a banda do orçamento fiscal é estreita, entupida para se dizer melhor, o facilitometro governamental cogita levar a Telebrás, se for por aí, a tomar R$ 20 bilhões do BNDES. É vaselina outra vez.

O BNDES só excepcionalmente tem o que se pede porque recebeu do Tesouro R$ 180 bilhões em 2009 e este ano para financiar as obras do infraestrutura do PAC, a Petrobras e projetos industriais.

É um dinheiro que, enquanto não volta, a dívida pública o ampara ao custo da Selic. Não há perdas porque os projetos apoiados pelo BNDES têm retorno real, sem subsídios, o que não é o caso do Plano Nacional de Banda Larga, com perfil próximo de política social. É função típica para o orçamento fiscal prover, não para o BNDES.

Hackeando o protocolo

O programa tem outros problemas. Os que o elaboram querem dispor da rede de fibra ótica teoricamente da União, embora se trate de uso restrito de estatais como Petrobras e Eletrobrás.

Fora a rede da Eletronet, sociedade com a AES que faliu, ociosa, elas não são compartilhadas por protocolos de segurança, e só por isso existem.

Se o tráfego por elas pode ser franqueado, as empresas estatais nem deveriam ter gasto dinheiro público para construí-las.

Seduziu e cuspiu fora

Se não existissem tais restrições, há um obstáculo: como levar as conexões até a porta do cliente, a chamada “última milha”. É o que fazem as teles. Ou o governo terá de emular o serviço, gastando no que já existe.

As teles poderiam cuidar dessa parte, mas afasta o governo do contato direto com a população atendida, apelo político que permeia a intenção do projeto. Questionamentos não faltam.

Um é sensível: o futuro da telefonia fixa operada pela Oi/BrT em todo o país, menos São Paulo. O governo patrocinou a compra da BrT para formar uma grande tele nacional. E atraiu os capitais de dois grupos privados e os fundos de pensão dos funcionários do Banco do Brasil, Petrobras, Caixa e da própria Oi/BrT com tal pressuposto.

Oi é a mais abatida com a Telebrás operando a tecnologia que mais cresce no país. Os empresários podem sair. Mas e os aposentados?

A proposta da Câmara

Uma visão alternativa para a universalização da banda larga foi proposta pelo consultor legislativo da Câmara, José de Souza Paz Filho. O estudo é atual, embora de junho último.

Ele demonstra a viabilidade de tarifa de R$ 20/mês, com R$ 15 pagos pelo usuário (que prova ser viável para as classes de menor renda) e R$ 5 de subsídio pelos fundos formados pelas receitas das teles, o Fust, que há para isso, e parte do Fistel, uma taxa de fiscalização.

As teles não são excluídas dessa proposta. Ela permitiria atender 13,4 milhões de lares. Para a cobertura total, 14,6 milhões de um total de 56,4 milhões de residências no país, ele sugere aportes fiscais, mas em volume muito menor. Está faltando discussão.


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