| 
         
		
		Wireless  | 
    
       
      	  | 
   
WirelessBrasil --> Bloco Tecnologia --> Índice de 2012 --> "Post"
Obs: Os links indicados nas transcrições podem ter sido alterados ao longo do tempo. Se for o caso, consulte um site de buscas.
16/11/12
• "Marco Civil da Internet" e a "Neutralidade da Rede" (14) - "Valim, da OI, 
diz que neutralidade proposta prejudica o assinante" + " Minicom defende 
discriminação por volume de tráfego" + Cristina de Luca: "Neutralidade como 
Sedex, analogia infeliz"
Olá, WirelessBR e Celld-group!
Continuo repercutindo a mídia, para formação de opinião.
Transcrevo:
Leia na Fonte: Tele.Síntese
[14/11/12] 
Valim diz que neutralidade proposta prejudica o assinante 
Leia na Fonte: Convergência Digital
[13/11/12] 
Neutralidade: Minicom defende discriminação por volume de tráfego - por Luís 
Osvaldo Grossmann
Leia na Fonte: IDGNow! / Blogs / Circuito de Luca
[03/10/12] 
Neutralidade como Sedex, analogia infeliz - por Cristina de Luca
Boa leitura!
Um abraço cordial
Helio Rosa
Portal WirelessBRASIL
-------------------------------------------------
Leia na Fonte: Tele.Síntese
[14/11/12] 
Valim diz que neutralidade proposta prejudica o assinante 
Posição do presidente da Oi é de que o Marco Civil da Internet garanta a 
isonomia entre os usuários da rede
O presidente da Oi, Francisco Valim, criticou nesta quarta-feira (14) o projeto 
de lei do Marco Civil da Internet, afirmando que a proposta traz assimetrias 
prejudiciais aos usuários. “Há uma divergência grande entre a posição dos 
provedores e dos operadores de telecomunicações. Os provedores podem filtrar 
acessos, guardar dados, fazer proteção, eles podem fazer um monte de coisas e os 
operadores não podem”, disse.
O executivo defende que haja uma simetria nesse sentido. “Ou todo mundo pode ou 
ninguém pode”, destacou. Ele disse que a proposta usou a pior palavra para 
definir a questão, como neutralidade. “Nesse caso, há uma grande disparidade 
entre dois elos do mesmo sistema”, disse.
Valim disse que há outra assimetria no modelo imposto às teles. “A gente vai ser 
obrigado a tratar todo o mundo de forma pior porque não vai atender clientes com 
serviços diferenciados, mesmo que eles queiram pagar por isso, como acontece 
atualmente”, disse.
Para Valim, o que deve haver é isonomia de tratamento entre clientes com pacotes 
equivalentes. “Usuário que opta por viajar na classe econômica tem que receber 
refeição igual a qualquer outro da mesma classe, mas o que o projeto quer fazer 
é que só haja classe econômica”, comparou. Com essas regras, os usuários que 
usam pouco o serviço vão financiar os que usam muito, o que não acha justo nem 
neutro.
“A neutralidade da rede se envolveu com o aspecto econômico, o que é prejudicial 
para o negócio”, disse. Valim acha que as empresas de telecomunicações não podem 
não ter diferenciação de pacotes de dados.
Anatel
O presidente da Oi defende que a regulamentação da neutralidade de rede deve ser 
feita pela Anatel, opinando assim sobre a principal divergência do projeto na 
Câmara, que impediu sua votação ontem. “A agência é mais competente, mais 
idônea, mais independente, já faz isso, conhece o mercado, a gente não entende 
essa discussão”, disse. “Mandar essa tarefa para algum órgão que não conhece o 
setor não faz sentido nenhum”, completou.
Para Valim, com essa proposta o governo quer antecipar uma tendência que ninguém 
sabe como vai terminar. “Daqui a pouco nós vamos criar uma jabuticaba nova”, 
disse, lembrando que ninguém regulou a internet na extensão que o Brasil se 
propõe regular com o projeto de lei. “É um problema de temporalidade”, disse. “O 
projeto é polêmico porque é negativo, principalmente para o usuário”, disso.
----------------------------------------
Leia na Fonte: Convergência Digital
[13/11/12] 
Neutralidade: Minicom defende discriminação por volume de tráfego - por Luís 
Osvaldo Grossmann
O Ministério das Comunicações já deu uma boa dica do quão flexível, no seu 
entendimento, deve ser o princípio de neutralidade de rede: permitir que as 
operadoras façam discriminação de tráfego com base no volume de dados 
trafegados.
“É perfeitamente possível que uma empresa faça gerenciamento de tráfego para 
impedir que 5% dos usuários venham a consumir 90% da banda”, sustentou o diretor 
do departamento de banda larga do Minicom, Artur Coimbra, que na noite de 
segunda-feira, 12/11, participou de um debate sobre o tema na TV Brasil.
Não é por menos, portanto, que o governo federal demonstre resistência ao texto 
proposto no Marco Civil da Internet – que pode ser votado na Câmara dos 
Deputados nesta terça-feira, 13. Pela redação do projeto, esse tipo de 
discriminação de tráfego não seria permitido.
A manifestação sinaliza de que forma pode vir uma regulamentação do princípio da 
neutralidade, que o relator do texto, deputado Alessandro Molon (PT-RJ) pretende 
ser competência da Presidência da República. O Minicom, no entanto, voltou a 
insistir que o regramento seja feito pela Anatel.
No programa Brasilianas.org, Coimbra, ao responder uma pergunta de um 
telespectador, defendeu que deve ficar com a Anatel a tarefa de dizer como vai 
funcionar a neutralidade de rede. Ponto de embate entre o governo e o relator do 
projeto e um dos responsáveis pelo não acordo para a votação no Plenário da 
Câmara, na semana passada.
Comedores de banda
A alegação de que 5% dos internautas consomem 90% da banda disponível é 
recorrente entre as operadoras de telecomunicações – as empresas detentoras as 
redes física por onde trafegam os dados. Os percentuais variam nos exemplos, mas 
a lógica é a mesma – alguns usam demais a Internet e prejudicam outros.
No mesmo programa, o presidente da Telefônica/Vivo – e do sindicato nacional das 
teles – Antonio Carlos Valente, explicou que as operadoras já praticam gestão de 
tráfego para coibir esse “problema”, mas não entrou em detalhes de como essa 
operação é realizada.
Mas há contestação para essa premissa. Um estudo realizado pela consultoria 
Diffraction Analhysis, nos Estados Unidos – até aqui um dos poucos, senão o 
único, a utilizar dados reais de provedores de acesso – uma vez que que não 
existem métricas confiáveis (na verdade, não existe métrica nenhuma) para 
definir quem é “comilão de banda”,
No levantamento, os analistas Benoit Felten e Herman Wagter demonstram que o 
carimbo de “heavy user” não é feito sobre uso da banda, mas pela quantidade de 
dados transferidos – os 5% com maior transferência são “comilões”. Além disso, 
pelo menos 48% dos usuários podem cair nesse critério em algum momento dos 
horários de pico. E, embora 61% dos grandes comedores façam downloads 95% do 
tempo, apenas 5% dos internautas que baixam arquivos 95% do tempo podem ser 
considerados “heavy users”. Confira o estudo no blog
www.fiberevolution.com. 
---------------------------------------------------------
Leia na Fonte: IDGNow! / Blogs / Circuito de Luca
[03/10/12] 
Neutralidade como Sedex, analogia infeliz - por Cristina de Luca
Nesta terça-feira, 02 de outubro, ao participar do III Seminário de Proteção à 
Privacidade e aos Dados Pessoais, em São Paulo, o deputado Alessandro Molon, 
relator do projeto de lei do Marco Civil da Internet, perguntado sobre a 
tramitação na Câmara, demonstrou otimismo. Não só crê na possibilidade de um 
acordo com o governo em torno do princípio de neutralidade de rede, que 
pressupõe uma definição clara do que venha a ser neutralidade, quanto na 
aprovação do texto na comissão especial e no plenário da casa ainda este ano.
“É possível construir um caminho de equilíbrio para a redação do artigo nono, 
que define o princípio de neutralidade. Quero construir uma saída que garanta a 
aprovação do relatório, que deixe tudo mais claro. Isso não quer dizer que vá 
agradar a todo mundo. Chega um momento que a gente tem que fazer escolhas”, 
disse o deputado, lembrando que a retira do princípio de neutralidade do Marco 
Civil é algo fora de cogitação.
Molon aproveitou a oportunidade para rebater o argumento dos sindicato das 
operadoras de telefonia de que, se aplicado aos Correios, o princípio de 
neutralidade impediria a criação de serviços como o Sedex. A analogia foi feita 
pelo diretor executivo do Sinditelebrasil e membro do Comitê Gestor da Internet, 
Eduardo Levy, semana passada, no IV Seminário de Telecomunicações na Fiesp.
“O Sedex é não é uma boa comparação. O Sedex põe o foco no remetente. Não estou 
preocupado com o remetente, estou preocupado com o destinatário, o cara que pega 
a informação. A ele não será perguntado se quer receber mais rápido ou mais 
devagar. Isso é definido e pago lá no remetente”, explica Molon.
Não é a primeira vez que as operadoras usam os Correios para explicar sua 
compreensão de neutralidade. Em outubro do ano passado, durante o
I Fórum da Internet do Brasil, o representante do SindiTelebrasil leu um 
comunicado da entidade, durante o debate sobre neutralidade, defendendo a 
flexibilização uma definição de neutralidade da rede no Brasil. Nele, a analogia 
com o Sedex é explicada em detalhes.
Diz o texto:
Um bom exemplo de modelo de neutralidade de rede é o 
adotado pelos Correios, que oferecem diversos serviços de entrega de 
correspondências e encomendas, cobrando diferentes preços conforme a prioridade. 
Encomendas com hora marcada de entrega, por exemplo, custam mais caro que as 
cartas simples.
Assim como ocorre com os pacotes de dados na internet, os Correios não oferecem 
garantia de prazo ou prioridade na entrega de uma carta simples. Essa prática, 
conhecida como “melhor esforço”, resulta na cobrança de preços menores por um 
serviço sem programação antecipada. Nesse caso, a empresa fará seu “melhor 
esforço” para entregar a carta, mas poderá haver atraso se o volume de 
correspondências estiver muito acima do esperado.
Caso o conceito de neutralidade de rede fosse aplicado aos Correios, proibindo a 
definição de prioridade para os serviços, os usuários seriam privados da opção 
de entregas mais rápidas. Ou, então, todos os usuários teriam que pagar mais 
caro por entregas prioritárias, incluindo aqueles que não desejam pagar mais 
pela agilidade na entrega.
O problema todo a meu ver, é que a aplicação do conceito de neutralidade, 
conforme o definido no Marco Civil, não impediria a criação do serviço de 
entregas rápidas. Nem forçaria todos os usuários dos serviços de internet a 
pagarem mais caro por entregas prioritárias, mesmo sem fazer uso do serviço. Mas 
garantiria a todos que pagassem por ele que as entregas rápidas fossem feitas 
dentro dos critérios técnicos definidos pelo serviço, mesmo que a 
correspondência fosse internacional e, no seu trajeto, outros serviços postais 
que não os da EBCT fossem usados. Tampouco inibiria a venda de serviços 
privados, que garantam a qualidade de serviço dentro da mesma rede, como as 
conexões dedicadas.
De fato, o termo neutralidade é muito vago e, em alguns aspectos, muitas vezes, 
não se aplica a todos os pacotes que trafegam em uma rede, como no caso dos 
pacotes de voz dos serviços de Voz sobre IP, que precisam ser mais rápidos que 
os de e-mail, por exemplo. Serviços de vídeo em tempo real também precisam ser 
priorizados. Mas o princípio de neutralidade pode ser aplicado por tipo de 
pacote trafegado. Pacotes de vídeo em tempo real devem ter o mesmo tratamento em 
uma rede, independente do emissor. O pacote de vídeo do Terra, do G1, e do 
Youtube devem ter o mesmo tratamento nas redes por onde trafegam. É o que os 
técnicos costumam chamar de “isonomia” no tratamento dos pacotes.
Voltando à analogia do Sedex, na prática, o Sedex é o serviço de entrega que não 
leva em conta o que está sendo enviado em cada pacote, mas a rapidez com que o 
pacote será enviado, embora, como a carta, o peso do pacote determine o valor 
pago pelo envio. Hoje, uma conexão de 10 Mbps entrega pacotes de vídeo mais 
rápido que uma de 1Mbps, dado o peso do pacote e a limitação técnica do envio. E 
a conexão de 10 Mbps já é mais cara que a de 1Mbps. Continuará sendo assim. O 
princípio de neutralidade apenas garantirá que a entrega de todos os pacotes de 
vídeo, independente do emissor, sejam tratados da mesma forma pela conexão de 10 
Mbps (Sedex 10) e pela conexão de 1 Mbps (Sedex).
Lato sensu, neutralidade da rede é um termo que define o compromisso, por parte 
dos provedores de internet e dos operadores de infraestrutura de 
telecomunicações, de não privilegiar os pacotes de alguns serviços, 
especialmente os relacionados ao seu próprio negócio, e onerar outros, 
tornando-os mais lentos. Uma operadora que oferece vídeos pela internet não 
poderia priorizar seu serviço em detrimento do serviços YouTube do Google, por 
exemplo.
Trocando em miúdos, a neutralidade de rede garante que o tráfego de dados na 
Internet seja regulado de forma muito parecida com o tráfego de veículos nas 
estradas, onde critérios técnicos são usados para “dar preferência” ao tráfego 
de determinados tipos de veículos, como ambulâncias, carros de bombeiro e 
viaturas policiais. Ou para garantir a segurança de todos, como no caso do 
limite de velocidade menor para veículos mais pesados como ônibus e caminhões. 
Ou ainda para evitar retardos, no caso das faixas livres de pedágio para quem 
fez o pagamento antecipado da tarifa (uma regra de negócio da concessionária 
administradora da via).
Neutralidade não impede, por exemplo, a venda de serviços com diferentes 
velocidades de acesso. Mas impede que o controle do fluxo de dados obedeça a 
critérios que não sejam técnicos, permitindo que as operadoras cobrem do 
consumidor de acordo com o tipo de uso que ele fará da rede. Por exemplo, caso o 
consumidor tenha o hábito de usar redes P2P, pague a mais por isso, para não ter 
os seus pacotes bloqueados. As operadoras não podem “impedir os consumidores” de 
acessarem determinados conteúdos, “degradar deliberadamente” o consumo desse 
conteúdo ou obrigarem os consumidores a usarem aplicativos de sua escolha 
(hábito muito comum na telefonia móvel, antes dos celulares terem capacidade de 
acesso internet).
A neutralidade de rede, na Internet, não é para o prejuízo das empresas de 
telecomunicações, mas para defesa do usuário. A discriminação, sempre que 
necessária, deverá ser justificada com motivos técnicos.
@@@@
Em um artigo escrito no fim de 2011, o amigo Omar Silva, lembra que as teles 
justificam seu pedido dizendo que sem esta ‘regulamentação’, a Internet 
brasileira vai entrar em colapso e que se todo mundo resolver usar a banda que 
lhes é vendida, a Internet brasileira sai do ar… Pergunto: o que a internet 
brasileira difere da Internet em outros países?
@@@@
PS: O irônico da defesa das teles de que a Anatel seja a responsável no Brasil 
pela regulamentação da neutralidade é que, nos Estados Unidos, em 2010, a 
justiça desqualificou a Comissão Federal de Comunicações, FCC, equivalente deles 
à Anatel, ao não reconhecer sua autoridade para “regular as práticas de 
gerenciamento de rede de um provedor de serviços de internet”. Tudo porque em 
2009 a FCC passou a defender de forma mais ativa a neutralidade na rede, quando 
seu presidente Julius Genachowski propôs duas novas regulamentações para impedir 
operadoras de bloquearem ou degradarem tráfego na internet. Os regulamentos 
tinham endereço certo: proibir a Comcast de degradar tráfego P2P.