Fernando Neto Botelho - Telecomunicações

----- Original Message -----
From: Fernando Botelho
To: Celld-group@yahoogrupos.com.br
Sent: Thursday, December 21, 2006 10:39 AM
Subject: Re: [Celld-group] DRM - Digital Rights Management (1)

Prezado Hélio,

Bill Gates - de quem e de cuja trajetória sou um dos (zilhares) de fãs que ele tem espalhados pelo mundo inteiro) - não é propriamente "uma Brastemp" como autoridade em critérios ou tecnologias relacionadas com direitos autorais, menos ainda sobre direitos autorais de softwares.

Acionista majoritário da maior concentradora de copyrights do mundo contemporâneo, praticante da vendagem casada mais repugnante de que se tem notícia na evolução tecnológica mundial - foi penalizado por ela, em alguns bilhões de dólares, dentro dos próprios EUA (por Corte da Califórnia) e, mais recentemente, pelo Tribunal da UE (em não menos que seiscentos milhões de euros, por venda casada do IE com o WMP) - Bill devia conter suas manifestações públicas sobre DRMs e deixar o assunto mais para os civil rights defenders, ou, como vem fazendo com maestria (a maestria de sempre), ocupar-se mais com a miséria da África, da Índia, onde anda depositando bilhões de dólares que continua extraindo, paradoxalmente, da segmentação absurda das versões "n" do seu Windows (que, "às vezes", repete, na tela, algo nem muito ortodoxo em termos de DRM ou de tecnologia de ponta: "você realizou uma operação ilegal e este programa será fechado").

O principal programa DRM, de Bill Gates, devia ser implantado "interna corporis", ou, do portão de entrada da MS prá dentro, onde, aliás, políticas de licenciamento de softwares mais evoluídas e menos rigorosas - que, melhor adaptadas à inovação própria e irmã da tecnologia, permitem graus diversos de defesa do copyright (o exemplo melhor, penso, é o da Creative Commons - ver http://www.creativecommons.org.br/) - simplesmente não entram.

Rigor de DRMs, que travam a possibilidade de uso de ferramentas disponíveis no mercado, simplesmente não funcionarão, como não funcionaram até agora, ou terão vida curta, que será sempre ceifada pelo fomento da ilegalidade, dos softwares pirata e brokers, que, baixados aqui e acolá, quebram algoritmos de encriptação bloqueadora.

A discussão, se for levada para um patamar sério, isento, deveria passar para a esfera, não do engessamento (pretensamente tecnológico) do direito de reprodução do conteúdo intelectual da mídia, mas da forma progressiva, lógica e racional, pela qual se possa defender esse (valioso) direito, que é o do autor intelectual do software.

Por via das dúvidas... :-)
Em 01 Outubro fizemos um "post" sobre CRM - Customer Relationship Management

CRM é a sigla para Customer Relationship Management que significa "gerenciar o relacionamento com seu cliente".

Não confundir com DRM - Digital Rights Management que "se refere à proteção de conteúdo eletrônico através de restrições sobre quais operações um usuário autorizado pode tomar sobre esse conteúdo. O DRM habilita os proprietários (ou licenciadores) de conteúdo digital a distribuir e controlar esse conteúdo de maneira a prevenir distribuição (e conseqüente uso) não-autorizado."

Vamos fazer alguns "posts"/mensagens sobre o assunto, para ambientação.
O tema não é exatamente sobre TI e Telecom mas como hoje tudo converge... para tudo... :-)) é preciso ficar ligado!
Mas, como veremos, há muita tecnologia interessante envolvida.

Vamos começar transcrevendo uma notícia de anteontem: DRM é complexo demais para usuário, diz Gates.

Depois um pequeno texto do nosso arquivo: Digital Rights Management - encontrado em http://limbo.ime.usp.br/mac339/index.php/IcicDRM (descontinuado?)

E as definições de DRM "from" Google - em inglês.

Boa leitura!

Boas Festas e um Ótimo 2007!
Um abraço cordial

Helio Rosa

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[19/12/06] DRM é complexo demais para usuário, diz Gates
SÃO PAULO – O fundador da Microsoft, Bill Gates, defendeu mudanças no uso de tecnologias DRM.
Bill Gates se manifestou sobre o tema durante encontro, na sede da Microsoft, em que recebeu bloggers americanos. Gates explicou que quando alguém compra uma música ou vídeo não sabe exatamente o que pode e não pode fazer com aquele arquivo, pois as funcionalidades do DRM (Digital Rights Management) formam um tema complexo demais para usuários comuns.
“DRM não é o que deveria ser. Nós precisamos melhorar o desenvolvimento desses recursos em termos de simplicidade e interoperabilidade”, afirmou Gates no evento.
As declarações de Gates foram reproduzidas nos blogs de alguns convidados para o encontro e geraram polêmica. A Microsoft é reconhecida como um expoente no uso e no desenvolvimento de ferramentas DRM.
Suw Charman, líder da organização Open Rights Group nos Estados Unidos, classificou a declaração como incoerente, já que os produtos da Microsoft são cheios de restrições DRM.