FLÁVIA LEFÈVRE GUIMARÃES
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 Fevereiro 2009               Índice Geral



09/03/09

• "Backhaul" e "Assinatura Básica" - Artigos de Miriam Aquino (Tele.Síntese) e Ethevaldo Siqueira (Estadão)

----- Original Message -----
From: Helio Rosa
To: Celld-group@yahoogrupos.com.br ; wirelessbr@yahoogrupos.com.br
Cc: Flávia Lefèvre ; tele171@yahoo.com.br
Sent: Monday, February 09, 2009 9:32 PM
Subject: "Backhaul" e "Assinatura Básica" - Artigos de Miriam Aquino (Tele.Síntese) e Ethevaldo Siqueira (Estadão)
Olá, ComUnidade WirelessBRASIL!
 
Estamos devendo uma coleção de artigos recentes sobre a "reversibilidade do backhaul"...ufa!  :-)
Quem estiver agonioado pode fazer uma visita ao Teletime e ao Tele.Síntese. :-)

Uma das boas matérias é esta:
 
Fonte: Tele.Síntese
[23/01/09]   É melhor ficar explícito que o backhaul é reversível  por Miriam Aquino
Vale conferir no original mas vai reproduzida mais abaixo

Recortamos um trecho que não representa a ênfase do artigo mais vai "convergir" com o outro artigo transcrito hoje:
(...) Continuo discordando, porém, do mérito da ação da Pro Teste, que não quer mais a imputação de metas de universalização para o STFC, sob o argumento de redução da tarifa de assinatura básica do telefone fixo. O Brasil tem muitas carências em telecomunicações e é preciso, sim, usar a capacidade de investimento das concessionárias para massificar a infraestrutura da sociedade do conhecimento. (...)

Este artigo foi publicado no Estadão do domingo:
 

Fonte: Ethevaldo.com.br
[08/02/09] Como reduzir o valor da assinatura básica
Recorte:
(...) Um desses muitos e-mails que circulam na internet com denúncias e reivindicações chegou às mãos de Thaís, minha nora, pedindo-lhe que votasse a favor do “cancelamento da taxa telefônica” (assinatura básica), ligando para o 0800-619619, telefone da Câmara dos Deputados, onde tramita o projeto de lei 5.476/2001, do deputado Marcelo Teixeira (PR-CE). O e-mail pedia a divulgação do projeto e queixava-se de que a mídia “não veicula esse tipo de assunto”. Thaís ficou entusiasmada e pediu minha opinião.
 
Tentei diversas vezes ouvir o deputado Marcelo Teixeira, mas ele não me retornou as ligações. Encaminhei-lhe, então, cópia da mensagem enviada à minha nora, que compartilho agora com o leitor: (...)
 
Polêmica?
Ao debate!  :-)
 
Boa leitura!
Um abraço cordial
Helio Rosa
 
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Fonte: Tele.Síntese
[23/01/09]   É melhor ficar explícito que o backhaul é reversível  por Miriam Aquino   
 
O questionamento jurídico da Pro Teste à troca de metas de universalização promovida no ano passado pelo presidente Lula – que publicou novo decreto autorizando a substituição dos postos de serviços telefônicos pela construção da estrada estadual de banda larga -, se tem o pecado de se insurgir contra a construção dessa infra-estrutura pela via da telefonia fixa, tem o mérito de estar conseguindo convencer as autoridades judiciais e a própria Anatel de que não há redundância na explicitação da reversibilidade do backhaul.
 
Caldo de galinha e cautela, diz o dito popular, não fazem mal a ninguém. Sempre estive convencida de que o backhaul, por fazer parte da troca de metas de universalização da telefonia fixa, só poderia ser um bem da própria concessão e, por isso, reversível à União. Assim, me pareceu bastante razoável o parecer da procuradoria jurídica da Anatel que entendeu ser desnecessária a inclusão desta reversibilidade nos contratos de concessão  porque seria repetir o óbvio.
 
Mas o recurso apresentado pela Pro Teste, que convenceu dois desembargadores a conceder liminar para parar a construção desse backhaul traz um argumento importante, que não poderia mesmo ser desprezado pela agência reguladora e pelos críticos mais afoitos.
 
Com base nas respostas à consulta pública a essa proposta, a Pro Teste demonstra que a Oi, a CTBC e a Telefônica pediram a exclusão desta reversibilidade não por ser supérflua, mas justamente por não sê-la. A Oi afirmava: “O fato de um determinado bem estar sendo utilizado na prestação do STFC não é determinante para que seja rotulado de bem reversível”. A CTBC, por sua vez, argumentava: “Apesar de infraestrutura de suporte ao STFC, estará dedicada a prover meios para a conexão à internet em banda larga, serviço esse de natureza diversa ao prestado em serviço público.” Por fim, a Telefônica alertava: “Incluir este novo item ao rol de bens reversíveis pode abrir um precedente para que no futuro outros bens que possam ser agregados a outros compromissos de universalização, mas não indispensáveis à prestação dos serviços, sejam equivocadamente classificados como tal”.
 
Diante desses argumentos, nada mais sensato do que explicitar que o backhaul terá que ser devolvido à União em 25 anos.
 
Reação
 
Mas, na certeza de que o contrato de concessão é um acordo entre duas partes, as duas maiores concessionárias, Telefônica e Oi, resolveram colocar areia nesta iniciativa da Anatel. A Telefônica preferiu adiar a decisão sobre a assinatura do termo aditivo, alegando que somente a sua matriz espanhola pode se manifestar.
 
A Oi, por sua vez, que acaba de ter o seu mais importante pleito empresarial aprovado (o da fusão com a Brasil Telecom), resolveu jogar ainda mais pesado, e condicionou a assinatura do aditivo contratual à absurda reivindicação de não ser punida por não ter cumprido as metas de universalização do backhaul nem ter conectado com banda larga as escolas prometidas.
 
É importante que essa questão fique equacionada rapidamente. Atualmente, a sociedade está no pior dos mundos pois não pode contar com a continuidade da construção da rede, já que o backhaul foi suspenso pela justiça, e também está ficando com menos telefones públicos. Por enquanto, só as concessionárias estão ganhando, já que não precisam fazer nem uma coisa nem outra.
 
Continuo discordando, porém, do mérito da ação da Pro Teste, que não quer mais a imputação de metas de universalização para o STFC, sob o argumento de redução da tarifa de assinatura básica do telefone fixo. O Brasil tem muitas carências em telecomunicações e é preciso, sim, usar a capacidade de investimento das concessionárias para massificar a infraestrutura da sociedade do conhecimento.
 

 
Fonte: Ethevaldo.com.br
[08/02/09] Como reduzir o valor da assinatura básica
 
Um desses muitos e-mails que circulam na internet com denúncias e reivindicações chegou às mãos de Thaís, minha nora, pedindo-lhe que votasse a favor do “cancelamento da taxa telefônica” (assinatura básica), ligando para o 0800-619619, telefone da Câmara dos Deputados, onde tramita o projeto de lei 5.476/2001, do deputado Marcelo Teixeira (PR-CE). O e-mail pedia a divulgação do projeto e queixava-se de que a mídia “não veicula esse tipo de assunto”. Thaís ficou entusiasmada e pediu minha opinião.
 
Tentei diversas vezes ouvir o deputado Marcelo Teixeira, mas ele não me retornou as ligações. Encaminhei-lhe, então, cópia da mensagem enviada à minha nora, que compartilho agora com o leitor:
 
“Thaís: Periodicamente, alguns deputados apresentam projetos como esse, para ganhar notoriedade e agradar aos eleitores, pois ninguém gosta de pagar nada. Eu não gosto. No entanto, penso diferentemente do deputado: antes de propor a extinção da assinatura básica, deveríamos reduzir seu valor, baixando radicalmente os impostos. O Brasil é campeão mundial na cobrança de tributos sobre telecomunicações. Hoje, mais de 40% do valor dos serviços telefônicos que pagamos são impostos, como o ICMS, o Cofins e outros.
 
Além dos impostos, as operadoras recolhem contribuições para os fundos setoriais – que, em última instância, também saem de nosso bolso –, como o Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (Fust), que acumula quase R$ 7 bilhões, e nunca foi usado para universalizar telecomunicações. Ou seja: o governo federal simplesmente confisca essa montanha de dinheiro. Sem a menor cerimônia.
 
O mesmo acontece com o Fundo de Fiscalização das Telecomunicações (Fistel), que nos sugará mais de R$ 2 bilhões este ano, embora apenas 17% desse montante sejam destinados à Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), que regula e fiscaliza o setor. Os restantes R$ 1,6 bilhão irão para o ralo.
 
E um dado irretorquível: a soma dos tributos arrecadados pelo governo sobre telefonia equivale a 10 vezes o valor do lucro operacional de todas as operadoras. Não é um exagero? Somos nós, usuários, que estamos pagando esse absurdo. Por que os deputados não lutam para mudar esse quadro de fúria fiscal?
 
Você e todos que me conhecem sabem que não morro de amores pelas operadoras de telecomunicações. Reconheço o trabalho delas, mas tenho muitas queixas, pois quase todas nos tratam mal, todos os dias, especialmente no inferno dos call centers.
 
Não será, contudo, com a eliminação pura e simples da assinatura básica que a telefonia brasileira irá melhorar. Ao contrário. O deputado quer extingui-la porque isso dá ibope. Mas, a médio prazo, a medida não beneficia o consumidor, pois, com menos recursos, as concessionárias reduzirão fatalmente seus investimentos na infraestrutura. Em consequência, o setor irá defasar-se, como acontecia até 1997, no tempo da Telebrás, em que a assinatura básica, altamente subsidiada, custava apenas R$ 0,61. Para compensar os subsídios, o preço dos interurbanos e de outros serviços era elevado de forma absurda. Naquele cenário irrealista, as antigas teles perderam sua capacidade de investimento. A escassez de oferta elevou, então, o preço da linha telefônica no mercado paralelo a mais de US$ 5 mil.
 
Com a eliminação dos subsídios cruzados e a privatização da Telebrás em 1998, tudo mudou. Os investimentos feitos na última década superaram os R$ 170 bilhões e os serviços caminham para a universalização. O número de telefones saltou de 24,5 milhões para 193 milhões. Em lugar dos 17 telefones por 100 habitantes legados pela Telebrás, o Brasil tem hoje 101. Ou seja, o País tem mais telefones do que gente.
 
A assinatura básica é a principal receita das concessionárias, para financiar a universalização e a modernização dos serviços. É com esse propósito que ela é cobrada em quase todo o mundo. E mais: no Brasil, ela faz parte do contrato de concessão – que não deve ser mudado unilateralmente.
 
Conclusão: o que encarece nossas contas telefônicas é a voracidade fiscal. Mas isso os deputados não veem. Ou fingem não ver. Você se lembra de algum parlamentar que tenha lutado contra a excessiva tributação na telefonia? Eu não me lembro. Você já ouviu o ministro das Comunicações criticar o assalto tributário na telefonia?
 
Você sabia, Thaís, que existe uma opção para quem não quer pagar assinatura básica? Sim, mudando para uma operadora autorizada – como a Embratel e uma dúzia de empresas que oferecem as soluções de voz sobre protocolo IP (VoIP). Essas operadoras pertencem à categoria das autorizadas e não das concessionárias. Isso significa que elas não têm obrigação de cumprir metas de universalização do telefone. Por isso, não cobram assinatura básica.
 
Sei, minha nora, que não eram exatamente essas coisas que você esperava como resposta. Mas essa é a realidade. Não nos iludamos com algumas bondades dos políticos, pois eles, em sua maioria, buscam apenas as soluções que mais lhes interessam do ponto de vista eleitoral. Ou eleitoreiro.”
 
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