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RFID - IDENTIFICAÇÃO POR RADIOFREQÜÊNCIA  (16)

Autora:    Sandra Regina Matias Santana


Entrevista

Entrevistado: Conrado Navarro

Entrevista via E-mail: conrado.navarro@uol.com.br

Conrado Navarro é Gerente de Projetos na Intermec Technologies Corporation, em sua subsidiária nacional. A Intermec é líder no segmento de coleta automatizada de dados, fabricante de equipamentos Pocket PC robustos com inúmeras opções de comunicação como GPRS, Bluetooth, Wi-Fi dentro outras. Além disso, atua diretamente com projetos de Wireless, implementações seguras de redes sem fio e projetos de telecomunicações que envolvam tais dispositivos móveis. É consultor em RFID também na Intermec para as áreas de pré e pós-venda. Realiza palestras anualmente em eventos como COMDEX, IBC e em faculdades, como IBTA, UNIFEI, FAI e FEPI.

Perguntas

1) A nova geração de RFID (Ultra High Frequency Electronic Product Code Class 1 Generation 2 G2) ou simplesmente UHF G2, oferece uma performance uma maior que geração atual G1, nesta performance estão incluídas maior segurança e menos interferências?

A nova geração de RFID mantém basicamente a mesma freqüência de operação da geração anterior, conhecida como ISO 18000-6, porém traz diversas melhoras no protocolo de comunicação e na formatação dos dados e da memória das etiquetas inteligentes. O grande avanço porém está no movimento mundial de adoção do RFID C1G2 o que o tornará padrão em até 2 anos.

2) Você acredita que a comunicação por RFID pode alcançar um nível de comunicação internacional?

Sim. Os analistas e especialistas do mercado afirmam que em até 2 anos o EPC C1G2 (RFID segunda geração) será o padrão para aplicações mundiais e seu preço estará muito mais acessível.

3) As diferenças técnicas em relação à tecnologia G1 vão mudar radicalmente o posicionamento dos fornecedores neste mercado ?

A tecnologia e a freqüência utilizadas são as mesmas do padrão ISO 18000-6, porém com algumas mudanças no protocolo de comunicação aérea e na formatação da memória do tag. Em geral, os fabricantes do ISO já se adequaram e já demonstraram pilotos com a nova geração de RFID, demonstrando interesse e plena capacidade de atuar neste novo mercado. Alguns fabricantes que trabalham com tecnologia RFID de baixa freqüência (ex. Controle de acesso com crachás) não aderiram ao novo mercado.

4) O padrão estabelecido pela EPCglobal, pode favorecer o mercado internacional e deslanchar as aplicações com RFID?

Com certeza. O propósito do EPCGlobal é justamente padronizar as aplicações e produtos RFID com o objetivo de massificar a utilização e comercialização destas soluções no mundo. O RFID não tinha um padrão industrial e de mercado e os players do mercado tratavam de vender suas tecnologias proprietárias e a adoção nunca foi muito grande. Este cenário deve inverter-se com o EPCGlobal.

5) Qual a sua previsão para estas aplicações em cadeia no Brasil?

O Brasil já utiliza o RFID em diversas aplicações e somos um país com grande potencial. Temos projetos em pedágios, controle de acesso, entrada e saída de veículos, controle de frota, identificação e movimentação de mercadorias. O custo da solução RFID é ainda o maior problema para que a adoção aconteça em maior número, porém com o novo padrão mundial, os preços tendem a baixar e a solução irá espalhar-se rapidamente. Em 2 anos teremos um crescimento de 60% deste mercado no Brasil.

6) Você acredita que deverão surgir leis para restringir e/ou determinar onde deverão ser aplicadas as RFIDs ?

Já existe a regulamentação mundial das freqüências e das soluções de radiofreqüência e o RFID enquadra-se neste grupo. Assim, para que um fabricante possa vender seus produtos aqui ele precisa assegurar-se de que estão em conformidade com estes padrões. Leis para determinar onde podem ser aplicadas às etiquetas inteligentes seriam um atraso e não vejo nenhum movimento neste sentido.

7) Você vê a RFID como uma revolução tecnológica e que suas aplicações não terão fronteiras?

O RFID é fruto da evolução tecnológica mas não é uma revolução. Ele já é uma tecnologia relativamente antiga, tendo quase 10 anos de mercado, porém que nunca foi largamente discutida ou implementada pelas limitações do mercado, de custo e da própria tecnologia disponível. Existem diversas aplicações onde o RFID ainda não pode ser aplicado por limitação tecnológica mas estas barreiras serão quebradas em pouco tempo.

8) Na sua opinião o maior potencial de aplicação, seria na área de saúde?

O potencial maior para o mercado atual está na indústria, na produção, controle e expedição de produtos em larga escala. O maior mercado está no rastreamento desta cadeia pela empresa, por seus escritórios e pelo mundo. Imagine poder identificar um container e seus produtos e ele girar o mundo identificado com um tag RFID que pode ser lido em qualquer país. Isto só será possível com o EPCGlobal.

9) Você concorda com o uso de RFID em seres humanos? Até que ponto ?

A questão é bastante polêmica mas deve sempre prevalecer o bom senso. Acredito que as aplicações médicas com o implante de tags em pacientes podem ter um retorno bastante interessante e os benefícios são bastante visíveis. Já identificar uma pessoa VIP em uma boate com um tag é um pouco de exagero na minha opinião.

10) RFID impressas já podem ser consideradas uma realidade ou apenas estão em fase de pesquisas, seriam mais acessíveis?

Já existem produtos capazes de imprimir uma etiqueta com um tag porém suas aplicações ainda são experimentais. Não há ainda mercado para esta solução.
 

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