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Julho 2009               Índice Geral do BLOCO

O conteúdo do BLOCO tem forte vinculação com os debates nos Grupos de Discussão  Celld-group e WirelessBR. Participe!


19/07/09

• Telebrás e Eletronet: de novo... (53) - Site do Ethevaldo: "Um governo que se lixa para o debate público" + "Retorno sem vícios é inverossímil"

----- Original Message -----
From: Helio Rosa
To: Celld-group@yahoogrupos.com.br ; wirelessbr@yahoogrupos.com.br
Sent: Sunday, July 19, 2009 11:40 AM
Subject: Telebrás e Eletronet: de novo... (53) - Site do Ethevaldo: "Um governo que se lixa para o debate público" + "Retorno sem vícios é inverossímil"
 
OBS: Mensagem com cópia para esiqueira@telequest.com.br; casacivil@planalto.gov.br; gabinete@mc.gov.br; ministro@planejamento.gov.br; dep.paulobornhausen@camara.gov.br; dep.juliosemeghini@camara.gov.br
 
Olá, ComUnidade WirelessBRASIL!

Somados os dois Grupos vinculados, a ComUnidade possui hoje 4597 participantes.
Mantemos uma página especial sobre este tema "recriação " ou "ressurreição" em Telebrás e Eletronet
 
01.
O jornalista Ethevaldo Siqueira (esiqueira@telequest.com.br), em artigo do dia 28 de junho informou, com base em suas fontes, a desistência da recriação da Telebrás pelo governo. (Ver BLOCO)

A jornalista Mariana Mazza (mariana.mazza@convergecom.com.br), do Teletime, em artigo do dia 08 de julho, com base em uma fonte, informou que o projeto técnico está pronto e a decisão depende apenas de uma reunião dos ministros da Casa Civil, Minicom e Planejamento. (Ver BLOCO)

O Congresso Nacional hoje, como um todo, está no "fundo do poço" nos assuntos relacionados à ética e à moral.
No entanto, apesar dos pesares, deve ser prestigiado como instituição.
O tema da recriação da Telebrás ou de um "operador nacional" equivalente deve ser necessariamente debatido no Congresso.
A bem da verdade, este debate deveria ser adiado para meados do próximo governo, seja ele qual for, pois estamos em pleno biênio pré-eleitoral por conta e risco do Presidente da República e sua ministra-candidata.

02.
Quem é contra a reativação da Telebrás pode e deve registrar sua opinião, neste momento, em mensagens para:
Casa Civil - Dilma Rousseff - casacivil@planalto.gov.br
Minicom - Helio Costa - gabinete@mc.gov.br
Min. do Planejamento - Paulo Bernardo - ministro@planejamento.gov.br

No entanto, pró ou contra, o debate continua em nossos fóruns e este é o momento de comentar e participar!
 
03.
Os deputados Paulo Bornhausen (DEM-SC) e Júlio Semeghini (PSDB-SP) se comprometeram, ao final da "audiência-pública-da-ausência-do-governo", em elaborar um pedido de informações ao Executivo Federal sobre os planos em relação à Telebrás e, na ausência de resposta, a convocar os ministros responsáveis para discutir o assunto. Se já fizeram, precisam divulgar! Se não fizeram, precisam explicar!

04.
A citada matéria do Ethevaldo teve muita repercussão e ele abriu um espaço em seu site para registrar artigos e opiniões de leitores.

Hoje reproduzimos mais duas matérias da lista; as demais virão nas próximas mensagens. Mas vale conferir tudo na origem, desde já!
 
Fonte: Ethevaldo Siqueira e Estadão
[19/07/09]   Um governo que se lixa para o debate público por Ethevaldo Siqueira
 
Fonte: Ethevaldo Siqueira
Retorno sem vícios é inverossímil por T.O.M
 
05.
Relação de matérias no site do Ethevaldo Siqueira.

Inaugurando a seção Política & Regulação, abrimos um amplo debate sobre a possibilidade de reativação da Telebrás. Para dar início a esta exposição de idéias, temos um artigo de Virgílio Freire, engenheiro de telecomunicações com larga experiência profissional e como executivo em operadoras e na indústria, que defende a reativação da estatal. Ethevaldo Siqueira, por sua vez, reafirma sua posição contrária ao retorno da Telebrás, respondendo aos argumentos de Freire.
 
- Governo desiste de ressuscitar a Telebrás por Ethevaldo Siqueira (transcrito em mensagem anterior)
- Leia o artigo de Virgílio Freire    (transcrito em mensagem anterior)
- Leia a resposta de Ethevaldo Siqueira    (transcrito em mensagem anterior)
- O novo modelo, também desfigurado por Alexandru Solomon  (transcrito em mensagem anterior)
- Leia o artigo de Gilberto Garbi   (transcrito em mensagem anterior)
- Retorno sem vícios é inverossímil   (transcrito nesta mensagem)
- Se fosse hoje, nada seria preservado, por Rômulo V. Furtado
- Foi um tempo bom, mas passou, por Eduardo Levy
- Premissas iguais, conclusões diferentes por Paulo Marcio Aragon de Macedo
- Volta da Telebrás? Não. por Ozires Silva (transcrito em mensagem anterior)
- Uma obra incompleta por Ovídio Barradas
- Leia as reações dos leitores
- Um dia na vida da nova Telebrás por Nelson Carvalho
- A Arca de Noé por Ovídio Barradas
- O Estado não deve voltar a ser operador por José Roberto de Souza Pinto (transcrito em mensagem anterior)
- Um governo que se lixa para o debate público
por Ethevaldo Siqueira (transcrito nesta mensagem)
- Uma Revolução nas Telecomunicações por Ethevaldo Siqueira

Ao debate!

Boa leitura!
Um abraço cordial
Helio Rosa
 
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Fonte: Ethevaldo Siqueira e Estadão
[19/07/09]   Um governo que se lixa para o debate público por Ethevaldo Siqueira
 
Não é só o deputado Sérgio Morais (PTB-RS) que se lixa para a opinião pública. Na área das comunicações, o governo Lula faz o mesmo, ao ignorar solenemente todas as tentativas de debate da polêmica iniciativa de recriar a Telebrás. E vai em frente, sem nenhuma discussão aberta do tema.
 
Depois de alguns avanços e recuos, o projeto volta a caminhar em ritmo acelerado, mesmo com todas as dúvidas sobre seus aspectos legais. Reanimada com uma injeção de R$ 200 milhões do Tesouro Nacional, a Telebrás abre licitações e contrata pessoal. Mas tudo sem fazer muito ruído, o que levanta sérias suspeitas sobre o projeto.
 
O desprezo pelo debate democrático chegou ao máximo há um mês, quando três ministros – Dilma Rousseff, da Casa Civil, Paulo Bernardo, do Planejamento e Hélio Costa, das Comunicações – deixaram de comparecer, sem dar nenhuma justificativa, a uma audiência pública promovida pela Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática (CCTCI) da Câmara dos Deputados, para discutir a eventual recriação da Telebrás. Nem Rogério Santanna, ideólogo do projeto, se dispôs a comparecer.
 
Para criar uma operadora estatal de serviços de telecomunicações governamentais em todo o País, serão necessários investimentos de alguns bilhões de reais. Caminho muito melhor seria a contratação de serviços via parceria público-privada (PPP), que poderia reduzir o investimento e o custo dos serviços a valores muito menores do que se pretende gastar.
 
HISTÓRIA DE 37 ANOS
A história da Telebrás tem duas fases bem distintas. Na primeira, de 1972 até 1985,  ela prestou bons serviços ao País, quando era dirigida por administradores profissionais competentes e probos, como o comandante Euclides Quandt de Oliveira e o general José Antônio de Alencastro e Silva.
 
Na segunda fase, que vai de 1985 e 1994, tudo mudou. À medida que as diretorias da Telebrás e de suas 27 subsidiárias eram loteadas para apadrinhados políticos, em lugar de seus melhores dirigentes profissionais, a estatal perdia sua eficiência e sua capacidade de investimento. Diante desse quadro, a privatização acabou tornando-se a única solução possível, não apenas para o aparelhamento político, mas, sobretudo, para a escassez de recursos de investimento do Estado brasileiro.
 
Em janeiro de 1995, depois de 23 anos de monopólio estatal, o Brasil era um país profundamente carente de telecomunicações. Esse cenário só seria revertido com a profunda reestruturação setorial que culminou com a privatização do Sistema Telebrás, em julho de 1998. De lá para cá, a densidade telefônica do País saltou de 14 telefones por 100 habitantes para os atuais 104 por 100 habitantes. Ou seja, o número de telefones no Brasil supera sua população.
 
HÁ PROBLEMAS, SIM
Essa universalização não significa que as coisas vão às mil maravilhas. Absolutamente, não. Como usuário, estou profundamente preocupado com os problemas da banda larga da Telefônica, em São Paulo, com os inaceitáveis padrões de tratamento da maioria das operadoras privadas e com a mediocridade dos serviços de acesso à internet em todo o Brasil.
 
A Telebrás não é a resposta a esses problemas. A solução está na ampliação cada vez maior da competição e na fiscalização mais rigorosa e proativa. O governo Lula, sem quadros competentes e sem um grande projeto setorial, nada tem feito de relevante pelas telecomunicações. Não moderniza a legislação nem aprimora o modelo vigente. Ao contrário, esvazia o poder político da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e baixa seu nível profissional. A simples indicação de um nome para preencher uma vaga no conselho diretor da agência tem levado até sete meses.
 
QUESTÕES BÁSICAS
Melhor seria se o presidente e seus ministros respondessem às seguintes questões básicas:
 
* Que sentido terá promover a volta de uma estatal com alto risco de ineficiência, corrupção e empreguismo, se não há escassez de oferta de serviços, de tecnologia ou de infraestrutura?
* Por que antes de defender um projeto de inclusão digital, não lutar por uma verdadeira revolução educacional, capaz de transformar radicalmente a qualidade do ensino, das instalações escolares e da carreira do professor?
* Há muita demagogia em torno das redes de banda larga e do acesso à internet. Se o governo se dispõe realmente a apoiar a universalização da internet, por que não investe nesse objetivo o mesmo montante que confisca do Fundo de Universalização das Telecomunicações (Fust), numa apropriação injusta que já supera os R$ 7 bilhões, além dos R$ 2 bilhões embolsados anualmente do Fundo de Fiscalização (Fistel)?
 
Por que não aprimora o modelo setorial, de modo a incentivar a competição, reduzir os impostos mais altos do mundo e fortalecer a Anatel?
 
Essa bem poderia ser a pauta de um grande debate nacional, para mostrar o verdadeiro papel das telecomunicações, da convergência digital e do que é prioritário nessa área.
 
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Fonte: Ethevaldo Siqueira
Retorno sem vícios é inverossímil por T.O.M
 
* Por motivos pessoais, o autor prefere manter-se anônimo. T.O.M é consultor em telecomunicações
 
Caro Ethevaldo, li com muita atenção o posicionamento do Virgílio Freire e o seu. Ambos simplesmente brilhantes. Coincidem com minha leitura e assim tenho colocado a Telebrás no seu devido foco em minhas palestras sobre a evolução das telecomunicações brasileiras.
 
Acompanhei, não com a proximidade de vocês, a vida dessa fantástica estatal (competente sim, e muito principalmente na década de 70, ao transformar nossa infraestrutura precária de telefonia em eficiente infraestrutura de telecomunicações), que se alinhou não só tecnologicamente (padrões, desenvolvimento, pesquisas) quanto profissionalmente (quanto se aprendeu nos cursos, por intermédio das normas e práticas) e com padrões de qualidade com as melhores práticas internacionais. Quanta gente boa e competente, quanta massa crítica foi criada, com salários condizentes. 
 
Contudo, como muito bem disseram vocês dois, cada um com seus pontos de vista que respeito e considero, na década de 80 a coisa começou a degringolar, pois cada vez mais e mais práticas políticas "não muito recomendáveis" começaram a substituir as práticas profissionais, a partir das empresas-pólo. Com a saída de cena dos honrados comandante Quandt de Oliveira e general Alencastro (com quem falei pessoalmente em algumas oportunidades a respeito) e outros profissionais idealistas e patriotas, começaram as disputas políticas por cargos, loteando-se todos os níveis da Telebrás, que foi impedida de crescer como ela podia e devia. Com isso, essa incansável "doadora de sangue" começou a ficar anêmica frente  ao insaciável apetite e parasitário clientelismo político.
 
Daí, meu amigo, ser esperançoso ao ponto de achar que, se fosse recriada essa estatal, tais práticas não voltariam com uma voracidade inaudita, é no mínimo idealismo ingênuo, com o devido respeito. Basta ver o que está acontecendo com as outras estatais (Petrobrás, por exemplo, em que não querem que seja aberta a CPI, por algum motivo, por certo já conhecido - veja, por exemplo ).
 
Querer enfraquecer as agências reguladoras é querer tirar vantagens da redução das suas esferas de atuação profissional e Estado, [substituindo-as] por práticas políticas de governo, que deveriam ficar restritas aos respectivos ministérios. 
 
Se a Embraer, a Vale do Rio Doce e tantas outras estatais, não tivessem sido privatizados, duvido que estivessem no patamar alcançado e fossem internacionalmente reconhecidas.  
 
* Por motivos pessoais, o autor prefere manter-se anônimo. T.O.M é consultor em telecomunicações
 

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