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Redes WiMAX – Aspectos de Arquitetura e Planejamento (1)
 

Autor:  Márcio Eduardo da Costa Rodrigues  (*)

Redes WiMAX – Aspectos de Arquitetura e Planejamento (1)

PUC-Rio


ÍNDICE GERAL

1. INTRODUÇÃO

1.1.  Apresentação do Escopo e Objetivos
1.2.  Resumo de Motivações para Novos Padrões de Redes Sem Fio

2. ASPECTOS SISTÊMICOS

2.1.  Aspectos das Tecnologias Abordadas
2.1.1.  Banda Larga
2.1.2.  OFDM
2.1.3.  Sistema de Antenas Adaptativas (AAS)
2.1.4.  Modulação Adaptativa
2.1.5.  Arquitetura de rede
2.2.  Sistemas WiMAX
2.2.1.  IEEE 802.16 rev 2004
2.2.1.1.  Designações do WiMAX 802.16 rev 2004
2.2.2.  IEEE 802.16e
2.2.2.1.  Estrutura de quadro TDD
2.2.2.2.  Algumas características de camada PHY
2.2.2.3.  Gerência de Mobilidade
2.2.2.4.  Aspectos de link budget para 802.16e
2.2.2.5.  Aplicações 802.16e

3. PROPAGAÇÃO

3.1.  Considerações de propagação na faixa de 2 a 11 GHz
3.2.  Modelos de propagação
3.2.1.  IEEE 802.16 (SUI) models
3.2.2.  Modelo empírico MMDS
3.2.3.  Recomendação ITU-R P.1546-2
3.2.4.  Modelos Físicos

4. ASPECTOS DE PLANEJAMENTO
 
4.1.  Minimização de interferências intra-sistêmicas e inter-sistêmicas
4.2.  Planejamento de freqüências
4.3.  Considerações sobre planejamento de capacidade
4.3.1.  OFDM e Eficiência Espectral
4.4.  Comparativo de cobertura

5. CONCLUSÃO

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 

 

1. INTRODUÇÃO

1.1. Apresentação do Escopo e Objetivos

O presente trabalho tem por objetivo o estudo de tecnologias de redes sem fio para implementação de tais sistemas em áreas metropolitanas (WMANs – Wireless Metropolitan Area Networks). As tecnologias envolvidas tornar-se-ão de grande utilização nos próximos anos e o estudo ora realizado tem como foco uma das vertentes mais promissoras para a padronização e desenvolvimento de WMANs, que é o padrão 802.16, do IEEE (Institute of Electrical and Electronics Engineers).

O avanço da tecnologia, que possibilitou trafegar serviços de comunicação de grandes volumes e a altas taxas, em conjunto com a facilidade e rapidez de implantação de redes sem fio a baixo custo em comparação com as redes baseadas em cabos, são os principais atrativos deste tipo de rede. Suas aplicações incluem, entre outras coisas, a interconexão de redes WLAN – basicamente, redes padrão IEEE 802.11 – com a Internet e a implementação do acesso na “última milha” (ou “primeira milha”, mantendo foco na ponta do cliente final).

É previsto que a implementação de redes deste tipo passe por uma fase de crescimento acelerado a curto prazo. A expectativa de crescimento é confirmada pelos volumosos investimentos que vêm sendo realizados por mais de 100 empresas que atuam na área de comunicações, quer como fabricantes de equipamentos, quer como provedores de serviços. Entre as empresas, pode-se citar Intel, Motorola, Siemens, AT&T, entre outras, que se uniram na formação de um grupo – WiMax Forum – visando garantir padronização para equipamentos e software, de forma a garantir interoperabilidade. De fato, a perfeita interoperabilidade é uma das características mais aguardadas para essas novas tecnologias.

No trabalho, são estudados os principais padrões IEEE 802.16 desenvolvidos e especificados até o momento: IEEE 802.16 rev 2004 e IEEE 802.16e. São abordadas suas características técnicas, esquemas de modulação, arquiteturas de rede e tipos de equipamentos existentes atualmente.
Estuda-se os aspectos de propagação na faixa de 2 a 11 GHz e fundamentos importantes para o planejamento dos sistemas, como minimização de interferência intra-sistêmica e inter-sistêmica, planejamento de freqüências e capacidade de tráfego.

1.2. Resumo de Motivações para Novos Padrões de Redes Sem Fio

O grupo WiMAX Forum apresenta um sumário interessante com motivações para o estabelecimento de um padrão. [1]

Para fabricantes de equipamentos
 ▪ A adoção de plataforma comum, baseada em padrões, promove rápida inovação e a adição de novos componentes e serviços;
 ▪ Concentram-se na especialização (ou seja, estações rádio-base e terminais de usuário) – é desnecessária a criação da solução inteira, fim-a-fim, como em um modelo proprietário;

Para consumidores
 ▪ Recebe serviço em regiões até então fora do atendimento de banda larga – nações em desenvolvimento, com pequena infra-estrutura ou mesmo áreas rurais e de difícil acesso;
 ▪ Maiores participantes no mercado significa maiores opções de escolha de serviços banda larga;
 ▪ Relacionado ao segundo item, a existência de muitos fornecedores de serviço padronizado tende a reduzir bruscamente preços, resultando em relativamente baixas mensalidades para acesso à banda larga;

Para provedores de serviço
 ▪ A adoção de plataforma comum leva os custos para baixo, fomenta competição saudável e encoraja a inovação;
 ▪ Propicia investimento inicial relativamente baixo de CAPEX (Capital Expenditure), e gastos adicionais conforme o crescimento do negócio;
 ▪ Fim do comprometimento com um único fornecedor, comum em modelos de tecnologia proprietária;
 ▪ Sistemas sem fio, natural e tradicionalmente, reduzem o risco de investimento do operador;

Para outros participantes do mercado
▪Padronização cria volume de oportunidades para fornecedores de chipset e pastilhas de silício de forma geral.


Sobre o autor:

Márcio Eduardo da Costa Rodrigues (mecrodrigues@gmail.com) é estudante do programa de doutorado da área de eletromagnetismo aplicado do Centro de Estudos de Telecomunicações (CETUC) da PUC-Rio. Graduou-se em Engenharia de Telecomunicações pela Universidade Federal Fluminense e defendeu dissertação de Mestrado abordando metodologia teórica de predição de campos eletromagnéticos, usada em modelo de predição de propagação por traçado de raios.
No departamento de engenharia da WiNGS Telecom, onde atuou como Gerente de Engenharia, desenvolveu projetos de coberturas em ambientes especiais e metodologia de análise de uso eficiente do espectro (para ANATEL), entre outros trabalhos no campo das rádio-freqüências.
Foi engenheiro sênior da operadora de telefonia celular Claro, responsável por definição de parâmetros e métodos relativos à rede de RF.
Seus interesses atuais de pesquisa concentram-se no estudo da rádio-propagação em ambientes urbanos e indoor, novos sistemas de comunicação sem fio e planejamento e otimização de redes sem fio.

 

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